terça-feira, 3 de abril de 2018

China reage impondo taxas a 128 produtos importados dos Estados Unidos

 
As tarifas variarão entre 15% e 25%. Medidas são a resposta de Pequim à taxação estadunidense sobre o aço e do alumínio chinês
A Comissão de Aduanas do Conselho de Estado chinês decidiu suspender as concessões impositivas aos produtos originários dos Estados Unidos para proteger os interesses do país, segundo um comunicado governamental.

O documento esclarece que esta medida do governo chinês pretende equilibrar as perdas causadas pelos impostos recentemente criados pelos Estados Unidos sobre os produtos de aço e alumínio que são importados do país asiático.

Segundo a nota, tarifas que variam entre 15% e 25% serão aplicadas por Pequim a 128 mercadorias importadas dos Estados Unidos. A medida já entrou em vigor nesta segunda-feira, 2 de abril.

Ademais, o comunicado precisa que a China impôs taxas de 15% a 120 artigos de importação como frutas, verduras e legumes. Carne de porco e outros sete produtos alimentícios processados serão submetidos a taxas de 25%.

Pequim afirma que se trata de “medidas legítimas adotadas pela China para seguir as regras da Organização Mundial do Comércio e salvaguardar seus interesses”.

Em meados de março, o presidente estadunidense Donald Trump assinou um memorando a partir do qual impôs novas taxas aos produtos chineses, por um valor que até 60 bilhões de dólares anuais.

A medida norte-americana foi uma tentativa de reduzir o enorme déficit comercial de Washington com a segunda maior economia do mundo – desequilíbrio que, no ano de 2017, alcançou a cifra de 375 bilhões de dólares.

Quando anunciou a medida, Trump afirmou que “temos uma relação muito amigável com a China, mas durante muito tempo eles se aproveitaram disso, agora é hora de mudar as coisas”. Contudo, assegurou que pretendia, apesar do anúncio, manter as relações “muito amigáveis, entre Washington e Pequim. “A China terminará nos tratando com mais justiça e mais respeito”.

Na ocasião, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hua Chunying, declarou que “a China não pretende entrar numa guerra comercial contra os Estados Unidos, pero tampouco teme essa possibilidade”.
Problemas para o Brasil
O avanço da guerra comercial entre Estados Unidos e China poderá trazer mais notícias desastrosas para o Brasil, que será um dos países mais afetados com a medida decretada pelo governo estadunidense em março.

O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos – com 13% do mercado, ficando atrás do Canadá, que tem 16%, e na frente da Coreia do Sul, com 10%, do México, 9%, e da Rússia, com 9%). Ademais, o país lidera o mercado de aço semiacabado. Somente em 2017, a indústria brasileira obteve 8,3 bilhões de reais em vendas para o mercado estadunidense.

Números que dificilmente devem se repetir a partir das novas medidas políticas adotadas pela Casa Branca e pelo Estado Chinês, que iniciam uma guerra que pode afetar muitos outros setores da economia brasileira – e de muitos outros países do mundo.

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