domingo, 30 de junho de 2019

A farsa das elites e a encruzilhada da nação


Desmascarada a 'República de Curitiba', a questão crucial agora é revigorar a democracia e repactuar um projeto de desenvolvimento soberano, em meio à desordem do mundo neoliberal
Tornou-se límpido como água de mina: a engrenagem posta em movimento em 2014 com o nome de Lava Jato, autodenominada ‘a maior investigação de corrupção da história, servia de biombo a uma farsa jurídica, cujos detalhes emergiram agora de forma devastadora nos diálogos de bastidores da operação revelados pelo Intercept. 

Gravações amplamente compartilhadas pela sociedade nesse momento soam como diálogos de um filme de Costa Gavras, o mestre do cinema político.

Um comando secreto, liderado por um juiz de província americanófilo e direitista, arquiteta a prisão do maior líder popular da história brasileira, que encabeça a corrida à presidência da República e precisa ser detido para não levar a esquerda ao poder pelo quinto mandato consecutivo.

Todos sabiam que era assim. Mas agora a hipocrisia e o cinismo perderam o chão das aparências.

Mais que um filme, a realidade política dos últimos cinco anos avulta aos borbotões para desmentir a narrativa dominante. Aliás, como sempre alertaram os críticos da República de Curitiba.

Entre eles perfila Carta Maior, que reunirá num Especial (Dossiê) uma panorâmica das perdas e danos destes cinco anos e dos desafios que eles colocam ao resgate progressista da nação brasileira.

Não será uma empreitada para nostalgias ou ilusões.

Estamos diante de um dos mais fulminantes processos de desmonte econômico de um país com simultânea desidratação do seu sistema democrático o que, vale dizer, obstruiu os já frágeis canais de participação da vontade popular sobre os destinos da sociedade, destruindo o nosso bem mais precioso. A nossa soberania.

É uma reprise do que já aconteceu em Cuba, Chile, Irã, Nicarágua, Cuba, Afeganistão, Iraque, Síria, Iemen, Somália, Líbia, Níger e Venezuela, em todos os casos fortemente apoiados pela grande imprensa americana e seus parceiros nacionais. 

Durante um quinquênio, um moto-contínuo de sobressaltos cuidadosamente injetados na opinião pública com o denso lubrificante de um jornalismo cúmplice, colocou a democracia e a subjetividade nacional de joelhos.

A quinta maior demografia do planeta, oitava maior economia do mundo, detentora das maiores reservas de petróleo descobertas no planeta no século XXI, foi sacudida e fragilizada até a prostração.

Restou uma montanha desordenada de reputações em ruína. A ociosidade industrial alia-se ao desemprego alarmante. O empobrecimento que invadiu os lares da classe média trouxe de volta a fome às periferias. A fragilização do Estado alavanca um voraz processo de desemancipação social com a supressão do direito e da autoestima, fechando o cerco da orfandade social e nacional.

A deriva deixa clara uma determinação de estripar todas as dimensões da soberania, sem a qual não há projeto de desenvolvimento, nem democracia que se sustentem.

Nos dentes da engrenagem expropriadora foram mastigados o PT e demais organizações progressistas.

Estatais e bancos públicos que dão escala econômica e estratégica às políticas de interesse nacional definham.

Grandes empresas que detém a expertise necessária aos projetos estruturantes de infraestrutura agonizam em desmanche criminoso. 

O país aguarda ansioso que o extraordinário trabalho jornalístico do Intercept revele os conteúdos dos acordos de leniência assinados por “livre e espontânea pressão” e produzidos ao arrepio da Lei e das devidas autorizações dos órgãos públicos do Estado brasileiro e sob forte coação prisional.

O posicionamento internacional do país amesquinhou-se num alinhamento servil aos ditames norte-americanos.

Uma afinada aliança entre a mídia, a escória, o judiciário e a plutocracia local e global liquidou o abrigo de identidade entre o povo e a nação e legitima a extinção dos laços e obrigações da nação em relação ao seu povo, sobretudo os mais humildes.

O país todo foi ardilosamente colocado sob a regência de um único poder ordenador: o mercado, sobretudo o seu braço financeiro internacionalizado.

O governo age como uma tropa de ocupação orientada à predação e ao saque do próprio povo. 

O barco convulsionado flerta com o naufrágio sob a batuta de um comodoro desequilibrado, adestrado em tuitar tagarelices e insultos, mas incapaz de liderar e construir.

Sua missão é outra.

Bolsonaro foi escolhido pela desastrosa aptidão para rebaixar, agredir, destruir, desarticular e promover a desordem que torna um povo órfão e a nação desossada.

Tombam um a um todos os contrapontos institucionais, sociais e econômicos erguidos secularmente como limite à ganância omnívora da elite que produziu uma das sociedades mais desiguais do planeta – aqui, 28% da riqueza está nas mãos do 1% dos endinheirados, contra média mundial de 22% -- lembra Thomas Piketty. 

O alvo zero da gula atual é a nossa soberania, sem bombas, sem tropas adotam o modelito da Guerra Híbrida, contra as nações e o Lawfare contra personalidades.

Lula e a Carta Cidadã de 1988 são os grandes obstáculos. A nossa constituição nunca foi aceita pelas elites, promulgada em 5 outubro de 1988, desde logo foi atacada, principalmente durante os oito anos de governo FHC.

As vitórias de Lula e do PT, em 2002, 2006, 2010 e 2014 jamais foram aceitas pelo conservadorismo e pelo grande capital nacional e internacional.

A Constituinte que encerrou a ditadura jamais foi digerida pelos conservadores por ter nascido a contrapelo da ascensão neoliberal no mundo, graças à força acumulada pelas ruas na luta por democracia .

Destruí-la dá sentido funcional à aberração elevada ao poder em 2018.

Lembremo-nos, 'desconstitucionalizar' a economia era a pedra angular também do programa presidencial do tucano Geraldo Alkmin, cujo 'posto Ipiranga' chamava-se Pérsio Arida.

Depois das quatro tentativas fracassadas do PSDB de completar o serviço iniciado por Fernando Henrique Cardoso, e na iminência de um novo revés nas urnas de 2018, decidiu-se convocar as estrebarias.

Os diálogos agora revelados pelo Intercept mostram a ação coordenada das cocheiras nesse mata-leão no pescoço da história.

A ressignificação constrangedora da palavra Brasil no ambiente internacional resulta da ecumênica percepção, agora documentada, de uma regressão a galope. Minuciosamente planejada e imposta a uma sociedade aturdida e manipulada por quem deveria informá-la e esclarecê-la com isenção.

Antes de ser a profilaxia ética avocada por torquemadas, descortina-se assim de forma cristalina a ação de um “condomínio” criminoso e demolidor, formado pela aliança da mídia com a escória, o dinheiro, o sistema jurídico, setores militares e o Departamento de Estado norte-americano.

É isso que mostram os diálogos prontos para o filme do Costa Gravas revelados agora pelo Itercept.

Não há espaço para a ingenuidade.

Nada disso se faria sem a cobertura da espionagem, o respaldo militar e econômico do grande interesse norte-americano em subjugar a maior economia ocidental em luta pelo desenvolvimento, fortalecida pela descoberta das gigantescas reservas do pré-sal e do horizonte de soberania econômica e tecnológica que elas propiciam.

O intento do saque devastador requer ilegalidade e violência.

A Lava Jato agiu cirurgicamente como um pistoleiro de aluguel.

Desencadeou a emboscada no lusco-fusco das fragilidades quando um ciclo do desenvolvimento havia se esgotado e outro teria que ser repactuado.

Entre as escolhas disponíveis a supremacia do mercado sobre os interesses sociais e nacionais dificilmente teria a preferência das urnas.

Como não a teve desde 2002.

E as pesquisas indicavam não teria também em 2018.

É forçoso reconhecer, porém, o condomínio golpista foi bem sucedido, pelo menos até aqui.

O desmonte da nação pode ser documentado em múltiplas frentes, erguendo uma muralha de entulho que secciona as linhas de passagem entre o presente insuportável e a reinvenção do futuro brasileiro.

O conjunto coloca obstáculos estruturais novos às forças democráticas e progressistas determinadas a resgatar a soberania da nação e repactuar o seu desenvolvimento.

A nostalgia do ciclo anterior não serve de resposta às novas cobranças da história.

O mundo vigente entre 2002 e 2014 não existe mais.

A geopolítica foi alterada; a globalização está em xeque; a agenda conservadora é uma força afluente destrutiva e violenta.

Tentar repetir o ciclo exitoso anterior, nos mesmos moldes, apenas reafirmará o seu esgotamento em um novo colapso antecipado, possivelmente arrematado por um golpe ainda mais violento.

A determinação profunda desse acirramento dos conflitos não pode ser subestimada.

A humanidade toda sofre os abalos da crise de esgotamento do projeto neoliberal imposto a um planeta esmagado em desequilíbrios sociais e ambientais sistêmicos.

O vórtice da tempestade é a desordem financeira.

Um estoque sem igual de riqueza fictícia arde nas mãos dos mercados em todo o mundo em busca de abrigos de mais valia para proceder à transfusão capaz de evitar a desvalorização abrupta, da qual 2008 foi um prenúncio.

Reconduzir a riqueza financeira aos trilhos da produção e da emancipação social é um dos novos requisitos da soberania para o desenvolvimento. 

O objeto em questão empenha-se neste momento, aqui e em todo mundo a uma dança das cadeiras ensandecida.

Não há contrapartida de lastro material que acomode a monstruosa ciranda especulativa.

A montanha de direitos de saque sobre a riqueza planetária equivale hoje ao dobro do PIB mundial: US$ 170 trilhões contra US$ 80 trilhões, respectivamente.

E não para de crescer.

Em contrapartida, a fatia do PIB norte-americano destinada ao trabalho, por exemplo, caiu de quase 69%, antes de crise de 2008, para 66,4% agora.

Que isso ocorra no capitalismo mais forte do planeta, onde a economia cresce há dez anos e ostenta uma taxa de desemprego (visível) a mais baixa em meio século (3,6%), só faz confirmar a atual natureza desagregadora da lógica dos livres mercados que se quer impor aqui a ferro e fogo.

A incerteza, a angústia, o desemprego embutidos nesse paradoxo que asfixia a classe média do campo e das cidades, explicam o crescimento da xenofobia, do nacionalismo, dos líderes extremistas e do vento fascista que sopra em todas as latitudes.

As forças democráticas e progressistas brasileiras não podem subestimar as responsabilidades organizativas e programáticas que esse divisor coloca.

A principal delas é recuperar a coerência entre o projeto de democratização social para o Brasil e a contrapartida de aglutinação dos recursos necessários à retomada do investimento produtivo –o que requer o enfrentamento do poder financeiro, só viável com a nucleação do poder popular que gere a força e o consentimento amplo para resgatar a soberania e a credibilidade à luta pelo desenvolvimento neste longo amanhecer do século XXI.

Dino responde a Moro e registra ataques bolsonaristas às instituições


Em resposta a Sérgio Moro, que escreveu em seu Twetter "Eu vejo, eu ouço. Lava Jato, projeto anticrime, previdência, reforma, mudança, futuro", o governador do estado Maranhão se manifestou, também no Twetter, dizendo que via e ouvia agressões contra o Congresso Nacional e o Supremo, pedidos de “intervenção militar”, tentativas de desqualificar a liberdade de imprensa, defesa de ilegalidades absurdas e abjetas, brigas fascistas. "É só uma questão de abrir bem os ouvidos para ouvir certinho", enfatizou.


Eu vejo, eu ouço. Agressões contra o Congresso Nacional e o Supremo, pedidos de “intervenção militar”, tentativas de desqualificar a liberdade de imprensa, defesa de ilegalidades absurdas e abjetas, brigas fascistas. É só uma questão de abrir bem os ouvidos para ouvir certinho.

O mais importante militante negro de quem você nunca ouviu falar



Hubert Harrison foi um dos primeiros socialistas negros nos EUA, um forte defensor da igualdade racial e um pioneiro da análise de como os capitalistas usam o racismo para dividir a classe trabalhadora. Ele merece ser lembrado.
Hubert Harrison, sentado à esquerda, e Elizabeth Gurley Flynn, líder do International Workers of the World (IWW) , e Bill Haywood, sentados à direita, organizaram a Paterson Silk Strike, em 1913. (American Labor Museum)
Hubert Henry Harrison é o mais importante militante negro do qual você talvez nunca tenha ouvido falar. Enquanto outras figuras importantes do movimento negro, de W. E. B. Du Bois a Ella Baker e Malcolm X, são homenageadas, desde nomes de rua a selos postais, Harrison permanece nas sombras, em grande parte desconhecido, exceto por especialistas em história negra. Em seu tempo, no entanto, foi uma figura que estava ao lado de gigantes como Marcus Garvey, Ida B. Wells e A. Philip Randolph.

Foi também um dos primeiros socialistas negros nos EUA. E desenvolveu, no Partido Socialista, uma análise de como o capitalismo produz a desigualdade racial, e pressionou o movimento dos trabalhadores a lutar diretamente contra ela. Membro da ala esquerda do partido, Harrison foi expulso durante as lutas de facção antes da Primeira Grande Guerra. Criou então seu próprio jornal e liderou o movimento negro no Harlem após a guerra.

Ao longo de sua breve vida, Harrison insistiu em ligar a luta contra a opressão racial à luta contra o capitalismo. O trabalho de sua vida inspira hoje aqueles que tentam se juntar a essas duas lutas.

Harrison nasceu em Saint Croix, uma pequena ilha do Caribe, em 1883. Aos sete anos de idade, trabalhava como empregado doméstico. Quando sua mãe morreu em 1898, ele imigrou para Nova York, onde terminou o ensino médio e conseguiu um emprego nos correios. Logo se tornou um líder intelectual, organizando grupos de discussão política entre seus colegas de trabalho e se lançando na cena de palestras e debates de rua em Nova York.

Um forte defensor da igualdade racial, Harrison logo entrou em conflito com a figura política negra mais importante de sua geração, o acomodacionista Booker T. Washington. Harrison escreveu uma carta ao jornal New York Sun criticando a afirmação de Washington de que "os estados do Sul oferecem aos negros chances melhores do que quase qualquer outro país do mundo".

Harrison criticou Washington por seu silêncio sobre os ultrajes do racismo e o acusou de manter sua posição como líder da raça "pela graça dos brancos que escolhem os líderes das pessoas de cor".

Washington nunca se dignou a responder através da imprensa; em vez disso respondeu usando sua posição como distribuidor de empregos para negros, mandou demitirem Harrison dos correios.

Mas o plano de Washington fracassou - menos de um mês depois de perder seu emprego, Harrison foi contratado como palestrante e organizador do Partido Socialista, que era uma grande organização, particularmente em Nova York, ao qual Harrison se filiou em 1911. Em todo o país, os socialistas ganhavam eleições para câmara municipais e assembléias estaduais; em Wisconsin, o líder socialista Victor Berger conseguiu uma vaga naCâmara Federal. Mas o partido não ia bem entre os trabalhadores negros apesar do forte debate, desde sua fundação, sobre a “questão racial”.

A tarefa de Harrison foi mudar isso. Tendo sido contratado como organizador durante a campanha municipal de 1911, a missão do jovem intelectual era aumentar o apoio ao partido entre os eleitores negros. Ele se mostrou extremamente eficaz, sendo pioneiro no uso de materiais de campanha socialistas dirigidos aos negros. O resultado foi bom; o partido teve seis mil votos a mais desde a última eleição, impulsionado em parte pelo aumento do apoio entre os eleitores negros. O partido, claramente impressionado com a perspicácia de Harrison, o contratou como palestrante e organizador em tempo integral "com o propósito de estabelecer um núcleo de uma organização entre as pessoas de cor".

Harrison logo começou a trabalhar, ajudando a montar um “Colored Socialist Club” (Clube Socialista de Pessoas de Cor) em Nova York e escrevendo uma série de artigos sobre “O Negro e o Socialismo” em "New York Call". A série de cinco partes apresentava uma análise da opressão racial nos EUA que era mais sofisticada do que qualquer coisa até então produzida pelos socialistas locais. Era uma compreensão materialista do racismo, sustentando que não resultava nem do preconceito racial “natural”, nem das más ideias dos brancos, mas da “falácia do medo econômico”, através da qual “a concorrência econômica cria preconceito racial." Era do interesse dos capitalistas, escreveu ,"preservar o status econômico inferior da raça de cor, porque eles sempre podem usá-la na concorrência contra os outros trabalhadores".

E era do interesse do Partido Socialista (SP) lutar contra essas idéias racistas. O partido, Harrison argumentou, teve que assumir a causa de "toda da humanidade oprimida" e rejeitar a política suicida de excluir os trabalhadores negros (como na época fizeram muitos sindicatos na American Federation of Labor - AFL; em português, Federação Americana do Trabalho). Para Harrison, socialistas e negros precisavam um do outro:

"Se a derrubada do atual sistema deveria elevar uma nova classe ao poder; uma classe à qual o negro pertence; uma classe que nada tem a ganhar com a degradação de qualquer parte de si mesma; essa classe removerá a razão econômica da degradação do negro. Essa é a promessa do socialismo, o movimento da classe trabalhadora. No triunfo final desse movimento está a única esperança de salvação desta segunda escravidão; de negros e brancos."

Infelizmente, quando Harrison divulgava sua análise pioneira do racismo, havia no partido quem trabalhasse contra ele e suas ideias. A luta de facção entre as alas esquerda e direita chegava ao auge, em grande parte devido às atitudes em relação aos sindicalistas revolucionários do Industrial Workers of the World (IWW - Trabalhadores Industriais do Mundo), que abraçou o sindicalismo de luta de classes e desprezou tanto a cooperação com os patrões quanto o sindicalismo “puro e simples” da AFL. Crucialmente para Harrison, o IWW também organizou ativamente trabalhadores negros. Enquanto isso, a ala direita do partido priorizou a aliança com os sindicatos da AFL, temendo o IWW como revolucionário. Em 1912, a ala direita afastou do partido o líder da IWW, Big Bill Haywood, que também era membro do comitê executivo do SP; em consequência, muitos esquerdistas saíram com ele.

A ligação de Harrison com a esquerda do partido o colocou em uma posição precária em Nova York, desde que um dos principais adversários de Haywood, Morris Hillquit, passou a dirigir o SP.

E começou a restringir o trabalho de Harrison, proibindo-o até como palestrante. Harrison, que nunca desistiu da luta, enviou uma nota curta para o comitê executivo dizendo que, se minha cor tiver algo a ver com isso, eu deveria agradecer-lhes por me avisar.

Harrison foi acusado de desrespeito ao comitê executivo e teve sua filiação suspensa por três meses. Quando a punição foi suspensa, Harrison havia deixado o Partido Socialista, e se tornado um militante independente, abrindo seu próprio caminho na esquerda de Nova Iorque. Deu palestras sobre temas que iam do ateísmo ao controle da natalidade, e se tornou um dos oradores de rua mais respeitados da cidade.

Quando a Primeira Grande Guerra estourou, Harrison viu uma nova oportunidade para o avanço negro. Ao se opor à guerra, repetiu argumentos de W. E. B. Du Bois e Vladimir Lênin, que encaaravam o conflito como uma disputa entre as potências européias para dominar o mundo. Ele esperava que, ao final, lavada por seu batismo de sangue, a raça branca seria menos capaz de se impor às outras raças. Enquanto os imperialistas lutavam entre si, os colonizados deviam se erguer. A Rebelião da Páscoa de 1916 na Irlanda foi o exemplo do tipo de ação que Harrison esperava ver espalhada pelo mundo colonial. "O povo negro dos EUA nunca chegaria a nada politicamente até que achasse conveniente imitar os irlandeses da Grã-Bretanha", escreveu.

Harrison tomou a iniciativa de começar essa imitação. Na véspera de Natal de 1916, fez uma palestra intitulada “Quando o negro desperta: uma palestra sobre o movimento de homens entre os negros dos EUA”, que analisou e catalisou uma nova militância negra. Na esteira do sucesso da palestra, Harrison fundou a Liberty League (Liga da Liberdade), uma organização dedicada à luta negra contra a supremacia branca, e o primeiro grupo identificado com o nascente "New Negro Movement" (Novo Movimento Negro). Obteve fundos para criar um jornal, o Voice, editado por ele, que enfocou, em particular, a autodefesa armada contra os linchamentos de negros que se espalhavam à medida em que a economia de guerra atraía trabalhadores afro-americanos para fora do Sul rural.

A Voice decolou rapidamente, freqüentemente alcançando a circulação de dez mil exemplares por edição. Também chamou a atenção dos concorrentes políticos de Harrison. Fred Moore, um dos apoiadores de Booker T. Washington, rejeitou a Voice alegando que “os negros não aprovam explosões socialistas radicais, como apelar para se defenderem contra os brancos”. 

Como no caso do Partido Socialista, entretanto, elementos mais conservadores trabalharam para minar a atividade política de Harrison. Seus concorrentes pressionaram os impressores, interferindo na capacidade do jornal de sair em tempo hábil. Harrison também se recusou, por motivos de orgulho racial, a receber dinheiro publicitário da grande indústria de alisadores de cabelo e branqueadores de pele que davam financiamento crucial para outros jornais negros. Seu comportamento pessoal também não ajudou - sempre desinteressado em questões financeiras, Harrison lidou mal com o dinheiro. Em novembro de 1917, a Voice fechou, apenas cinco meses depois de seu aparecimento.

Harrison também logo enfrentou uma concorrência formidável pela liderança dos cidadãos negros politicamente inquietos do Harlem. Marcus Garvey, um impressor nascido na Jamaica, veio para os EUA em 1916 e começou a construir sua organização nacionalista negra, a United Negro Improvement Association (UNIA;em tradução livre, União dos Negros para a Melhoria).

Recrutando muitos dos primeiros apoiadores de Harrison, a UNIA se transformou em uma organização de massa, e chegou rapidamente a dezenas de milhares de filiados. Em 1920, o próprio Harrison aceitou um emprego como editor do jornal de Garvey, "The Black World" (O Mundo Negro).

Harrison morreu numa operação de apendicite em 1927 com a idade de quarenta e quatro anos. Sua morte não foi amplamente notada, apesar de sua proeminência na década anterior. E de, nos anos que se seguiram a 1920, ter contribuido para a cultura política militante de Nova York, embora nunca com a influência que teve como membro do Partido Socialista ou como líder do Novo Movimento Negro.

Quase um século depois, os contemporâneos de Harrison, como Garvey e A. Philip continuam mais conhecidos que ele, embora Harrison estivesse muito mais estabelecido na política de esquerda do Harlem muito antes de qualquer um deles. A obscuridade de Harrison - heroicamente combatida nos últimos anos pelo estudioso Jeffrey Perry - pode ser resultado de sua falta de sucesso na construção institucional. Enquanto o jornal de Randolph, o "Messenger", e a UNI de Garvey, colocaram sua marca em uma geração de política negra, os esforços de Harrison naão tiveram fôlego. Como resultado, sua considerável influência e originalidade não receberam o devido reconhecimento.

No entanto, sua contribuição continua vital. Particularmente no Partido Socialista, Harrison articulou uma visão clara do papel do racismo na divisão do movimento dos trabalhadores e na necessidade dos socialistas atacarem a opressão racial onde quer que ela ocorra. E enquanto Harrison se desiludiu com o SP, particularmente seu conservadorismo em torno de questões de raça e trabalho, ele nunca abandonou sua crença de que somente o socialismo traria libertação aos americanos negros.

Hoje, o trabalho de Harrison permanece inacabado. Realizar os ideais de igualdade e democracia que o guiavam ainda requer, em suas palavras, “uma revolução. . . surpreendente até pensar nela".

Ciclo de Palestras “Os Tambores de São Luís em debate” retorna em agosto na Casa de Cultura Josué Montello



Ciclo de palestras será retomado em agosto (Foto: Divulgação).

O ciclo de palestras “Os Tambores de São Luís em debate”, iniciado no mês de junho, fará um pequeno intervalo no mês de férias, e volta em agosto com mais debates sobre aspectos marcantes da literatura montelliana. O evento faz parte da programação de lançamento da edição especial do livro “Os Tambores de São Luís”.

Até agora foram realizadas três palestras. A primeira, com o escritor José Neres, na abertura do evento. A segunda, com os integrantes do clube Poesia do Olhar que abordou a “Fotografia como memória e reflexão sobre o patrimônio cultural presente em Os Tambores de São Luís”.

A terceira palestra, realizada na última quinta-feira, 27, foi apresentada pelo professor, pesquisador e escritor Flaviano Menezes. Com o tema “Os Lugares de Memória de Josué Montello em Os Tambores de São Luís”, Flaviano contribuiu para o aprofundamento e melhor compreensão da obra-prima de Montello, para um público formado por estudantes, leitores e admiradores do grande escritor maranhense.

Para a escritora e jornalista Talita Guimarães, mediadora do ciclo, a experiência tem possibilitado conhecer um pouco mais das relações do escritor Josué Montello com São Luís.

“A palestra do professor Flaviano Menezes nos trouxe sua rica pesquisa sobre as representações literárias dos laços afetivos de indivíduos com suas residências, mostrando que é possível redescobrir uma antiga São Luís através destes locais particulares, que constituem também lugares de memória”, explicou.

“Por meio de trechos do livro e fotos comparativas entre a São Luís do período colonial e a capital atual, Flaviano nos levou por um passeio histórico pela cidade que Damião caminhou formando sua complexa identidade. Do imponente Palácio das Luzes, residência da lendária Ana Jansen, à acolhedora meia-morada da adorável Genoveva Pia, passando pelo casarão da cruel Baronesa de Grajaú e o sobrado do promotor Celso Magalhães”, complementou Talita.

Ciclo de palestras será retomado em agosto 

O livro “Os Tambores de São Luís” encontrava-se esgotado desde 1996. A nova edição foi realizada pela Casa do Autor Maranhense, com coordenação do escritor Wilson Marques e Joseane Souza, gestora da Casa de Cultura Josué Montello, com patrocínio da Cemar, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

Joseane Souza informou que a rodada de palestras em agosto acontecerá sempre às 15h, com entrada franca, no auditório da Casa, na Rua das Hortas, 327, centro de São Luís.

“Fica o convite para esse evento que é tão importante para a o debate não só desse clássico da obra de Montello mas da literatura maranhense”, enfatizou Joseane.

Na Casa de Cultura José Montello, equipamento cultural vinculado à Secretaria de Estado da Cultura (Secma), também está exposta a mostra fotográfica “A São Luís de Josué Montello em Os Tambores de São Luís”, assinada pelo fotógrafo Edgar Rocha.

Secretário Jowberth Alves entrega motores com rabeta à Colônia de Pescadores, em Santa Helena



O secretário de Estado do Trabalho e da Economia Solidária (Setres), Jowberth Alves, realizou, na manhã deste domingo (30), entrega de 20 motores com rabeta à Colônia de Pescadores de Santa Helena, município que localizado a 156 km da capital. O prefeito da cidade, Zezildo Almeida, esteve presente no evento.

A entrega desses motores aos pescadores por todo o estado do Maranhão a associações e sindicatos pesqueiros, por iniciativa do projeto ‘TrabPesca’, da Setres, reflete a prioridade do governador Flávio Dino em condicionar melhores condições de trabalho aos pequenos produtores, levando equipamentos motorizados em substituição ao transporte manual, gerando rapidez e melhoria da infraestrutura.

O secretário Jowberth Alves pontuou sobre mais uma edição de entregas, agora em Santa Helena. “Nós temos um governador preocupado com nosso povo. Não há nada mais satisfatório do que observarmos o sorriso no rosto de cada trabalhador que terá seu dia a dia transformado positivamente após ser afetado com a execução dessa política pública do Governo do Maranhão”, destacou.

O prefeito de Santa Helena, Zezildo Almeida, também comentou sobre a importância dessa entrega aos pescadores daquela cidade. “Nós só temos a agradecer ao governador Flávio Dino pela atenção aos pequenos produtores em nossa cidade. Temos plena convicção que isso transformará a vida de nossa população, tanto para os que utilizarão os motores, como aqueles que irão comprar o resuldado da pesca”, destacou.

Sustentabilidade e autogestão

A política de Economia Solidária é um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver, sem destruir a natureza. Desta forma, os princípios da Economia Solidária estarão presentes no desenvolvimento do projeto ‘TrabPesca’, através do fortalecimento dos grupos de pesca artesanal, com base no cooperativismo, autogestão e sustentabilidade.

Pesca Artesanal no Maranhão

No Maranhão, segundo o IBGE 2010, mais de 47 mil pescadores vivem exclusivamente da pesca artesanal, que tem papel fundamental na geração de mão de obra e lucratividade para milhares de famílias de baixa renda.
Segundo a Federação das Colônias de Pescadores do Estado do Maranhão (FECOPEMA), existem atualmente 159 colônias de pescadores em todo o Estado, gerando emprego e renda a milhares de pessoas que sobrevivem da atividade.

Othelino Neto prestigia atividades em comemoração aos 75 anos de Presidente Dutra


O presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Othelino Neto (PCdoB), participou, nesta sexta-feira (28), de diversas atividades em comemoração ao aniversário de 75 anos de emancipação política do município de Presidente Dutra, entre inaugurações e vistorias de obras e projetos em execução.

Ao lado do deputado estadual Ciro Neto (PP) e do prefeito da cidade, Juran Carvalho, Othelino Neto vistoriou as obras de construção dos novos prédios da Prefeitura e da Câmara Municipal. O primeiro executado com recursos próprios e, o segundo, por meio de convênio com o Governo do Estado.

“Um prazer estar em Presidente Dutra comemorando o aniversário, visitando grandes obras em construção e entregando produtos à população. Agradeço ao deputado Ciro, assim como ao prefeito Juran pelo convite, ao mesmo tempo em que parabenizo-os pela organização dos eventos e por presentear a população com tantos benefícios”, acentuou Othelino. 

Depois, a comitiva visitou as instalações do Sistema Centro Norte de Comunicação e as obras do Centro de Abastecimento da cidade, onde os produtos produzidos na região deverão ser comercializados, dando, ainda, oportunidade de emprego e renda aos produtores da região. 

“Temos a satisfação de visitar essas obras, com a presença de Othelino Neto, um grande político maranhense e, em especial, a construção do mercado, em parceria com o Governo do Estado, para que ele também possa nos ajudar a concluí-la, destinando recursos”, falou o prefeito. 

Termos de posse



Em seguida, reuniram-se na Unidade Escolar Prefeito Remyr Alves Soares, localizada no bairro São José, para entregar oficialmente termos de legitimação de posse a 114 famílias da região. 

“É um momento importante para os proprietários, já que estamos passando um momento em que programas sociais têm sido extintos pelo Governo Federal, até mesmo para aqueles que são regularizados. Então, essencial esse título para lhes garantir direitos também a outros benefícios como, por exemplo, transformar o imóvel em um empreendimento, vender ou alugar”, destacou o presidente da Alema.

Para Ciro Neto, é mais uma etapa do projeto de desenvolvimento do bairro em parceria com a Prefeitura. “Desde a gestão do meu tio até a do Dr. Juran, meu pai, temos trabalhado em prol da população local. Foi desde a doação do bairro, a chegada da eletricidade e de água e ao asfaltamento, meio fio, posto de saúde. Demos, agora, mais um grande passo com a regularização fundiária dessas famílias”, disse, ressaltando, ainda, a importância da presença do presidente Othelino no evento. “Aproxima a Assembleia Legislativa do município”, acentuou. 

Inauguração


Por último, Othelino Neto acompanhou a cerimônia de inauguração oficial do Parque de Exposição e Vaquejada Sebastião Boiadeiro e conheceu toda sua estrutura.

“Certamente, um dos melhores e mais bem estruturados parques de vaquejada do Maranhão. O prefeito Juran e o deputado Ciro estão de parabéns por esta bela obra que, sem dúvidas, vai atrair muitos investimentos turísticos e do esporte de vaquejada para Presidente Dutra”, elogiou Othelino. 

Também esteve presente o deputado estadual Fernando Pessoa (Solidariedade). “O prefeito Juran tem feito um grande trabalho na cidade. Na Assembleia, ao lado de Ciro e de Othelino, temos trabalhado para dar dias melhores à população de Presidente Dutra e de toda a região norte maranhense”, ressaltou.

O deputado federal André Fufuca, que estava à frente da Câmara Federal quando a vaquejada voltou a ser regulamentada como esporte em todo o Brasil, também prestigiou o evento.

“É uma enorme alegria saber que faço parte da história da vaquejada, que havia sido extinta, durante um curto período, dos parques do Nordeste. Quando voltou a ser um esporte regulamentado e fazer parte da nossa cultura, tive a felicidade de estar no comando da Câmara Federal“, contou Fufuca.

Flávio Dino sobre Vaza Jato: "é profundamente imoral"



Pelo Twitter, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), comentou sobre os mais recentes vazamentos de troca de mensagens divulgada pelo The Intercept, em parceria com a Folha e a Revista Veja. Nas mensagens, procuradores criticavam a conduta parcial do juiz Sérgio Moro na Lava Jato, mas que não faziam nada a respeito. Dino questiona se pelo menos "remorso" ou "vergonha estão sentindo"? 

Flávio Dino critica as "tabelinhas" dos procuradores. Ele que é advogado, professor de Direito da Universidade Federal do Maranhão e que foi juiz federal, diz que a perseguição política ao ex-presidente Lula demonstrado nas mensagens além de institucional "é profundamente imoral". 

Qualquer perseguição por motivos políticos, alem de inconstitucional, é profundamente imoral. Mais grave ainda quando são juízes e procuradores a armarem coisas “simbólicas”, fazerem “tabelinhas”, com intuito puramente político. Será que nem vergonha estão sentindo ? Remorso?

Osmar Filho apoia e visita Arraiais em comunidades


Em reta final da temporada junina na capital, o presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Osmar Filho (PDT), e sua esposa Clara Gomes, estiveram prestigiando nesta sexta-feira (28), mais uma vez, diversos arraiais nos principais bairros de São Luís. 
A primeira parada foi na Praça de São Roque, na comunidade do Lira, no 20º encontro marcado por apresentações dos grupos de Danças Portuguesas do estado. Festejo comandado pela vereadora Barbara Soeiro (PSC), e conta com o apoio cultural do presidente do Legislativo. 
Em seguida, foi à vez do Arraial da União, na comunidade da Vila Luizão receber o pedetista. O evento é organizado pelo vereador licenciado e atual secretário municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento (SEMAPA), Ivaldo Rodrigues. 
‘’Uma honra visitar nossas comunidades e perceber que os arraiais nos bairros ainda permanecem excelentes e atuantes. Quem ganha são os moradores com a oportunidade de ver de perto as manifestações culturais, com muita segurança e ainda apreciar o melhor sotaque dos nossos grupos de bumba boi e demais brincadeiras. Parabenizo os amigos vereadores Barbára Soeiro e Ivaldo Rodrigues pela brilhante festa que envolve e enaltece nossa cultura maranhense’’, elogiou o presidente. 
Durante a festança, Osmar Filho também recebeu o carinho e apoio dos moradores, além de lideranças culturais, entre elas, do presidente do Boi Pirilampo, Renato Dionísio, que destacou o mandato do vereador como atuante e participativo. 
 ‘’Eu tenho muito orgulho do teu mandato. Você me representa. Você nos honra, receba o nosso abraço e o nosso carinho. Estaremos juntos, não tenha a menor dúvida’’, disse o brincante.

Governo e UFMA discutem cenário do emprego formal no Maranhão



Com o intuito de reunir informações que deem subsídios às ações de geração de emprego e renda no Maranhão, o Governo do Maranhão, através da Secretaria de Estado do Trabalho e da Economia Solidária (Setres), discutiu questões relativas ao atual cenário do emprego formal no estado, com professores do Departamento de Economia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). O diálogo ocorreu na manhã desta sexta-feira (28).

Durante o encontro, os professores Alex Brito e Heric Hossoé, apresentaram ao secretário do Trabalho e da Economia Solidária, Jowberth Alves, e outros técnicos da Setres, dados sobre a geração de emprego formal no Maranhão nos últimos 15 anos, bem como as nuances relativas a esses dados, como por exemplo, os principais setores que geram emprego e a dinâmica ocorrida nestes. As informações são fruto de levantamento realizado pelo departamento.

O secretário do Trabalho e da Economia Solidária, Jowberth Alves, definiu como necessária, a discussão sobre o atual cenário do emprego formal no Maranhão.

“Um importante diálogo que fortalece o embasamento para o desenvolvimento de políticas públicas de geração de emprego e renda, uma das prioridades do governador Flávio Dino, e um compromisso que temos lutado diariamente para cumpri-lo na pasta do Trabalho no Governo do Maranhão”, comentou.

“Além disso, destacamos que esse diálogo representa também, o estreitamento da parceria necessária entre a Setres e a Universidade Federal do Maranhão”, completou.

Para o professor Alex Brito, o diagnóstico apurado sobre o que vem acontecendo no mercado de trabalho no Maranhão, é importante para o desenvolvimento e para o desenho de políticas públicas adequadas à superação dos problemas que dificultam a geração de emprego. “Saber porque o mercado de trabalho desacelera, saber quais são os setores protagonistas que geram emprego, quem são os mais afetados, e a partir dessas informações, promover um diagnóstico sobre o que ocorre no mercado, é fundamental para o redesenho de políticas adequadas de combate ao desemprego e a desocupação”, ressalta.


Os representantes da UFMA acreditam que esse processo pode ganhar ainda mais força, a partir da parceria institucional entre o setor público e as pesquisas científicas que são realizadas nas universidades, e por isso torna-se importante o diálogo do tema.

Participaram da reunião, a chefe de Gabinete da Setres, Geiza Lemos; o supervisor de Atividade Meio, José de Ribamar Sousa; o assessor de Projetos e Programa da Setres, Sayd Zaidan; o coordenador do programa ‘Mais Emprego Digno’, Fredson Rander; a trainee de Gestão e Qualidade, Katarine Costa; e a coordenadora do programa ‘TrabPesca’, Brígida Santos.

sábado, 29 de junho de 2019

Câmara de São Luís concede título de cidadão ao professor e filósofo Ribamar Lima



Câmara de São Luís concede título de cidadão ao professor e filósofo Ribamar Lima

Em sessão solene, a Câmara Municipal entregou, na manhã desta sexta-feira, 28, o Título de Cidadão de São Luís ao professor e filósofo José Ribamar Lima Silva.
Durante a cerimônia, presidida pelo vereador Cézar Bombeiro (PSD), autor da proposição, destacou a importância da homenagem ao professor Ribamar Lima, que trabalha no Campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Ifma), na cidade de Pinheiro.

“O professor José Ribamar Lima Silva é o exemplo de uma pessoa oriunda de uma família humilde, que veio do interior para estudar em São Luís, e que conseguiu vencer na vida. É hoje um respeitado profissional do Magistério, em nosso Estado, tem relevantes serviços prestados à população do Maranhão, especialmente ao povo de São Luís, daí porque esta homenagem é mais do que justa e merecida”, destacou o vereador Cézar Bombeiro.
A solenidade, realizada no Plenário Simão Estácio da Silveira, contou com a presença de um grande número de familiares, amigos, professores e alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão Ifma.
Formado em Filosofia Licenciatura pela Universidade Federal do Maranhão, José Ribamar Lima Silva nasceu na cidade de Pinheiro, região da Baixada Maranhense, no dia 19 de agosto de 1967. Ainda adolescente veio morar na capital maranhense, buscando oportunidades para estudar e ocupar um espaço no mercado de trabalho:
“A entrega deste Título de Cidadão ao professor Ribamar Lima é um reconhecimento do povo de São Luís”, salientou a professora Vânia Lourdes Martins Ferreira, que participou da sessão na condição de representante da Universidade Estadual do Maranhão (Uema).
Após receber o Título de Cidadão de São Luís, o professor ocupou a tribuna, onde fez um relato de sua trajetória de vida e de seu trabalho como profissional do Magistério. Ele fez questão de agradecer a presença de amigos, familiares e integrantes de sua equipe de trabalho. E manifestou sua gratidão à Câmara, na pessoa do vereador Cézar Bombeiro, pela homenagem que lhe foi concedida:
“Ser cidadão de São Luís é uma honra que me enobrece e dignifica, ainda mais quando soube dos motivos que justificaram esta honraria. Minha trajetória profissional e minha identidade e o sentimento de pertencimento com o bairro da Liberdade, que se traduz na preocupação com o seu desenvolvimento social e o fortalecimento de sua pujante efervescência cultural”, ressaltou o professor José Ribamar Lima Silva, ao professor discurso na tribuna.
Também participaram da sessão solene, e compuseram a mesa de trabalhos, o professor Stefan Dorner, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Ifma); o professor Sálvio Fernandes de Melo, professor da Universidade Federal do Ceará, a Irmã Coema Barbosa Jucá, mais conhecida como Irmã Crisolda, freira do Instituto Divina Pastora.

Governo encaminha mais de 1.000 profissionais ao mercado de trabalho, em junho



Em um cenário de desaceleração na geração de emprego, que afeta os brasileiros em âmbito nacional, o Governo do Maranhão, através da Secretaria de Estado do Trabalho e Economia Solidária (Setres), mantém os bons números de encaminhamentos de profissionais ao mercado de trabalho, por meio do Sistema Nacional de Empregos (Sine).

Apenas no mês de junho, foram encaminhados mais de 1.000 trabalhadores, segundo o levantamento das agências do Sine no Maranhão. O resultado supera o número de 960 encaminhamentos realizados pelo órgão, no mês de maio.

De acordo com o secretário do Trabalho e da Economia Solidária, Jowberth Alves, o resultado é fruto de um planejamento de políticas públicas de qualidade, com foco na ampliação da recolocação de trabalhadores maranhenses no mercado de trabalho.

“Temos buscado intensificar as ações de captação dos trabalhadores para ocuparem as vagas de emprego ofertadas pelas empresas em todo o estado. Ver esses resultados positivos é algo gratificante, nos orgulha e nos motiva. Temos um Governador preocupado com essa causa, e continuaremos a dar priorizando por uma gestão responsável e voltada para o desenvolvimento de políticas públicas que beneficiem os trabalhadores por todo o Maranhão”, destacou.

Ainda segundo o Secretário, o esforço para a ampliação na captação de vagas terá um foco especial na geração de oportunidades para jovens aprendizes. “Vamos possibilitar a primeira oportunidade de emprego a quem precisa entrar no mercado de trabalho. Nossa meta é chegar a 2.500 vagas para jovens aprendizes em 2019”, concluiu.

Encaminhamentos

Do total de mais de 1.000 trabalhadores encaminhados pelas agências do Sine no Maranhão, o maior número foi realizado na Agência do Anjo da Guarda, em São Luís, com 256 encaminhamentos, seguida pela agência do Centro, também na capital, que encaminhou 219 profissionais. Entre as agências do interior do estado, destaque para a de Timon e Imperatriz, com 119 e 111 pessoas encaminhadas, respectivamente, ao mercado de trabalho.


Sine

O Sistema Nacional de Emprego (SINE) é responsável pela ligação entre as empresas e os trabalhadores que estão à procura de emprego, visando colocar trabalhadores no mercado de trabalho, por meio de vagas captadas junto a empregadores, reduzindo o tempo de espera e a assimetria de informação existente no mercado de trabalho, tanto para o trabalhador quanto para o empregador. O cadastro dos trabalhadores é feito nas agências do órgão, sendo necessária a carteira de identidade, CPF, carteira de trabalho e comprovante de residência.

Assembleia Legislativa realiza sessão solene em homenagem aos 60 anos do Boi de Axixá




Por solicitação do deputado Zé Inácio (PT), a Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema) fez, nesta sexta-feira (28) pela manhã, sessão solene em homenagem aos 60 anos do Boi de Axixá e à memória do criador da brincadeira, Francisco Naiva.
O parlamentar disse que a manifestação mereceu a homenagem por ser o bumba meu boi, sotaque de orquestra, mais antigo da estado e pela dedicação e amor que tem em favor da cultura maranhense.

A filha do fundador e presidente de honra do boi, Leila Naiva, prestigiou o evento e, durante o seu discurso, foi às lágrimas, ao falar do trabalho do pai e das dificuldades financeiras para colocar a brincadeira nos arraiais. O autor da proposta explicou a importância da homenagem. “É uma justa homenagem a uma brincadeira que tem dedicado 60 anos ao fortalecimento da cultura do Maranhão. Nada mais justo que, nós parlamentares da Assembleia Legislativa, façamos essa deferência ao boi de orquestra mais velho do estado e que tem uma história marcante. É uma homenagem justa também pelo amor, carinho e dedicação à propagação da cultura do Maranhão”, disse.

“Nós, que sempre demos apoio à cultura maranhense, através dessa homenagem que vamos fazer repercutir em todo o estado do Maranhão,  é uma forma de valorizar e contribuir para que brincadeiras como essa continuem sendo apoiadas pelo poder público. Com a Assembleia Legislativa fazendo essa sessão solene, mostrando para o conjunto das autoridades do Maranhão como é importante os poderes estarem apoiando essas brincadeiras e, assim, vamos estar valorizando ainda mais a cultura do estado”, destacou Zé Inácio. “Sou de Bequimão, baixadeiro, por isso, o bumba meu boi está no meu sangue”, completou.

Convidados e emoção
A sessão solene foi aberta pelo deputado Wellington do Curso (PSDB), com a participação na Mesa de Leila Naiva; o secretário de Cultura de São Luís, Marlon Botão; o de Articulação Política da capital, Nonato Chocolate; o vereador Sá Marques, representando a Câmara Municipal de São Luís; o empresário Zildene Falcão, ex-padrinho do boi; o jornalista Robson Paz, secretário-adjunto de Comunicação e Assuntos Políticos, representante do Governo do Estado, outros convidados e familiares do fundador.

O deputado Wellington do Curso devolveu a condução dos trabalhos ao colega Zé Inácio e o elogiou por haver prestado a homenagem. “É um momento muito importante para valorizar a cultura maranhense. Parabéns ao deputado Zé Inácio, por seu respeito à cultura popular e homenagear um boi que tem sua história”, afirmou.

Em seguida, Leila Naiva falou da homenagem e recebeu, também, uma placa com gravura marcando os 60 anos de fundação da brincadeira. Emocionada, ela dedicou a honraria aos participantes do boi e agradeceu também ao deputado Zé Inácio. “Essa placa dedico a vocês e ao meu pai maravilhoso, que fez o boi com muito amor e sacrifícios para conseguir os recursos. Vivar um boi é sacerdócio ao qual se dedica toda vida. Meu pai sempre tratou os brincantes como iguais. O Boi de Axixá é uma marca forte, que precisa do apoio de todos. É cultura, mas tem que gerar renda. Reconhecimento é importante e nos faz crescer. Muito obrigado deputado Inácio pelo reconhecimento à importância do Boi”, assegurou.

Houve apresentação de várias cantorias em Plenário, com a participação de vários brincantes e dos próprios deputados. Foi cantada também a toada escrita em comemoração aos 60 anos de fundação; e o sucesso Bela Mocidade, que o deputado Zé Inácio anunciou que está propondo que se transforme em hino da cultura do Estado.

De acordo com Leila Naiva, a brincadeira é formada por 120 brincantes, entre índias, vaqueiros campeadores, vaqueiros de fita e orquestra. Foi fundado em 1º de janeiro de 1959, por Francisco Naiva por amor à brincadeira, à cultura popular; e que, inicialmente, era composto pelos personagens soldados, caboclos de flecha, índios e campeadores. Depois da saída dos índios e soldados, as mulheres que eram proibidas de participar foram inseridas como índias, sendo assim até a atualidade.

Defensoria Pública e Adpema lançam campanha de defesa dos direitos da mulher



A Defensoria Pública do Estado (DPE/MA) e a Associação das Defensoras e Defensores Públicos do Estado do Maranhão (Adpema) lançaram a campanha "Em Defesa Delas: defensoras e defensores públicos pela garantia dos direitos das mulheres”, durante solenidade realizada nesta sexta-feira (28), no Centro Educacional e Social São José Operário, da Cidade Operária.

A campanha nacional é promovida pela Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep) e pelo Colégio Nacional de Defensores Gerais (Condege), com o objetivo de fortalecer o trabalho das Defensorias na efetivação dos direitos das mulheres em situação de rua, privadas de liberdade, no enfrentamento à violência obstétrica, doméstica e familiar e em situações relacionadas a questões raciais.

A diretora da Escola Superior da DPE, Isabella Miranda, destacou o compromisso da Administração Superior em contribuir para o protagonismo das mulheres na instituição. “A Administração Superior abraçou a ideia de valorização e de protagonismo feminino, criou a Comissão Temática da Mulher, para tratar do assunto na instituição e colocar em prática o que disseminamos, que é a igualdade entre defensoras e defensores, servidoras e servidores, mulheres e homens”, destacou Isabella Miranda.

“A ação é fruto do incentivo das defensoras de modo a dar visibilidade ao trabalho desenvolvido pela Defensoria no combate à violência feminina. A todas, nossos parabéns pela conduta nas atuações relacionadas a movimentos que beneficiam não apenas a elas mesmas, mas também os homens, que possuem uma mãe, uma irmã, uma esposa”, destacou o presidente da Adpema, Murilo Guazzelli.

Palestras – Na ocasião, foi realizada um ciclo de palestras, destacando a atuação da Defensoria Pública na busca pela garantia de direitos e dignidade da mulher. A responsável por abordar o tema foi a defensora pública Lindevania Martins, que é titular do Núcleo de Defesa da Mulher e da População LGBT, da Defensoria estadual. “Estes momentos são encontros muito importantes, pois trabalhamos na prevenção, na articulação de políticas públicas que oportunizem à mulher o combate deste sistema que oprime a todas”, enfatizou.

No mesmo painel, a professora do Departamento de Ciências Sociais da UEMA, Neuzeli Maria Pinto, falou sobre a impunidade que rege casos de violência contra a mulher, a forte cultura machista ainda impregnada na sociedade e a educação diferenciada para meninos e meninas que reforça mitos. Já a professora, integrante do Fórum de Mulheres e presidente do Conselho Municipal da Condição Feminina, Sílvia Leite, falou sobre a situação vivida por mulheres vitimadas pela violência obstétrica.

Ainda participaram do evento as defensoras públicas Lívia Macêdo e Cristiane Marques, da Comissão Temática da Mulher da DPE, a ouvidora externa da DPE, Márcia Anunciação Maia Pereira, representantes de sociedade civil organizada, moradores e integrantes da rede de defesa da mulher no estado.