segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Natalino Salgado exalta revitalização do Palacete Gentil Braga, legado seu quando reitor da UFMA

Em razão de uma série de compromissos no Rio de Janeiro, onde passei alguns dias, não pude estar presente à cerimônia de reinauguração do Palacete Gentil Braga, sede do Departamento de Assuntos Culturais da Universidade Federal do Maranhão, cuja solenidade aconteceu no último dia 20.
A notícia da entrega daquele espaço, cuja reforma devolveu-lhe o esplendor dos bons tempos, me fez recordar os desafios que empreendemos quando exerci o cargo reitor da UFMA para que hoje essa realidade viesse a acontecer. Precisamente em 10 de fevereiro de 2015 assinávamos o contrato com a construtora ARCH Construções, responsável pelas obras que resgataram o Palacete da condição de abandono que se encontrava.
O desafio foi hercúleo: percorremos muitas instâncias, sensibilizando corações para a necessidade do investimento naquele que é, sem duvida, uma das mais belas expressões arquitetônicas de nossa cidade. reforma do Palacete que, além dos espaços existentes, também passa a contar agora com um cineteatro que ganhou merecidamente o nome de Aldo Leite, em homenagem ao nosso grande ator e diretor teatral que nos deixou no ano passado. Ganha a Universidade Federal do Maranhão, mas sem dúvida, ganha a cidade e o estado que passam a dispor de um espaço nobre para o cultivo da arte em suas múltiplas manifestações. Papel relevante nessa conquista teve o IPHAN, através de Katia Bogea e Marcelo Itapary, pela sensibilidade no trato com esse grande monumento.
Tive a oportunidade de afirmar em outros textos, o papel que o Departamento de Assuntos Culturais, agora de volta ao seu verdadeiro lugar, representa para a UFMA. Ao longo de sua existência, tem marcado sua atuação com projetos grandiosos como o Festival Maranhense de Corais (FEMACO), o Guarnicê de Cine Vídeo além de exposições de arte, concursos de poesia e literatura, sempre no intuito de estimular a criatividade, despertar a sensibilidade e possibilitar ricos momentos de interação cultural para engrandecer corações e ouvidos atentos.  
Tenho orgulho ainda de poder dizer que a preocupação com a valorização do patrimônio histórico e cultural da UFMA foram uma das tônicas de meu trabalho como servidor público que teve a oportunidade de dirigir  a maior e melhor universidade pública no Maranhão. Dediquei especial atenção ainda ao prédio conhecido como Palácio das Lágrimas, entre a rua da Paz e a rua 13 de maio, no centro da cidade, que abrigou a faculdade de Odontologia e de Farmácia por mais de 50 anos, bem como o Palácio Cristo Rei, hoje um belíssimo museu; o Fórum Universitário, que abriga o Mestrado em Direito, e em fase final de recuperação para ser o Palácio das Ciências Jurídicas; e ainda o complexo da Fábrica Santa Amélia.
O poeta que dá nome ao Palacete com certeza ficaria feliz em ver de volta a casa onde morou o doce aroma do viver artístico. Afinal, para além da existência humana, conservar eventos tradicionais, motivar e criar novas experiências artísticas faz parte da condição de ultrapassar a  perenidade. E nada mais revela com acurácia esse desafio do que a arte.

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