sábado, 1 de dezembro de 2012

Maranhão 2014: a situação do PT






Qualquer análise de cenários para a sucessão de 2014 que não leve em conta a importância do PT não pode ser séria.

Não que o partido seja uma potência eleitoral no estado ou que tenha maiores representatividades nos municípios (prefeitos, vice-prefeitos, vereadores), na Assembleia Legislativa ou no Congresso Nacional. A importância do PT no estado ainda não é, infelizmente, por essa realidade.

A importância do PT é pelo que representa no campo nacional e, por conseguinte, reflete em menor ou maior grau no estado. No caso específico das eleições, o tempo e a grife do partido são outros “dotes” que o torna uma noiva para lá de cobiçada.

Não são de hoje os problemas enfrentados pelo PT maranhense e muito menos reside exclusivamente na aliança inédita com o grupo Sarney celebrada em 2010. Não, a crise do PT vem de longe e foi causada por uma conjunção de fatores onde é impossível identificar uma única liderança ou até mesmo uma única força interna especificamente como culpados pela estagnação do partido no Maranhão.

Mas, para toda crise existe uma saída.

No ano que vem o PT organizará mais um Processo de Eleição Direta (PED) em que petistas de todo território nacional escolherão seus dirigentes nos três níveis: municipal, estadual e nacional.

No Maranhão, noticiários da blogosfera dão conta de que uma nova liderança interma estaria a pleno vapor para se tornar a grande novidade petista a por vir:  o deputado estadual Zé Carlos. O parlamentar petista traça planos, metas e objetivos para chagar à Câmara dos Deputados,em Brasília.

Para tanto, destacou o seu chefe de gabinete Henrique Sousa, que conhece bem o PT, para coordenar o projeto. Sousa é no nome do “gabinete” para presidente estadual do PT e, numa ação mais ousada, substituir Zé Carlos na Assembleia Legislativa.

Não obstante a legitimidade da dupla Zé Carlos/Henrique Sousa para traçar e executar projetos políticos, não custa lembrar que existem outros candidatos à presidência estadual do PT: Raimundo Monteiro (candidato à reeleição), Mundico Teixeira, Augusto Lobato, Bira do Pindaré, Robert Lobato, Adrovan “Cabeludo”, Rodrigo Comerciário entre outros que podem surgir ao longo do processo, inclusive um nome do Sul do Maranhão.

Entretanto, há um fator importantíssimo nessa conjuntura petista: Washington Luis.

Não se pode desconhecer a força do vice-governador nesse processo de disputada interna do PT

Não passa de má-fé (ou pura queimação barata)  boatos de que Washington enfrenta dificuldades catastróficas no PT. Nada a ver.

O que ocorre de fato é que o petista passa por um processo de desgaste natural nas bases do partido pelo preço da aliança como o PMDB da governadora Roseana Sarney. E esse desgaste, diga-se de passagem, é mais pelo fato da “companheirada” não se sentir governo, já que no interior do estado o PT não tem sequer um zelador, merendeira, vigia de escola, que dirá dirigente de órgão do Governo do Estado.

Se o chamado “governo de coalizão” chegasse aos municípios de fato, ou seja, se parte dos espaços governamentais existentes no interior tivesse a presença de petistas, esse discurso hostil contra a aliança PT/PMDB não teria alcançado a dimensão que alcançou atualmente na base do partido.

Washington é uma das principais e mais fortes lideranças do PT atualmente. Tem influência para além da sua corrente, a CNB, e é o principal interlocutor junto à direção nacional do partido e do próprio governo Dilma.

Eventuais “insurgências” de aliados estão relacionada à democracia interna do PT e não a um suposto enfraquecimento do vice-governador.

Mas, claro, Washington tem que se impor enquanto líder, comandante do seu grupo, ter autoridade política para fazer cumprir os acordos internos e reconhecer como legítimo o projeto desse ou daquele companheiro.

Deve ainda ser o “diplomata” entre os interesses do PT junto ao Governo do Estado para que essa aliança seja sentida de fato pelo conjunto ou ao menos pela maioria do partido, caso contrário não tem quem segure (nem Dilma, Lula etc) a debandada petista para a oposição.

Já o presidente estadual, Raimundo Monteiro, tem que atuar como uma espécie de “cão de guarda” do PT, falar para a sociedade, cobrar compromissos políticos com os aliados, enfim, ser um presidente forte, atuante e polêmico quando for o caso.

Para isso, basta se mirar no atual vice-presidente da República, Michel Temer que, quando presidente nacional do PMDB, tencionava constantemente com o Governo Federal sempre que entendia que os interesses do seu partido não estavam sendo devidamente atendidos.

Enfim, o PT pode caminhar para um processo de disputa interna não tão radicalizada como alguns desejam, mas para um confronto de ideias e ideais que venha restabelecer um mínimo de entendimento para que os projetos, mesmo os pessoais, possam sair vitoriosos em 2014.

Essa, digamos, pré-disposição de alguns em matar politicamente o vice-governador pode não ser a melhor tática para repactuar o PT no Maranhão. Pelo contrário: pode ser um instrumento para matar o próprio PT definitivamente!

Não custa lembrar: todos estão dispostos à paz, mas, às vezes, ela, a paz, é conquistada na guerra.

O bom senso será sempre um bom conselheiro…

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