quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Projeto de extensão contribui para a formação de radialistas comunitários em São Luís



Em parceria com a Associação Brasileira das Rádios Comunitárias (Abraço), Centro Universitário Estácio São Luís promove curso gratuito para radialistas comunitários

O Brasil tem cerca de 4,8 mil rádios comunitárias autorizadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), sendo 166 só no Maranhão. Sem fins lucrativos e com potência limitada, as rádios comunitárias espalhadas por todo o país levam informação, cultura, entretenimento e lazer às mais diferentes regiões e comunidades.

Apesar do grande número de emissoras desse tipo no país e do grande papel social que elas desempenham nas comunidades, muitos profissionais que nelas atuam como radialistas não têm formação na área. “Grande parte dessas pessoas cresceu no rádio e exerce a função por paixão e vocação”, revela Paulo Pellegrini, coordenador do projeto e professor do curso de Jornalismo do Centro Universitário Estácio São Luís.

Para contribuir com a formação dos profissionais da área e valorizar o papel das rádios comunitárias na capital, o Centro Universitário Estácio São Luís, em parceria com a Associação Brasileira das Rádios Comunitárias (Abraço), encerrou no último fim de semana a oitava turma do Projeto de Extensão “Capacitação para Radialistas Comunitários”.


Conteúdo e prática

O curso gratuito e aberto a profissionais da área chegou ao fim após 30 horas/aula, divididas em oito encontros semanais. As aulas se dividiram em duas partes. No conteúdo teórico, foram abordados conceitos ligados a rádio como: o que é entrevista, roteiro, script, discussões sobre a rádio digital e legislação radiofônica. E, na parte prática, gravando campanhas, spots, além de matérias com produções das próprias rádios onde os profissionais trabalham. “Durante o curso, não falamos apenas sobre rádio, nossa ideia é fazê-los produzir materiais que geralmente eles não produzem nas rádios, a maioria dos trabalhos é feita mesmo ao vivo e no improviso. Aqui, eles têm contato com toda uma realidade profissional”, explica Paulo Pellegrini.


Segundo o diretor da Abraço-MA, Fernando Cesar Moraes, não apenas os profissionais são beneficiados com o curso, mas a comunidade em que cada um deles atua também. “Por meio do curso, os profissionais são capacitados e incentivados a buscarem cada vez mais conhecimento. Assim, os ouvintes, a comunidade e a sociedade participam desse processo e também recebe os benefícios, afirma.

Com mais de cinco anos na rádio comunitária, a professora Neiliana Gatinho reconhece a importância da formação. “Faço rádio por paixão, mas até então não tinha um conhecimento teórico na área e agora sou certificada. Sou muito grata à Estácio pela oportunidade”, reconhece Neiliana.


“É muito gratificante perceber que o curso tem dado resultados e auxiliado na multiplicação dessa informações para outros locais. Esperamos que tudo que foi ensinado seja passado à frente, afinal, o conhecimento só tem sentido quando compartilhado”, destaca a Coordenadora do Curso de Jornalismo da Estácio, Lila Antoniere.

Rádio e mídias sociais

Convidada para palestrar durante o encerramento do curso, a coordenadora de Relações Públicas da Rádio Universitária, Talyanne Batalha, explicou sobre a importância das Mídias Sociais para as rádios comunitárias. “As rádios comunitárias não trabalham com publicidade ou propagandas, então, precisam encontrar meios de se relacionar com os ouvintes e também trazer empresas para futuras parcerias e apoios culturais. Afinal, não há uma lei que regulamente as mídias sociais das rádios comunitárias ou educativas, então elas podem anunciar no próprio Instagram da rádio. É uma maneira muito boa de ganhar apoio cultural e, assim, ter como manter a rádio”, orienta.

Mesmo com a possibilidade, a coordenadora alerta que não basta apenas usar as mídias, é preciso estratégia e planejamento. “O planejamento de conteúdo é fundamental. É preciso promover e gerar conteúdo sobre a rádio, aguçar a curiosidade e criar programas específicos para a mídia sem perder a identidade e essência da rádio comunitária”, recomenda.

Locutor de um programa evangélico da capital, Isaías Gomes ficou surpreso sobre como as mídias sociais podem ajudar nessa função. “Nunca havia pensando como as mídias sociais são importantes para uma rádio comunitária, por meio delas posso propagar ainda mais os conteúdos da rádio. Além disso, os meus ouvintes podem interagir comigo por meio do Facebook ou Instagram”, comenta.

Próxima turma

A próxima turma do curso se inicia em fevereiro de 2020. Para participar, os interessados precisam enviar um e-mail para o endereço abracomaranhao@gmail.com e repassar as seguintes informações: nome completo, emissora, município, número da carteira de identidade, e-mail e telefone. O curso dispõem de 20 vagas, exclusivas, para radialistas comunitários de todo o Estado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário