“Entenda por que nossa alocação não contempla este tipo de ativo”
Clima de incerteza política e econômica que paira sobre o futuro da nação brasileira abre espaço para vários tipos de especulações, muitas absurdas outras levianas e apenas um número quase insignificante, factível. Apesar das elucubrações, devemos reconhecer que independente da natureza da especulação, há em todas elas certo grau de verdade. Nesse sentindo, chama atenção para a especulação atualmente em voga, qual seja: o confisco da poupança.
Circula pelas redes sociais e pela imprensa irradiada, a noticia acerca da possibilidade do governo confiscar os recursos aplicados na caderneta de poupança. Neste caso, ressaltamos que o confisco direto é uma hipótese remota e tecnicamente inviável dado o atual contexto, radicalmente distinto daquele presente na época do Plano Collor. Porém, existe outra natureza de confisco, este muito mais perverso por ser oculto, que ocorre de maneira indireta, e que vem sendo praticado violentamente pelo governo, prejudicando
apenas o trabalhador, o maior usuário desta modalidade de aplicação.
A natureza deste confisco indireto é perfeitamente visível quando utilizamos em nossas análises o principio fundamental do
investimento, qual seja: considerar em nossas analises o efeito da inflação. A inflação, não é outra coisa senão a perda de poder aquisitivo da moeda, dessa forma, quanto maior a taxa de inflação, menor o poder aquisitivo da moeda e, consequentemente, maior a quantidade de moeda necessária para trocar pela mesma quantidade de bens. Assim, todo e qualquer investimento, para que de fato represente criação de riqueza—isto é, possibilidade de maior aquisição de bens— deve obrigatoriamente possuir uma rentabilidade superior a taxa de inflação. Quando o inverso ocorre, isto é inflação maior
“HÁ CONFISCO NÃO APENAS DA
CADERNETA DE POUPANÇA, MAS
TAMBÉM DO PRÓPRIO PATRIMÔNIO FUTURO DO TRABALHADOR”.
que a rentabilidade do investimento, então ocorre uma perda de patrimônio, ou simplesmente destruição de riqueza.
A tresloucada política econômica levada a cabo pelo atual governo colhe agora os malefícios do excesso, a taxa de inflação medida pelo IPCA, registra alta de até 1,2 % no mês, algo bastante elevado para os padrões de estabilidade econômica. Porém, tal perversidade não é algo pontual e sim uma constante, conforme pode ser observado na figura abaixo:
Da mesma maneira, a rentabilidade da caderneta de poupança, para o período em questão, vem apresentando rendimentos medíocres, com rentabilidade não superior a 0,60% a.m conforme figura abaixo.
Quando comparados vis a vis, rendimento da caderneta de poupança e taxa de desvalorização da moeda, observa-se claramente que os recursos em caderneta de poupança vêm sendo confiscado continuamente, conforme se constata a partir da figura abaixo, que ilustra o rendimento real-isto é, descontada a inflação—da caderneta de poupança no período de Jan a Jun de 2015. Para o período em questão, o rendimento real da poupança foi negativo, ou seja, perdeu-se riqueza.
Assim, conclui-se que há confisco não apenas da caderneta de poupança, mas também do próprio patrimônio futuro do trabalhador que ocorre de maneira sutil via imposto inflacionário.
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