quarta-feira, 18 de julho de 2018

Tratamento do Fígado: Procedimento inédito na rede pública do Maranhão é realizado no HU-UFMA


Técnica endovascular minimamente invasiva é denominada quimioembolização de tumor hepático

O Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA) deu mais um passo importante para a oferta de serviços de saúde à população maranhense. Trata-se de procedimento inédito na rede pública do estado do Maranhão, que é o tratamento endovascular minimamente invasivo denominado quimioembolização de tumor hepático.
Segundo o médico radiologista intervencionista do HU-UFMA, Raimundo Teixeira Junior, este é um tratamento paliativo que visa a diminuição do tamanho do tumor hepático (fígado) e/ou limitar seu crescimento. Proporcionando melhora da qualidade de vida e em alguns casos até mesmo aumentando a taxa de sobrevida. Por se tratar de um tratamento locorregional, onde a administração do quimioterápico se faz diretamente no tumor, existe uma menor incidência de efeitos adversos, e desta maneira, se alcança uma maior taxa de adesão dos pacientes ao tratamento, possibilidando um resultado mais satisfatório, que em alguns casos, permite que o paciente seja submetido ao tratamento curativo tradicional (cirurgia de ressecção ou transplante hepático). 
Bruce Bezerra, médico radiologista intervencionista do HU-UFMA, explica como é feito o procedimento. “Para ser mais fácil o entendimento, é como se fosse um cateterismo cardíaco, consiste em inserir um cateter por meio da artéria radial (braço) ou femoral (virilha) indo até a artéria hepática, que é a grande artéria nutridora do tumor. De forma bem seletiva, é feita a administração do quimioterápico dentro do tumor, causando a morte celular e a diminuição daquele tumor por falta de sangue e por falta de nutrientes, não comprometendo as estruturas vizinhas”.
A quimioembolização iniciou como um tratamento paliativo àqueles pacientes que não tinham critérios de cirurgia e/ou transplante, os dois principais tratamentos curativos do carcinoma hepatocelular (HCC). Hoje, o grande problema do HCC no mundo é que o diagnóstico é feito em uma fase mais tardia, em que até 80% dos pacientes não possuem mais critério de operabilidade. Mas, com a maior empregabilidade de exames de imagem de alta resolução obtêm-se uma quantidade maior de pacientes com o diagnóstico precoce e consegue-se operar depois do auxílio da quimioembolização.
O tratamento vai proporcionar ao paciente a redução tumoral de modo que ele permaneça na fila para um eventual transplante. É mais um arsenal para o cirurgião do aparelho digestivo e para o hepatologista tratar o paciente. Dessa forma, é possível colaborar com o tratamento desses tumores, que são muitas vezes agressivos e evoluem em um curto espaço de tempo. O paciente tem um curto período de internação, média de 1 ou 2 dias, além da diminuição dos efeitos colaterais, já que não há a circulação do quimioterápico por todo o corpo como na quimioterapia convencional.  
A chefe do Setor de Apoio Diagnóstico do HU-UFMA, Frankcelina Sandra de Sousa Lima, destacou a importância desse procedimento. “É um avanço significativo para a saúde de nosso estado. É um grande feito para a Instituição a oportunidade de oferecer tratamento de ponta à população tão carente de serviços de alta complexidade ofertados pelo SUS”. 
O procedimento foi realizado em um paciente do sexo masculino, 71 anos, pela equipe formada pelos médicos radiologistas intervencionistas Raimundo Teixeira de Araújo Júnior e Bruce Bezerra Martins; o cirurgião endovascular, Carlos Alberto Frias Neto e o residente da cirurgia vascular, Leandro Henrique Leão Freitas.

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