sexta-feira, 14 de junho de 2019

Globo, Judiciário e incautos são os verdadeiros responsáveis pela crise da democracia liberal no Brasil


Sopram ventos malignos no planeta azul. Nossas vidas titubeiam no turbilhão de múltiplas crises. Uma crise econômica que se prolonga 
em precariedade de trabalho e em salários de pobreza. Um terrorismo fanático que fratura a convivência humana , alimenta o medo cotidiano e dá amparo à restrição da liberdade em nome da segurança. Uma marcha aparentemente inelutável rumo à inabitabilidade de nosso único lar, a Terra. Uma permanente ameaça de guerras atrozes como forma de lidar com os conflitos. Uma violência crescente contra as mulheres que ousaram ser elas mesmas. Uma galáxia de comunicação dominada pela mentira (Globo, Record e Redes Sociais), agora chamada de pós-verdade. Uma sociedade sem privacidade , na qual nos transformamos em dados. E uma cultura, denominada entretenimento , construída sobre o estímulo de nossos baixos instintos e a comercialização de nossos demônios. Existe, porém, uma crise ainda mais profunda que tem consequências devastadoras sobre a (in)capacidade de lidar com as múltiplas crises que envenenam nossas vidas: a ruptura da relação entre governantes e governados. A desconfiança nas instituições, em quase todo mundo, deslegitima a representação politica e, portanto, nos deixa órfãos de um abrigo que nos proteja em nome do interesse comum. Não é uma questão de opções politicas , de direita ou esquerda. A ruptura é mais profunda , tanto em nível emocional quanto cognitivo. Trata-se do colapso gradual de um modelo politico de representação e governança: a democracia liberal que se havia consolidado nos dois últimos séculos, à custa de lágrimas, suor e sangue, contra os Estados autoritários e o arbítrio institucional. Já faz algum tempo, seja na Espanha, nos Estados Unidos, na Europa, no Brasil, na Coreia do Sul e em múltiplos países , assistimos a amplas mobilizações populares contra o atual sistema de partidos políticos e democracia parlamentar sob o lema " não nos representam!" não é uma rejeição à democracia, mas à democracia liberal tal como existe em cada país em nome da "democracia real".

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