sábado, 7 de julho de 2018

Manoel Henrique: uma breve reflexão sobre a eliminação do Brasil na copa

Foi cinco vezes campeão. Eu não era nascido nas duas primeiras. Era criança na terceira. Torci pela seleção nos dois últimos. Passei a torcer contra quando começou a patifaria de convocação por empresário. Essas duas últimas eliminações mostraram isso. Tite ficou sem opção no banco. Todas as substituições previsíveis. Levou dois jogadores do empresário dele, Fred e Thalysson, só para varolizá-los, porque a soberba já dava como certo o título. Convocou Fagner parado há dois meses, voltando de contusão. E tomou um passeio ontem nos contra-ataques. Nos 7x1, o passeio foi em cima da zaga, já que Thiago Silva, suspenso, não tinha reserva à altura. O convocado por Felipão para a função, Henrique, do empresário dele, não transmitia confiança nem ao próprio técnico. Quem acompanha o futebol além do período de copa do mundo sabe que Mano Menezes, enquanto técnico da seleção, não convocava Marcelo, preterido pelo fraquíssimo André Santos, que era de seu empresário, com o fim de valorizá-lo, até sua negociação para a Europa. Esse negócio de família Felipão, família Dunga ou família Tite é só uma forma de tentar justificar uma panelinha e não convocar quem está melhor no momento da copa.
Torci e continuarei torcendo contra a seleção brasileira - e não contra o Brasil, pois consigo diferenciar as duas coisas - enquanto a televisão determinar os horários dos jogos e transmiti-los para a própria praça, esvaziando os estádios. Enquanto a patrocinadora principal continuar determinando os amistosos da seleção. Enquanto a convocação for manipulada por empresários desde as divisões de base. Enquanto o critério de convocação for o histórico do jogador e não o momento técnico, inclusive de jogadores que jogam no Brasil e não somente na Europa.
Torço assim, porque o brasileiro, e o Brasil em geral, só dá valor ao resultado. Se todos os procedimentos forem corretos e o resultado der errado, então foi tudo errado. Se, pelo contrário, todos os preparativos forem errados e ao final der certo, então continua assim porque "time que está ganhando não se mexe".
Torço assim para que a CBF e o torcedor brasileiro um dia entendam, após sucessivas derrotas, que algo precisa ser feito, para que nossos clubes não fiquem com o pires na mão e tenham que se desfazer de suas pérolas ainda na adolescência, num fluxo que empobrece os clubes brasileiros e enriquece os empresários e os clubes da Europa.
Portanto, não cabe o comentário das redes sociais de querer chamar de "modinhas", "pulhas", "párias", "vergonhas da nação", "hipócritas", "comunistas" (em sentido pejorativo) quem torce contra a seleção brasileira. Modinha é quem torce somente de quatro em quatro anos e não tem a mínima noção das engrenagens do futebol. Pulha é quem não respeita a opinião dos outros e fica insultando genericamente quem discorda de si. Hipócrita é quem se diz patriota por torcer para a seleção brasileira e vende seu voto para o primeiro político que aparece. Esse sim é vergonha da nação.
Você pode não concordar comigo. Mas tem que respeitar meu direito de opção e de me manifestar. E o fato de discordar de mim não lhe dá o direito de me insultar, mesmo que de forma genérica.

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