quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Mais 500 professores do Maranhão terão formação em estudos africanos


Governador Flávio Dino celebra a assinatura do termo de cooperação técnico-científico com o vice-reitor da Universidade Pedagógica de Maputo, José Paulino Castiano (Foto: Gilson Teixeira)
No próximo ano, mais 500 professores da educação básica do Maranhão passarão por formação em Estudos Africanos. A qualificação é fruto de convênio entre o Governo do Estado e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

O acordo que trata do projeto de formação de professores e gestores, dentro da política de promoção da igualdade racial no Maranhão, foi assinado pelo governador Flávio Dino durante reunião com reitores de universidades do Brasil e de Moçambique, nesta terça-feira (19), no Palácio dos Leões, em São Luís.


Assinado na véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, o termo de cooperação técnico-científico firmado entre a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e o Curso de Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-brasileiros da UFMA, prevê intercâmbio de 45 alunos da graduação em Estudos Africanos para trabalho de campo em Maputo, capital de Moçambique, país lusófano localizado no sul da África.

A assinatura do termo de cooperação está inserida na programação do II Colóquio Internacional Políticas Antirracistas no Mundo (II CIPAM) / VII Semana Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (VII SEAFRO) entre os dias 19 e 22 de novembro de 2019. Os eventos têm a parceria e o apoio do Governo do Estado do Maranhão, por meio da Seduc.

A viagem está prevista para setembro de 2020. No regresso ao Maranhão, os intercambistas ficam responsáveis pela formação em estudos africanos para os 500 educadores e gestores da rede estadual de ensino.


Esta já é a segunda parceria do gênero firmada entre o Governo do Maranhão e a UFMA. No primeiro convênio, estudantes de graduação em Estudos Africanos fizeram intercâmbio em Cabo Verde.

Até o dia 22 de novembro deste ano, 500 docentes e gestores da educação básica participam do Curso de Formação Continuada “Educação para as Relações Étnico-Raciais e para o ensino da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira”. O curso é um dos resultados do primeiro Termo de Cooperação Técnico-Científica firmado entre a Seduc e a UFMA, e assinado no ano passado.

Participaram da solenidade de assinatura do termo de cooperação técnico-científico o reitor da UFMA, Natalino Salgado; o secretário de Educação, Felipe Camarão; o vice-reitor da Universidade Pedagógica de Maputo, José Paulino Castiano; e a coordenadora do curso de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros da UFMA, professora Kátia Regis.

Significado histórico

O governador Flávio Dino avalia que a assinatura do termo de cooperação tem um significado especial pelos objetivos históricos que ligam o Brasil a países da África lusófona.

“A colonização portuguesa nos une por meio do idioma, a luta anticolonial e anti-imperialista nos une. Essa união e essa fraternidade que nós gostaríamos de celebrar, união de quem sonha e tem esperança em um mundo mais justo, um mundo que seja capaz de prover serviços públicos e direitos para todos e todas, e com isso promover igualdade de chances e oportunidades e de igualdade de fruição, não só de bens materiais, mas sobretudo, igualdade para celebrar a vida”, pontuou Flávio Dino.

Criado em 2015, o curso de licenciatura em Estudos Africanos e Afro-brasileiros da UFMA é pioneiro nesse tipo de qualificação em território brasileiro, como explica o reitor da UFMA, Natalino Salgado.

“Este é um curso pioneiro no Brasil. Hoje ensinar e formar profissionais nesta área se tornou obrigatório, um estudo básico. Nós temos tido um crescimento desse curso pela sua importância, e esse crescimento tem sido dado muito com a parceria com o Governo do Estado, que tem proporcionado intercâmbio com países da Língua Portuguesa”, ressaltou Natalino.

Para o vice-reitor da Universidade Pedagógica de Maputo, José Paulino Castiano, a assinatura do termo de cooperação é um ato histórico.

“Nós viemos para testemunhar esse grande ato histórico. Pela primeira vez um curso de licenciatura em Estudos Africanos e Afrobrasileiros passa um grau de licenciatura em uma universidade no Maranhão. Quero reafirmar aqui, como moçambicano e africano, que isso é motivo de grande orgulho. É por isso que desde a primeira hora dissemos que estamos dispostos a cooperar com esse projeto, que é um projeto de futuro”, salientou Castiano.

O secretário Felipe Camarão acredita que a parceria é mais um acerto do Governo do Estado na área da educação. Ele detalhou as etapas da parceria técnico-científico.

“Pelo segundo ano consecutivo nós firmamos esse pacto com a UFMA para enviar estudantes da licenciatura, que é a primeira do Brasil em estudos africanos. Nossos estudantes irão para Moçambique desta vez, e na volta irão fazer essa formação com os nossos professores da rede estadual, uma formação interdisciplinar para professores de História, de Geografia, Biologia, Língua Portuguesa, Produção Textual, dentre outras áreas”, destacou.

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