quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

IESTI LANÇA PROJETO DE INCLUSÃO SOCIAL QUE HOMENAGEIA O CRAQUE MARANHENSE CANHOTEIRO


O “PROJETO CANHOTEIRO- ESPORTE SOLIDÁRIO” será lançado neste sábado (24/2), às 9h, no Solar de Maria, localizada no bairro do Araçagy, em São Luís. Idealizado pelo Instituto de Estudos Sociais e Terapias Integrativas (IEST), a iniciativa foi aprovada por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, com o patrocínio do Centro Elétrico.
Para Aziz Júnior, coordenador geral do "PROJETO CANHOTEIRO - ESPORTE SOLIDÁRIO", é um privilégio reverenciar o jogador maranhense em um projeto de inclusão social.
- Além do projeto ser de responsabilidade social, também, busca resgatar Canhoteiro, um dos maiores jogadores do futebol, de repercussão nacional, que é maranhense - destacou Aziz Jr.
O projeto, que acontece aproximadamente há três anos com 60 crianças moradoras da Vila Tamer (no bairro do Araçagi), em condições de vulnerabilidade, desenvolve atividades esportivas, recreativas e lúdicas, de terça e quinta, pela manhã e tarde, com palestras feitas por profissionais de áreas afins, atendimento com psicólogo e nutricionista (todos voluntários), além de alimentação.
- Por meio do projeto, cujo objetivo é a socialização dessas crianças, procuramos atender, principalmente, aquelas que mais precisam de ajuda. É um projeto que desenvolve vários eixos de atividades: esporte, cultura, saúde, educação, meio ambiente, formação política, terapias integrativas, desenvolvimento econômico e social, além de práticas sustentáveis. As crianças são distribuídas em dois turnos  - ressalta.
A manutenção do PROJETO CANHOTEIRO se deu através de uma rede de colaboradores, empresários, profissionais liberais, comunidade local e outros. Em 2016 o projeto começou a encontrar grandes dificuldades para continuar a existir, e nessa perspectiva tenta ampliar sua rede de parceiros, colaboradores e financiadores incluindo uma gama de projetos beneficiados pela Lei de Incentivo Fiscal.
Aziz Júnior reconhece a importância do projeto e diz que graças a sua proposta de transformação social, ele foi contemplado pela Lei de Incentivo ao Esporte e teve o patrocínio do Centro Elétrico.
- Criado há três anos, o projeto Canhoteiro criou uma rede de colaboradores, entre as quais, o Solar de Maria, local que recebe as crianças em processo de exclusão social, e cumpre o seu papel com saberes. Agradecimentos ao Centro Elétrico, que tem incentivado os projetos sociais relevantes na cidade e abraçou a nossa iniciativa, além da Lei de Incentivo ao Esporte, na gestão de Márcio Jardim, que reconheceu o trabalho nos certificando, e ao músico Zeca Baleiro um grande incentivador do projeto, cuja a música "CANHOTEIRO", interpretada, também, por Fagner, integra a trilha do projeto - reconhece.
 
Além do projeto Canhoteiro, o Instituto Sociais e Terapias Integrativas (IEST), articula, ainda, para este ano o CRÉOLE CONNECT, um projeto ousado com a parceria da UEMA.
- O CRÉOLE CONNECT é o intercâmbio cultural entre artistas e manifestações artísticas locais com músicos de Nova Orleans, nos Estados Unidos, berço do Jazz e Blues no planeta. O projeto está em fase de amadurecimento, em parceria com a Uema, um dos braços realizadores do evento - assegura Aziz Júnior. 
 
Privilegiada
 
A Vila Tamer, como boa parte das comunidades e periferias da cidade de São José de Ribamar, é historicamente marginalizada por falta de políticas públicas, fato esse que os condenam a todo tipo de adversidade. A falta de perspectivas a que são submetidas a população sentencia-os a triste realidade  de alto índice de analfabetismo, tráfico de drogas, alcoolismo, desnutrição, violência doméstica e a criminalidade. 
Por entender que o descaso social existe, o projeto visa mostrar que a desigualdade econômica provoca todo tipo de distúrbio social. E na prática empreender esforços e transformar a realidade de crianças e jovens em situação de risco.
Perfil
 
José Ribamar de Oliveira, mais conhecido como Canhoteiro nasceu em Coroatá, no Maranhão, dia 24 de setembro de 1932. Ele morreu em São Paulo, dia 16 de agosto de 1974). Foi um futebolista brasileiro.
Pelé costuma dizer que o tinha como um de seus dois maiores ídolos, ao lado de Zizinho.
Canhoteiro media 1,68 metro e era um ponta esquerda extremamente habilidoso. Era veloz, e seu drible costumava entortar os adversários. Talvez seu único ponto fraco em campo fosse a marcação. É um dos maiores ídolos do São Paulo de todos os tempos e foi também um dos primeiros jogadores de futebol a ter fã-clube organizado.
O maranhense Canhoteiro iniciou sua carreira profissional atuando pelo América de Fortaleza em 1949, chegando pouco depois à seleção cearense. Foi para o São Paulo em abril de 1954, onde se projetou para o futebol, comprado por cem mil cruzeiros. Sua estréia foi contra o Corinthians, time do zagueiro Idário, que foi talvez quem mais sofreu com seus dribles. 
Canhoteiro chegou para substituir Teixeirinha e foi campeão do Torneio Jarrito, no México em 1955, da Pequena Taça do Mundo, na Venezuela, e Paulista, em 1957, ao lado de Zizinho. Esteve três vezes na seleção brasileira: no Sul-Americano Extra de Lima, na Taça Oswaldo Cruz e na excursão preparatória para a Copa do Mundo de 1958.
Ele disputou 415 partidas pelo Tricolor paulista e marcou 103 gols. Tomou parte no jogo de inauguração do Morumbi em 1960, contra o Sporting de Lisboa. Sofreu uma séria contusão em um lance casual com o jogador Homero, do Corinthians. 
Após a contusão seu futebol não era mais o mesmo. Foi vendido ao futebol mexicano em 1963 para jogar no Nacional e no Toluca. Ficou lá por três anos e voltou para o Brasil, já fora de suas melhores condições físicas, para encerrar a carreira no Nacional, de São Paulo, e no Saad, de São Caetano do Sul. Depois de aposentado, foi contínuo do Bradesco.
Pela seleção brasileira Canhoteiro participou de dezesseis partidas, marcando apenas um gol, justamente na sua estréia contra o Paraguai no Pacaembu, em 17 de novembro de 1955. Supostamente devido ao seu estilo de vida boêmio também por um medo estrondoso de avião, não foi convocado para a Copa do Mundo de 1958 as vésperas do embarque para a Suécia. Para o seu lugar foi chamado Zagallo. 
Canhoteiro até então era titular absoluto da seleção que disputaria a Copa. Depois disso, ele nunca mais foi convocado para defender a seleção brasileira.
Canhoteiro foi cortado (e não convocado) às vésperas do embarque para a Suécia, perdendo a posição para seus até então reservas Pepe e Zagalo, que haviam sido convocados juntamente com ele. 
Canhoteiro foi convocado e jogou outras vezes, como contra a Inglaterra, em 13 de maio de 1959, quando o Brasil venceu por 2 a 0, com gols de Julinho Botelho e Henrique Frade. Garrincha não pôde jogar e em seu lugar entrou Julinho (Júlio Botelho), que recebeu uma das mais ruidosas vaias da história do Maracanã, que minutos depois se curvava a Julinho, aplaudindo-o por sua magnífica exibição, aberta por dribles e fintas desconcertantes em ingleses, por um gol, aos sete minutos e, depois de entortar seus marcadores, aos 12 minutos dar o passe para Henrique fazer o segundo. O Brasil jogou com Gilmar, Djalma Santos, Belini, Orlando e Nilton Santos; Dino Sani e Didi; Julinho, Henrique, Pelé e Canhoteiro. Técnico Vicente Feola.
Homenagens
A canção "Futebol", de Chico Buarque, homenageia Canhoteiro e diversos outros futebolistas.
Em 2003, o cantor Zeca Baleiro também homenageou o jogador, através de uma música, intitulada "Canhoteiro". "Descobri que o jogador Canhoteiro era meu xará, José Ribamar e, além disso, um símbolo, pois era maranhense, revelado no Ceará e que foi para São Paulo fazer carreira. É uma homenagem ao futebol malandro, de várzea, que está em extinção", explica o autor. A música está presente no álbum Raimundo Fagner & Zeca Baleiro.
O complexo esportivo que abriga o Estádio do Castelão, Ginásio Castelinho, entre outras praças de esportes de São Luís, tem o nome do jogador.

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