quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

SEIR participa da Semana do Bebê Quilombola de Bequimão

 

‘O direito à sobrevivência e ao desenvolvimento da criança quilombola’ é o tema de um evento que está sendo realizado no município de Bequimão na ‘4ª Semana do Bebê Quilombola’ e que, além de discutir as políticas sociais voltadas para a infância, promove também uma série de oficinas e atividades lúdicas e culturais envolvendo as comunidades rurais quilombolas daquele município. O projeto tem sua culminância hoje, 30, com uma passeata pelas ruas da cidade.

Realizada desde 2013, o evento já tem suporte legal em lei municipal que ordena e regulamenta a realização das atividades da Semana do Bebê Quilombola, que deve desenvolver ações voltadas à promoção das famílias e de crianças na faixa etária de 0 a 6 anos de idade, visando a melhor qualidade de vida destes moradores de quilombos.

Os debates e oficinas são abertos à população e procura envolver os pais, mães e demais familiares, bem como cuidadores e moradores das comunidades que são direta ou indiretamente envolvidas no desenvolvimento da primeira infância. A quilombola Alaíde Amorim, moradora da comunidade Pericumã, disse que sente-se muito feliz em participar das palestras. “Estou muito feliz com este projeto que traz informações para melhorar nossa qualidade de vida e nos ensina a cuidar de nossos filhos e netos e de todas as crianças do quilombo”.

A motivação para a realização de toda a programação é a realidade social vivida pelas crianças quilombolas na primeira infância: problemas de saúde, baixo peso, doenças e verminoses, negliglência, abusos, falta de higiene, subnutrição,
subregistro e racismo e outras situações de vulnerabilidade social a que estão expostas.

Para a gestora da política de igualdade racial do município, Dinha Pinheiro, o município avançou no atendimento das famílias e bebês quilombolas. “Estamos realizando a quarta Semana do Bebê Quilombola de Bequimão e podemos contabilizar avanços nas políticas voltadas para este público: redução da mortalidade infantil, mais atendimento médico às mães gestantes, campanhas especificas de vacinação nos quilombos, efetividade do programa de saúde bucal nas escolas quilombolas e seus anexos, melhor infraestrutura de acesso às comunidades, aumento de matrículas de crianças e jovens, mais eficácia da busca ativa, atendimentos do Cras e Creas aos quilombolas em situação de vulnerabilidade e outras”.

Além de sensibilizar e mobilizar as próprias famílias dos quilombos, a Semana do Bebê Quilombola também busca estimular os gestores públicos locais e demais lideranças políticas e comunitárias para efetivar políticas públicas que atendam as demandas da primeira infância, garantindo o desenvolvimento integral dos bebês e crianças até os 6 anos.

Rosenilde Rodrigues, liderança quilombola da comunidade Ariquipá, esclarece sobre o desenvolvimento do projeto. “A Semana do Bebê Quilombola não se resume somente às atividades realizadas nestes dias. Acontece durante o ano todo nas comunidades buscando conscientizar os quilombolas adultos, jovens e crianças de seus direitos e deveres e atuando junto aos poder público cobrando para que se aplique as políticas publicas que tragam benefícios para os quilombolas”.

A SEIR participa das atividades promovendo oficinas e atividades lúdico-culturais com crianças e jovens. Eduardo Filho, gestor de quilombos da pasta, disse que toda a programação busca conscientizar os quilombolas e agentes públicos para o pleno desenvolvimento das crianças. “Este projeto da Semana do Bebê Quilombola é um evento que, além de conscientizar os próprios quilombolas de seus direitos, trabalha também com os gestores das diversas secretarias municipais, a fim de que as políticas públicas do município possam reduzir as desigualdades”.

Iracema Amorim, assessora de saúde da SEIR, informa sobre as atividades desenvolvidas pelos servidores da pasta. “Estamos incluídos na programação da Semana do Bebê Quilombola desde o ano passado, com palestras voltadas para adultos e jovens sobre o fortalecimento da identidade étnica e também com oficinas lúdicas para as crianças, com atividades de jogos e brincadeiras para o desenvolvimento psicomotor e também da sociabilidade”.

Neste ano, com onze comunidades participando das atividades, a coordenação do evento focou na paternidade responsável, conscientizando os jovens para as responsabilidades familiares e comunitárias. Palestras como o tema ‘Saúde dos adolescentes, adolescência, sexualidade e gravidez na adolescência’ e ‘Drogas e violência’, chamaram a atenção da juventude quilombola.

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