O projeto “Da rua para uma nova vida: alimentando sonhos, gerando oportunidades” será retomado a partir do próximo mês, com a realização de um curso de pedreiro de alvenaria, voltado para uma turma de 25 pessoas em situação de rua, na capital maranhense. Para tanto, a Defensoria Pública do Estado do Maranhão (DPE/MA) juntamente com o Ministério Público do Trabalho (MPT-MA), já parceiros da iniciativa lançada em outubro de 2020, celebrou convênio, na manhã desta quarta-feira (11), com o Senai Maranhão, um dos cinco maiores complexos de educação profissional do mundo.
Criado com a finalidade de qualificar e reinserir pessoas em situação de rua no mercado de trabalho, o projeto “Da Rua para uma nova vida” está em uma nova fase. Depois da turma de 20 alunos que teve a oportunidade de reconstruir suas vidas, participando de formação técnica na área de culinária e capacitação humanística, agora será a vez de beneficiar cidadãos interessados em dar os primeiros passos ou aprimorar técnicas na área da construção civil.
A iniciativa maranhense foi inspirada no projeto de empregabilidade “Mais Um Sem Dor”, promovido pelo MPT-GO, Justiça do Trabalho, Organização Internacional do Trabalho (OIT), Defensoria Pública e Senac. A experiência goiana envolve três projetos, que foram unificados: “Cozinha e Voz”, “Costurando Poemas” e “Longe das Ruas, Perto dos Sonhos”, todos com foco em população em situação de vulnerabilidade social.
Durante a assinatura do convênio, realizada na sede da DPE/MA, em São Luís, o defensor-geral Alberto Bastos, ao traçar um panorama do processo de expansão institucional, falou da necessidade de ampliar e fortalecer a atuação da Defensoria em favor das populações vulneráveis, na capital e interior. Por esta razão, o gestor parabenizou o representante do MPT pela sensibilidade do órgão de mais uma vez disponibilizar recursos provenientes de Ação Civil Pública, para custear ação do projeto, beneficiando quem mais precisa.
“Buscamos com essa ação, não somente a inclusão social, mas transformar a realidade dessa população vulnerável. E o Ministério Público do Trabalho e o Senai serão fundamentais para que isso ocorra”, destacou o defensor-geral.
Do encontro, saíram muitas propostas para ampliar a parceria em benefício de outros públicos atendidos pela Defensoria estadual. “Estamos muitos felizes em retomar essa ação, que foi paralisada em função das restrições impostas pela pandemia, porém, estamos ainda mais animados porque a nossa conversa foi muito frutífera, compartilhamos muitas ideias e, com certeza, a nossa atuação ganhará ainda mais com esse trabalho”, assinalou o subdefensor-geral Gabriel Furtado.
Serão empregados pouco mais de R$ 13 mil na realização do curso de pedreiro de alvenaria, que contará com uma carga de 160 horas. Ao Senai Maranhão, caberá a estrutura e disponibilização do corpo técnico que ministrará as aulas. Além disso, segundo o diretor regional da corporação, Raimundo Arruda, está prevista a articulação com empresas do setor de construção civil para garantir a doação de kits contendo as principais ferramentas, dotando o aluno não só de conhecimentos, mas também de instrumental básico para iniciar suas atividades laborais.
“É uma honra para nós fazermos parte de mais essa empreitada com a Defensoria, acreditando estamos contribuindo com o desenvolvimento social daqueles que precisam de oportunidade para reconstruir sua vida”, disse, acrescentando que é também intenção do Senai investir na capacitação de toda a família, também penalizada com problemas de todas ordens, incluindo o financeiro. “Queremos inseri-los nos nossos programas voltados para os desempregados”.
Também participaram da reunião a assistente social Guadalupe Barros, que integra o Núcleo Psicossocial da DPE/MA, e a consultora de Relações com o Mercado do Senai, Tamires Silva. “Só estávamos aguardando a assinatura do convênio para darmos início às aulas, uma vez que a turma já foi selecionada pela Secretaria da Criança e Assistência Social, que também é uma de nossas parceiras nesse projeto. A nossa previsão é iniciar até o próximo mês”, esclareceu Guadalupe Barros, coordenadora do projeto pela Defensoria maranhense.
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