Com o tema “Trilha, Trabalho e Transformação”, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio do Núcleo de Pesquisa e Documentação em Turismo (NPDTUR) e do Grupo de Extensão e Pesquisa Turismo e Desenvolvimento Comunitário, realizou o IV De Grão em Grão: A Construção do Turismo de Base Comunitária no Maranhão. O encontro apresentou novas ações formativas e estratégicas para o fortalecimento de trilhas ecológicas, aprimoramento da sinalização turística e incentivo ao turismo de base comunitária em diferentes regiões do estado.
Durante o evento, especialistas em turismo sustentável conduziram palestras e oficinas voltadas para estudantes, professores, guias de turismo e agentes de ecoturismo. As equipes da UFMA, do ICMBio e da Rede Trilhas do Maranhão apresentaram metodologias inovadoras para a sinalização de trilhas, abordando desde aspectos técnicos até a integração com comunidades locais. A parte prática aconteceu na Praia da Guia, ponto turístico na área rural de São Luís, onde os participantes puderam vivenciar a experiência de implantação de sinalizações interpretativas e orientativas.
A iniciativa contou ainda com o apoio do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses e NGI-SLZ/ICMBio, Instância de Governança do Polo São Luís, Casa Ingapura, Rota dos Quilombos do Maranhão e INSPOSUMA. O público foi formado por universitários, docentes, profissionais do turismo, gestores ambientais e lideranças comunitárias, reforçando o caráter participativo do projeto. As parcerias e práticas integradas visam fortalecer os territórios que recebem turistas para o ecoturismo e no litoral maranhense.
Trilhas como instrumentos de transformação - De acordo com a coordenadora do NPDTUR e do evento, professora Mônica de Nazaré Ferreira de Araújo, as trilhas são muito mais do que caminhos turísticos — são espaços de aprendizado, convivência e preservação ambiental. “As trilhas conectam o turista à natureza e à cultura local, valorizando o patrimônio natural e as tradições das comunidades. Elas simbolizam resistência, identidade e um modo sustentável de desenvolver o turismo com a comunidade como protagonista”, destacou Mônica.
“Ressalto ainda o potencial das trilhas como ferramentas de educação ambiental e gestão participativa, especialmente quando integradas a redes de trilhas de longo curso. Conservação e conhecimento caminham juntos”, informou a professora. O coordenador da Rede Brasileira de Trilhas – Regional Maranhão, Marcus Osírio Siqueira, reforçou a importância da parceria com a UFMA. “A Universidade traz conhecimento técnico e científico que se soma às ações práticas nas trilhas. Essa união fortalece a conservação, capacita voluntários e valoriza o patrimônio natural e cultural maranhense”.
Comunidade como protagonista - A moradora do Quilombo Oiteiro das Nogueiras, em Itapecuru Mirim, Paula Regina Santos, participou da oficina e contou que vai aplicar o que aprendeu em sua comunidade. “Aprendemos a produzir e instalar sinalizações de trilhas. Isso vai ajudar o quilombo a receber visitantes com mais organização, sem agredir o meio ambiente e valorizando nossa cultura. É turismo sustentável na prática”, afirmou. Para o condutor de caminhadas do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, Alexandre Ugarte, o turismo sustentável exige coerência entre teoria e prática. “É fundamental ordenar a visitação, especialmente na alta temporada, com a participação efetiva das comunidades locais. Assim, garantimos uma experiência segura e responsável para todos”, destacou.
Já o engenheiro florestal Cláudio Augusto Pereira, coordenador de Uso Público do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (ICMBio), apresentou conceitos técnicos de sinalização baseados nos manuais oficiais de unidades de conservação, abordando o uso de pictogramas, ícones e sinalizações rústicas e institucionais.
Design e identidade visual das trilhas - O artista plástico e designer visual Hermano Torres compartilhou detalhes do projeto de sinalização da Trilha Farol Preguiças, desenvolvido pelo NPDTUR/UFMA em parceria com a comunidade Bar da Hora, em Barreirinhas. Ele explicou o processo de mapeamento, criação das placas e envolvimento da comunidade, ressaltando que a proposta nasceu de uma oficina anterior promovida pela UFMA. “Cada trilha é única. Nosso desafio é traduzir essa identidade local em sinalizações que eduquem, orientem e encantem o visitante”, explicou Hermano.
“O IV Grão em Grão reafirma o papel da UFMA como articuladora entre conhecimento acadêmico e saberes comunitários, promovendo um turismo responsável, inclusivo e sustentável que valoriza o Maranhão e suas riquezas naturais e culturais”. Professora Mônica Araújo.










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