Gustavo Bueno, gerente de futebol da Ponte Preta, veio a público na tarde desta sexta (28) para falar sobre os últimos acontecimentos da Ponte Preta. Nessa semana, além da eliminação na Copa Sulamericana, a equipe teve a chegada de Ferron e Clayson, mas também a saída surpreendente de Pablo, que faz com a diretoria alvinegra corra atrás de mais um nome para a defesa no mercado.
“Nos pegou de surpresa. Não queríamos perder o Pablo. Sabemos que é uma perda significativa. Recebi um telefonema dele logo após o jogo da Chapecoense, dizendo que queria conversar comigo pessoalmente. E na quinta-feira ele me procurou e me apresentou essa proposta oficial do Bordeaux, da França, na qual o clube estava disposto a fazer o pagamento da multa contratual de 2 milhões de euros para ter a liberação dele. A gente tentou uma conversa com o atleta e seu representante, ofereceu um reajuste salarial para que ele permanecesse até o final do ano e depois disso poderíamos liberá-lo, mas infelizmente a equipe do Bordeaux ofereceu um salário que é quatro vezes maior que o dele aqui e mais quatro anos de contrato, então por direito de exercer o pagamento da multa, fez com que a Ponte tivesse que liberar o atleta”, explica.
O gerente de futebol reforça que em casos como esse não há o que fazer. “São situações que nós temos que liberar por força contratual, situações que ocorrem no mundo do futebol e fogem ao nosso controle. Mas não gosto de lamentar. Temos que pensar na frente e vamos atrás de outro zagueiro. A vinda do Ferron, importante dizer, não tem nada a ver com a saída do Pablo: trouxemos ele porque sentíamos a necessidade de mais um defensor, tanto é que com essa situação do Pablo vamos ao mercado para suprir essa saída. Vamos começar a ver alguns nomes pra captação de outro zagueiro”, reforça.
Gustavo lamentou a perda técnica com a saída de Pablo, mas ressalta, como um contraponto, que a Ponte teve lucro em contratá-lo a custo zero. “O Pablo veio no inicio do ano para a Ponte Preta com questionamentos, muitos achavam uma aposta, por ser um jovem. E também havia o interesse de outros clubes. Ele estava praticamente fechando com o Fluminense e uma das condições para que ele viesse para cá era esse percentual de 20% dos direitos econômicos para a Ponte Preta. Entendíamos que ele podia dar um retorno técnico para nós e deu. Foi o jogador com mais partidas feitas pela Ponte nesse ano”, diz.
O contrato que era até o final do ano que vem. “A Ponte Preta não gastou um real com a vinda dele e vai receber agora 400 mil euros e mais um valor de bonificação considerável. Não estou aqui querendo puxar sardinha, para dar um conforto para a torcida, mas para a Ponte Preta é um valor considerável, ainda que seja uma perda técnica muito grande. Não queríamos, tentamos de todas as maneiras propor um reajuste significativo, ele entendeu como uma ótima chance, é a independência financeira do menino. Temos que aceitar e pensar para frente, buscando o nosso caminho”, diz.
Gustavo acredita que, ficando na série A, a Ponte poderá competir ainda mais dentro do mercado em 2016. “A manutenção da Ponte Preta no campeonato brasileiro da série A, com reajuste de cota, aumento de patrocínio e presença significativa da torcida, vai nos dar condição de viabilizar um aporte financeiro para contratar um outro jogador. Quando você compra um jogador, exerce essa compra, ele é teu. Quando essa situação não acontece você cria um modelo de contrato para ter um melhor nível possível. O Rodinei, por exemplo, teve proposta e não saiu porque ele e seu empresário entenderam que era melhor para ele ficar. Cada caso é um caso”, afirma Gustavo, que fala ainda sobre a chegada de duas contratações na semana.
“O Clayson é um jogador jovem, que tem as características muito parecidas com as do Biro Biro. O Doriva acredita muito na performance desse atleta. Tem grande potencial, já trabalhou com o nosso técnico e acreditamos que pode nos ajudar muito. O Ferron já passou pela Ponte Preta e todos se lembram dele. Realizar 143 partidas com a camisa titular não é para qualquer um. Só esse fato por si só já credencia ele a voltar. Foi uma receptividade muito boa por parte de todos e esperamos que ele possa nos ajudar”, afirma.
O gerente é sincero ao afirmar que a briga da Ponte no Brasileiro é pela permanência na primeira divisão. “A realidade da Ponte Preta hoje é a campanha de manutenção. Queremos mais, mas temos que trabalhar dentro de uma realidade. E ao contrário do que muita gente pensa, a Ponte entrou na Copa Sulamericana para passar de fase e buscar algo maior, mas algumas situações de atletas que tivemos nos obrigaram a usar uma equipe alternativa, foi uma decisão correta. Basta ver que o Borges contra o Grêmio sentiu e vai ficar fora um tempo. O Biro Biro continua com problema de lesão, assim como o Gilson. Então não criamos fato nenhum para ficar de fora, tivemos dificuldade com lesão assim como outros clubes tiveram. É uma situação que não acontece só com a Ponte. Tentamos passar, queríamos muito, mas não aconteceu. Então vamos focar no Brasileiro, buscar chegar mais longe, mas o primeiro passo é a manutenção, porque assim melhora a cota futura e deixa o clube cada vez mais forte”, acredita.
Gustavo valoriza a atual gestão da Macaca. “A Ponte Preta vem conseguindo honrar seus salários, tudo em dia, o que hoje é um fator preponderante para disputar um campeonato longo com o Brasileiro. Não temos problemas quanto a isso e é importante colocarmos essa situação para a torcida. Não é fácil manter um elenco na Serie A de uma competição onde a diferença financeira para muitos clubes é grande. Esperamos terminar o ano bem, se Deus quiser, e dentro das nossas limitações considero que estamos fazendo um campeonato bom. Não entramos em nenhuma rodada na zona de rebaixamento, fizemos contratações pontuais, acredito que o planejamento está dentro do que esperávamos”, completa.
Pablo dá adeus
O zagueiro Pablo se despediu dos colegas na tarde de hoje e embarca e breve para Bordeaux para passar por exames – se for aprovado e o valor da multa depositado na conta da Ponte Preta, o negócio estará concretizado. “Agradeço a tudo que a Ponte fez por mim. Fico triste em sair pela amizade, o carinho de todos que me deram aqui, o apoio da torcida. Mas é uma oportunidade de eu fazer carreira internacional, com todo empenho, então por esse lado é uma sensação boa , pois todo atleta almeja ser reconhecido em seu trabalho.”
O jogador revela que a negociação com o time francês foi uma surpresa até para ele. “Sabia que podia chegar algo porque sempre é possível, mas a janela estava fechando e não tinha nada, foi uma surpresa e um baque pra todo mundo. Até eu fui pego de surpresa, foi muito rápido o que aconteceu”, diz.
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