sexta-feira, 14 de julho de 2017

Tese sobre a educação infantil nas comunidades quilombolas é indicada ao Prêmio CAPES 2017

IMPERATRIZ - A professora Herli de Sousa Carvalho, do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Maranhão, Câmpus Imperatriz, teve sua tese indicada com unanimidade ao maior prêmio de reconhecimento de teses do Brasil, o “Prêmio CAPES de Teses 2017”. A tese intitulada “No chão quilombola os rebentos narram suas percepções acerca da escola de infância da comunidade Cajuazeiro 1, em Alcântara-MA”, foi apresentada ao programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para a obtenção do título de doutora em Educação.
Herli contou que o tema da tese surgiu com base no projeto “Alma (Alcântara-Maranhão): (Re)escrevendo as Histórias das Comunidades Quilombolas de Alcântara”, já desenvolvido pelo grupo de pesquisa “Memórias, Diversidades, e Identidades Culturais” da UFMA. “Por causa desse processo de trabalho, ao me inscrever no doutorado na UFRN, já sabia que Alcântara seria meu local de pesquisa, pois a linha de pesquisa estabelecida nacionalmente para o doutorado em Educação tem como tema ‘O que as crianças falam sobre as escolas’, então escolhi trabalhar com as crianças quilombolas”, afirmou.
A pesquisa do doutorado, realizada na comunidade Cajuzeiro 1, em Alcântara, consiste em dar voz às crianças para elas dizerem a concepção sobre a escola em que estudam. Ela e sua orientadora, a professora Maria da Conceição Ferrer, seguiram três etapas para o desenvolvimento do trabalho: primeiro aplicaram um questionário para as crianças da escola quilombola, perguntaram como era a escola e como é queriam que fosse.
A segunda etapa foi feita em uma conversa com as crianças sobre vários aspectos da escola e sobre as narrativas infantis, que é a base da metodologia. “E, por último, pedimos que as crianças escrevessem sobre a percepção que elas têm sobre o lugar em que elas estudam”, completou a professora Herli.
Sobre o árduo trabalho de campo que a professora vem desenvolvendo desde 2010, ficou o reconhecimento da comunidade. “Foi um trabalho feito no coletivo, e fica o reconhecimento do trabalho que temos desenvolvido como docente, especialmente esse com as crianças quilombolas. Já apresentamos a tese na comunidade, e as crianças ficaram maravilhadas com a apresentação”, enfatizou.
Sobre a indicação ao prêmio, a professora diz estar muito feliz, pois a tese foi escolhida por unanimidade pela comissão da UFRN: “São 49 Universidades que concorrem, e apenas uma tese é escolhida por instituição, daí surge a minha alegria e dos meus colegas de grupo de pesquisa’’.
O resultado da primeira etapa da premiação será divulgado dia 15 de setembro e, logo após, a tese ganhadora concorrerá ao prêmio internacional. O ganhador recebe um bolsa para pós-doutorado como premiação

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