Com medo de enfrentar Natalino Salgado nas urnas, a reitora Nair Portela lançou mão de uma artimanha para tentar barrar a candidatura do ex-reitor que, tudo indica, deve oficializar a sua participação na consulta prévia à comunidade universitária a ser realizada, provavelmente, em junho. Nair tem dito que não concorrerá à reeleição, mas se esforça para viabilizar o nome do pró-reitor João de Deus como o candidato do seu grupo.
A três meses da eleição e sentindo o seu projeto naufragar, a reitora imagina que a única forma de impedir a volta de Salgado à reitoria é tirar o direito de ele ser candidato. Para isso, fez um conchavo com a APRUMA e encaminhou ao Conselho Universitário – CONSUN – proposta apresentada pela entidade sindical alterando a Resolução que trata da indicação de candidatos para os cargos de reitor e vice-reitor. O processo será relatado pela conselheira Elisa Lago, pró-reitora de Recursos Humanos.
Pela proposta, é vedada a participação na consulta prévia daqueles docentes que estejam a menos de quatro anos da aposentadoria compulsória. Salgado está com 72 anos, portanto teria a sua candidatura barrada. Trata-se de um casuísmo com a única intenção de alijá-lo da disputa. A manobra soou pelos corredores da UFMA como uma tentativa de golpe, causou indignação e perplexidade entre a comunidade universitária.
A APRUMA se aliou a reitora por não ter um nome competitivo para apresentar na consulta. Também por estar sem credenciais para fazê-lo, já que silenciou nos últimos três anos diante da grave crise na UFMA. Nem moveu uma palha para cobrar ações efetivas da gestão em defesa da universidade.
A sessão do CONSUN que pretende sacramentar o golpe está marcada para a próxima quinta-feira, 28. Caso a reitora e a APRUMA consigam manipular o Conselho para aprovar a manobra podem provocar o aprofundamento da crise na universidade. Pareceres jurídicos são taxativos em apontar a inconstitucionalidade da proposta ao advogar o impedimento do docente, próximo a aposentadoria, de participar do processo de escolha dos dirigentes máximos das universidades federais.
A ilegalidade seria derrubada na justiça, mas atrasaria o processo sucessório. A reitora tem até o dia 2 de setembro para enviar a lista tríplice ao MEC e a judicialização da consulta prévia à comunidade pode resultar até na indicação de um interventor para a UFMA.
Um triste legado que Nair Portela deixaria para a instituição com o apoio da APRUMA. A entidade também jogaria na lata de lixo sua história de luta por uma universidade como o espaço que deve prezar pela garantia das liberdades democráticas.
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