Edivaldo Jr. mostra-se incapaz de comandar gestão, dizem vereadores

Após 120 dias do novo mandato, prefeito reduziu os ritmo de trabalho que mostrou nos quatro meses antes da eleição para Prefeitura de São Luís em 2016

Edivaldo Júnior mudou postura que vinha mostrando antes das eleições de 2016 e vereasdores reclama

Pré-campanha eleitoral de 2016 mostrava um prefeito de São Luís engajado e dentro das comunidades ouvindo demandas da população e com máquinas em várias ruas. Eram inaugurações de reformas de escolas, praças e muita propaganda. Quatro meses após tomar posse do segundo mandato de prefeito, Edivaldo Holanda Júnior (PDT) reduziu drasticamente seu ritmo de trabalho na cidade e os compromissos assumidos meses antes estão longe de serem cumpridos.
Os 100 primeiros dias de gestão do segundo mandato de Edivaldo Júnior pode ser resumido à entrega de sementes em comunidades da Zona Rural de São Luís. Sem inaugurações de praças, sem vistoria em obras, sem anúncios de operação tapa-buracos ou asfaltamento nos bairros da capital.
Isso pode ser percebido pela redução das propagandas da Prefeitura de São Luís, andando pelas ruas da cidade e também pela dezenas de proposições dos vereadores da capital cobrando principalmente asfalto, reforma de escolas e limpeza das vias públicas.
Além de fazer os requerimentos, os vereadores passaram a cobrar na tribuna da Câmara Municipal ações concretas do prefeito Edivaldo Júnior com respostas às demandas dos parlamentares.
Pelo menos cinco vereadores já se posicionaram criticando o prefeito. Antes, o pedetista tinha somente dois parlamentares, Estevão Aragão (PSB) e Francisco Chaguinhas (PP), desta nova legislatura que faziam crítica a sua gestão.
O vereador Aldir Júnior (PR) foi um dos primeiros a mudar de discurso na Câmara em relação ao prefeito. Há uma semana, ele reclamou e chegou a dizer que Edivaldo Júnior é incapaz de resolver os problemas da cidade.
“O sentimento é de indignação e tristeza. A minha revolta é a revolta da população. Hoje os motoristas estão caindo num buraco para escapar de dois”, disse o parlamentar.
O vereador Marquinhos Silva (DEM) também mudou a postura nas últimas semanas e iniciou onda de críticas à gestão municipal principalmente na área de Educação. “A minha mudança de postura foi em função dos inúmeros problemas da educação no nosso município. Desde o início desta legislatura tenho cobrado melhorias no setor, mas temos observado que o prefeito Edivaldo não consegue reagir diante do caos instalado”, afirmou o democrata.

Comissão especial
O vereador Francisco Chaguinhas propôs na Câmara Municipal que uma comissão especial fosse criada para que o Legislativo pudesse acompanhar o encaminhamento e as respostas da Prefeitura de São Luís as demandas dos vereadores. A comissão ainda não foi criada e não há contabilizados quantos requerimentos foram encaminhados a Prefeitura e se houve resposta do Poder Executivo.
“Dentre esses três mandatos aqui na Câmara, vejo que o Executivo Municipal não se importa com os requerimentos aprovados. Se a gente for tirar de 500 aprovados, o prefeito não atendeu nem 5% dos pedidos. Seja por desprezo pelo Legislativo, seja para ocultar o que faz e evitar a crítica, a prefeitura atropela a transparência”, disse Chaguinhas.

Maioria de eleitos apoiou Edivaldo

Na campanha eleitoral de 2016 no segundo turno, o prefeito Edivaldo Júnior, candidato à reeleição, obteve o apoio de 22 dos 31 vereadores que fariam parte da atual legislatura. Eles fizeram campanha e levaram suas bases políticas para votar no pedetista. Logo após ser eleito, o pedetista recebeu os vereadores e assumiu o compromisso de atender as demandas dos que o apoiaram. Assim como os compromissos assumidos com a população, os assumidos com os parlamentares ainda não saiu do discurso.

Astro de Ogum diz que apoia vereadores

O presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Astro de Ogum (PR), também se posicionou sobre a relação da Prefeitura com os parlamentares da capital. Ele manifestou apoio aos colegas de parlamento insatisfeitos com o prefeito Edivaldo Júnior durante sessão.
Em breve comentário, Astro de Ogum disse ter compromisso político com os 31 vereadores da Câmara e também assegurou total empenho em favor do Legislativo Municipal.
“A Mesa Diretora desta Casa tem se buscado entendimento em todos os setores. Agora mesmo estou vindo de resolver problemas externos da Câmara. Já disse e vou repetir: fui eleito pelos 30 vereadores e mais o meu voto. O meu compromisso, é com vocês”, disse.

Parlamentares reclamam de descaso com Legislativo

Na questão da relação do Poder Executivo com a Câmara Municipal, o descontentamento alcança mais vereadores. Além de não conseguirem contato com o gestor, os vereadores reclamam também do desprestígio dos parlamentares com os auxiliares do prefeito.
“Tenho inúmeros requerimentos solicitando a Prefeitura serviços de asfalto para muitas comunidades da Zona Rural. E não são atendidas. Além disso, tem o compromisso já assumido na campanha de uma creche para Zona Rural e nada ainda foi concretizado. O prefeito, infelizmente, mantém a postura de atender quatro ou cinco vereadores em um parlamento com 31”, afirmou o vereador Francisco Carvalho (PSL), vice-presidente da Casa.
Cézar Bombeiro, vereador do PSD, também reclamou que não tem as demandas atendidas pelo município. “Fui eleito, estou nesta Casa há quatro meses, e até agora, ainda não conversei com o prefeito. Estou do lado do questionamento do colega Sá Marques (PHS) feito aqui nesta Casa: o que estamos fazendo aqui então?”, disse.
Sobre os descontentamento dos vereadores, o secretário Municipal de Articulação Política, Hélio Soares, disse somente que é normal do parlamento das reclamações por atendimento de demanda.
Segundo ele, são 31 vereadores que têm pedidos diversos a Prefeitura. “No parlamento, reclamações são normais. Temos 31 vereadores que pensam diferente. O que tentamos fazer é coordenar de forma que todos sejam ouvidos e atendidos”, afirmou Soares.
Mesmo diante das críticas mais recentes, o secretário garante que a relação da Prefeitura de São Luís com a Câmara é boa. “Se tem algo fora do lugar, podemos ajustar”, declarou.