domingo, 27 de agosto de 2017

Pequenas empresas aproveitam Juros Zero para superar crise nacional e evitar demissões

Juros Zero: Célia Rezende comprou à vista e saiu no lucro. (Foto: Handson Chagas)

A Professora Célia Rezende é sócia de uma faculdade privada de Pós-Graduação em São Luís. No mercado há 12 anos, ela conta que neste momento de crise nacional, o apoio do Governo do Maranhão por meio do Programa Juros Zero aumentou a possibilidade de investimentos na empresa: “A vantagem de ter optado por esse financiamento é que posso usar o dinheiro para aquisição de material e equipamentos à vista, o que triplica a capacidade de compra”.
“A aquisição à vista permite que você compre por R$ 20 mil o que sem o desconto compraria por R$ 60 mil, é uma enorme diferença”, diz Célia, que já adquiriu novos livros para a biblioteca e mobília nova.
Por causa da crise nacional, a professora cogitou até fechar o negócio: “Em meio à crise, as pessoas têm que abrir mão de certas coisas para priorizar alimentação, vestuário, que é o básico. Hoje temos que trabalhar com criatividade e espírito de parceria para sobreviver. Vejo essas iniciativas do governador Flávio Dino como apoio muito importante num momento tão delicado, sobretudo para o setor de educação”, afirma.
Juros Zero: Ernesto Batista usou o Juros Zero para evitar demissões. (Foto Handson Chagas)

Criado há dois meses pelo governo do Maranhão, o Programa Maranhão Juros Zero incentiva a geração de emprego e renda no estado. O Governo banca o pagamento de juros sobre financiamentos de até R$ 20 mil, contratados por empresas de pequeno porte, junto a instituições bancárias parceiras. “O programa tem gerado mais oferta de bens e serviços, aquecendo a demanda e resultando em novos postos de trabalhos”, afirma o secretário de Governo, Antônio Nunes.
O mercado de trabalho é um dos setores mais beneficiados pelo Juros Zero. Além de garantir novas vagas, ajuda a manter no trabalho quem já está empregado. O empresário Ernesto Batista, que atua há 12 anos no mercado de próteses odontológicas, conta que, mesmo com a crise, não dispensou nenhum dos 20 funcionários contratados. Para ele, o Juros Zero foi importante exatamente para garantir o pagamento de parte desses trabalhadores.
“Usamos esse benefício para garantir parte do salário dos nossos funcionários. Nós sentimos os efeitos de crise a partir de 2016, tivemos muitos problemas com inadimplência, problemas que nunca havíamos enfrentado anteriormente, o que exigiu que encontrássemos novas soluções para manter a empresa funcionando”, diz Batista.

Mais dinheiro para aquecer a economia
Em dois meses, o Juros Zero já beneficiou mais de 400 micro e pequenos empresários, com financiamentos que somam R$ 6,58 milhões nos dois meses iniciais de vigência do programa.
O Governo do Maranhão pagará os juros integrais no limite R$ 92 milhões financiados por microempreendedores de todo o estado, mas os valores que passam a circular na economia são muito maiores: “Com o Juros Zero, os empresários se sentem mais motivados para financiar valores ainda maiores do que os R$ 20 mil cobertos pelo governo, uma vez que o financiamento acaba ficando mais barato. Isso significa que mais dinheiro circula, movimentando e aquecendo a economia”, diz o gerente de relacionamentos do Banco do Brasil, Marcelo Botelho.
O empresariado também se sente mais motivado a continuar investindo, como é o caso da artesã Gracimar Vaz, dona de uma loja especializada em artesanato há 18 anos no Centro Histórico de São Luís. Otimista em relação à recuperação da economia, ela aderiu ao Programa Juros Zero para repor o estoque: “Resolvi fazer o financiamento porque além de não ter o peso de pagar esses juros, acho que a situação está melhorando e as pessoas vão comprar mais”.

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