segunda-feira, 11 de março de 2019

ECONOMIA SOLIDÁRIA: O CAMINHO VIÁVEL PARA A ERRADICAÇÃO DA POBREZA


Após quase quarenta anos ininterruptos de concentração de renda e avanço da pobreza urbana e rural, o governo do estado tenta, num curto espaço de tempo reverter tal genocídio primorosamente levado a cabo pela decadente oligarquia Sarney.
Sabemos que a pobreza tem sua origem na exclusão do ser humano ao processo de mercado, e isso acontece por diversas razões que vão desde a impossibilidade de venda da força de trabalho por ser desqualificada, como também pela coerção via expropriação dos meios de produção e subsistência, sem desconsiderar, entretanto, a desigualdade quanto ao acesso de oportunidades. Por tudo isso, a superação da pobreza somente pode acontecer se e quando o agente econômico for capaz de participar do processo de mercado.
Como inserir os excluídos no processo de mercado sem expropria-los e com justa distribuição de renda? A resposta é simples e o governo Flavio Dino parece conhecer muito bem, investir e incentivar a formação de empreendimentos solidários, haja vista que esta é a nossa vocação econômica, a julgar pela importância da nossa agricultura familiar.
No Maranhão, a agricultura familiar destaca-se por sua significativa parcela de participação na atividade econômica. De acordo com os cálculos de um economista próximo, nossa agricultura familiar é a segunda maior do país, perdendo apenas para a da Bahia, e ao contrário do que poderia parecer, caso esta atividade deixasse de existir o setor de fertilizantes ligado ao grande capital, teria suas vendas diminuídas em 15%, seria o maior baque ocasionado pela ausência desta atividade, como vemos o pequeno não é insignificante.
Por isso mesmo, nossa vocação pode ser aprimorada a partir do incentivo aos empreendimentos solidários, caracterizados pela autogestão em que a figura do patrão é substituída pela figura do autônomo, a subordinação econômica é substituída pela emancipação política e a competição é substituída pela cooperação. Na realidade, a força dos empreendimentos de natureza solidária está no fato que eles não empregam pessoas para produzirem bens e sim produzem bens para empregar pessoas, com isso, finda-se a exploração do homem pelo homem e, a lógica do lucro dar lugar a moral cidadã. Ademais, por este sistema não há possibilidade de concentração de renda, que é a verdadeira causa
da desigualdade, pois uma vez suprimida a mais-valia o lucro deixa de existir e o trabalhador apropria-se dignamente da integralidade do fruto do seu trabalho.
Por tudo isso, a vantagem deste sistema é auto evidente , a título de comparação , enquanto estados outros, como seria o caso do Rio de Janeiro, Goiás, Rio Grande do Sul e Minas Gerais insistem no modelo de mercado excludente e concentrador de renda e, por isso mesmo brigam ferozmente para atrair empresas a partir da guerra fiscal, até o momento a única coisa que conseguiram foi diminuir arrecadação, aumentar o desemprego, concentrar renda, aumentar a violência e mendicância, quebrarem e, em casos mais dramáticos como o de Minas Gerais, dizimarem o meio ambiente e parcela significativa da população em troca de míseros royalties da Vale. Com toda certeza, após tamanha tragédia, a população estará em condição muito melhor se pautar sua economia a partir de empreendimentos solidários.
Por outro lado, na contramão do senso comum e, por isso mesmo, colhendo progresso social, o Estado do Maranhão a partir do governo Flavio Dino e com o notável desempenho da Secretaria de Estado do Trabalho e Economia Solidaria (SETRES), na figura do competente Jowberth Frank, inaugura um novo conceito de inclusão social, com dignidade, distribuição de renda equânime, emancipação política e econômica. Todavia, nem tudo são flores, pois o êxito de tal empreita depende de bons e coesos projetos, atentar para isso é uma condição singular para que esta herança seja de fato deixada ao povo maranhense e Flavio Dino cumpra seu legado.

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