segunda-feira, 1 de julho de 2019

Projeto PATRINO agiliza o fluxo de doação de leite materno



Aplicativos orientam as mães a respeito do procedimento e facilitam o rastreio do leite entre as unidades de saúde
O Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA), vinculado a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), por meio do Núcleo de Telessaúde (NTS), em parceria com o Banco de Leite Humano, iniciou o “Projeto PATRINO – estreitando o relacionamento entre a sociedade e o Banco de Leite Humano (BLH)”, que busca orientar as mães a respeito da doação e facilitar o rastreio do leite entre as unidades de saúde. Idealizados por bolsistas do Núcleo de Telessaúde, a proposta é uma oposta para minimizar a mortalidade infantil no estado.

PATRINO, em esperanto, significa mãe, público alvo do projeto. O Esperanto é a língua artificial mais falada no mundo devido a sua simplicidade e pequena curva de aprendizado. Os criadores do projeto se conhecem desde o Ensino Médio, e a partir de uma lista de ideias, surgiu o desejo de proporcionar Cidadania no começo de suas graduações. Estudantes de Ciência da Computação da UFMA, Eduardo Vieira, Sebastião Nascimento, Arthur Costa, Layane Menezes e Pedro Carvalho, ficaram diantes da causa do BLH e viram a necessidade de investir em um projeto que melhorasse os índices de mortalidade infantil e, por conseguinte, o IDH do Brasil.

Eduardo Vieira, explica como funcionará o projeto. “O Patrino consiste em aplicativos destinados para três tipos de públicos: mães, equipe assistencial in loco e profissionais que lidam com a qualidade do leite materno nos laboratórios. A partir do uso de Inteligência Artificial será desenvolvido um sistema para analisar o histórico dos insumos, serviços e usuários dos Bancos de Leite Humano, com os dados disponíveis na base pública criada pelo MS e Fundação Oswaldo Cruz. Com isso, as unidades de atendimento poderão coordenar campanhas de doação com antecedência para evitar o desabastecimento. Por fim, apresentaremos a população técnicas para a coleta e a doação de leite, assim como os melhores recipientes para esta tarefa e ainda informações sobre a maternidade e a importância da amamentação”.

Sebastião Nascimento, conta um pouco da proposta e seus resultados. “Os aplicativos estão sendo finalizados e, em seguida, passarão para a fase de testes. Além de artigos publicados em abril, com este trabalho ficamos em 2º Lugar no 9º Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde e, em maio, em 1º Lugar no CoDeSiI (Competição de Sistemas de Informação Inovadores) organizado pela SBSI (Simpósio Brasileiro de Sistemas de Informação)”. Os bancos de leite humano formam uma rede extensa e complexa que levam a todo país serviços essenciais que garantem que recém-nascidos e mães possam usufruir plenamente dos benefícios do leite materno.

A equipe do BLH e do Telessaúde receberam a iniciativa de braços abertos, disponibilizando um dia da semana para que os alunos pudessem focar no trabalho para um desenvolvimento mais eficaz. O coordenador do NTS, Humberto Serra, ressalta a relevância do trabalho. “A ideia deles tem um alcance social maravilhoso, para além do HU-UFMA. É um projeto que é para o Brasil, para o mundo. O Hospital Universitário está entrando como piloto, devido a facilidade no acesso, e a equipe do BLH está sendo formidável nos fornecendo todo o nohall para entendermos melhor o fluxo. Se obtermos resultado positivo, pretendemos levar o projeto para Marly Sarney, Caxias, Imperatriz, enfim, expandi-lo”.

Ele complementa descrevendo suas expectativas com o projeto. “O núcleo entrou como apoiador, e provavelmente, em algum momento, iremos inserir algo de Telemedicina nesse projeto. Talvez a primeira entrevista da gestante com o profissional seja por via telemedicina, acredito que até lá o Conselho Federal de Medicina já aprovou essa resolução. No meu ponto de vista, o Patrino está perfeito. Ele vai sanar uma série de problemas, salvar muitas vidas, pois no momento em que eu posso identificar que a Marly Sarney está com pouco leite e aqui tem bastante leite, em tempo real posso solicitar a transferência via aplicativo, sem burocracia”. 

A coordenadora do BLH, Feliciana Pinheiro, expressou seu sentimento a respeito da novidade. “Para nós é um salto de qualidade, pois os aplicativos explicarão toda a cadeia de produção do banco de leite, com eficiência, resolutividade e precisão. Outro benefício está na transferência de dados para o virtual, reduzindo a utilização de materiais físicos e, no olhar do processo em tempo real, diminuindo a perda de material biológico. Estamos muito felizes com a experiência”.

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