segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Instituto de Genética Forense reduz prazo de análises de amostras com equipamentos de ponta

 
As análises de amostras para identificar autoria de crimes ganharam mais agilidade e confiabilidade, desde a criação do Instituto de Genética Forense (IGF). O órgão, criado pelo Governo do Estado, integra a Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC) da Polícia Civil. Antes, todo material genético era enviado para fora do Estado e levava meses ou até anos para ser analisado. Com o IGF, este prazo reduziu para o mínimo de 15 dias.
O IGF do Maranhão é referência no Brasil por ser equipado com alta tecnologia de aplicação mundial, possuir a maior estrutura física entre os Institutos de Genética Forense do Brasil e utilizar o mesmo sistema de confronto e identificação da polícia estadunidense – o Combined DNA Index System (CODIS), do FBI. A demanda aumentou com a implantação do IGF e, além do Maranhão, foram realizados casos de outros estados, como o Tocantins e Roraima, bem como a colaboração para a realização de exames para estados já consagrados, como o Pará e São Paulo.
O instituto conta com equipamentos de ponta como o Puncher Semi-Automatizado, primeiro do Brasil, que analisa um grande volume de amostras, sendo utilizado nas análises de perfil genético dos condenados; um Pipetador Automatizado, que tem capacidade para analisar simultaneamente grande volume de amostras diminutas. A estrutura realiza ainda extração, coleta, tratamento e armazenamento de DNA extraído de qualquer material biológico, como sangue, unha, fio de cabelo, saliva, suor, pele ou ainda objetos, roupas e acessórios que possam ter alguma correlação com crimes.
O laboratório deve ampliar a atividade com a análise de DNA Mitocondrial, que são amostras com alto nível de degradação. “Estamos caminhando para essa inserção e será mais um diferencial, pois nem todos os laboratórios possuem estrutura para esse tipo de análise”, explica a diretora do IGF-MA.
 
A perita criminal e diretora do órgão, Christhiane Cutrim, enfatiza o grau de importância do laboratório para a solução de crimes. “O trabalho investigativo tem agora maior possibilidade de uma resposta imediata, mais fidedigna e praticamente incontestável, pois analisa o DNA, que é único para cada pessoa. É um laboratório recente, mas que já colabora em inúmeros casos no país”, reforça.
O trabalho da equipe do órgão maranhense foi reconhecido pela Polícia Civil do Pará. Publicada no Diário Oficial, a referência ao IGF-MA enaltece os peritos e técnicos pelo seu conhecimento e profissionalismo. “Recebemos com satisfação essa deferência. Trabalhamos compromissados com a missão. A tecnologia de automação que usamos é compatível com os grandes laboratórios do mundo”, enfatiza Christhine Cutrim.
A criação do Instituto de Genética Forense (IGF) segue lei estadual nº 10.038, de 13 de maio de 2015, e atende demanda da polícia técnico-científica para a investigação de crimes violentos letais intencionais e demais crimes hediondos. A equipe é formada por peritos criminais especializados em Genética Forense e Biologia Molecular.
Perícia minuciosa
O IGF realiza análise de amostras forenses coletadas em locais de crimes para identificação humana, confronto de vestígios, violência sexual e paternidade criminal. Trata-se de exame comparativo que, encontrado o perfil genético pode ainda ser confrontando com outras amostras e registros no banco de dados – estadual e nacional – cuja rede é integrada. No Brasil, existem 20 laboratórios para análises genéticas com o sistema CODIS, que passou a ser usado em 2011.
São amostras de perfis genéticos coletados de internos do sistema prisional, suspeitos (via ordem judicial), pessoas desaparecidas e seus familiares (neste caso, para auxiliar nas buscas) e vestígios coletados do local de crime ou da vítima com a finalidade de obter o perfil genético do autor do crime. Os materiais são encaminhados do Instituto Médico Legal (IML); do Instituto Laboratorial de Análise Forense (ILAF); do Instituto de Criminalística (ICRIM); do Centro de Perícias Técnicas para a Criança e o Adolescente (CPTCA); e de autoridades policiais.

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