quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Resistência maranhense: Governo e sociedade debatem Economia Solidária



Promovido pela Secretaria de Estado do Trabalho e da Economia Solidária (Setres), como referência ao Dia Nacional da Economia Solidária, celebrado em 15 de dezembro, o encontro ocorreu no Centro de Referência Estadual em Economia Solidária (Cresol), em São Luís. As atividades realizadas durante a ‘V Semana’ fizeram um paralelo entre os desafios e conquistas do seguimento no cenário estadual, embora no âmbito do nacional, o atual retrato seja de desconstrução da Política Nacional de Economia Solidária.

“Este é um momento muito importante, onde o Governo do Maranhão e a população, em espaço democrático, debatem a economia solidária no contexto político atual, na perspectiva de identificar os principais desafio, avanços e construir estratégias para o desenvolvimento desta política pública, sob a ótica da geração de Trabalho e Renda”, pontuou o secretário do Trabalho e da Economia Solidária do Maranhão, Jowberth Alves.

Em mesa de debate, o presidente da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Imperatriz (Ascamari), José Lima, teve a oportunidade de dialogar sobre o andamento das ações no setor, e contribuir com a construção da política social de Economia Solidária no estado. Ele fala sobre a relevância do encontro para o fortalecimento da categoria. “A importância desse evento da Economia Solidária é enorme! Os movimentos têm que retomar com autonomia e independência, pois, só assim iremos conseguir nos manter vivos”, disse Lima.

O evento contou, ainda, com a participação de dezenas de técnicos e especialistas de várias instituições que atuam em defesa dessa bandeira, além do público consumidor; no espaço que promoveu a realização de trocas solidárias, rodadas de negócios, oficinas práticas e formação em Economia Solidária, com intuito de consolidar uma cultura diferenciada em relação ao modo de produzir, comercializar e consumir, com foco no desenvolvimento sustentável.

Um dos destaques da rica programação, foi a participação do professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Dr. Roberto Marinho, que compartilhou, com o público presente, parte de seu conhecimento e pesquisas sobre o assunto. “Temos muitos desafios, mas, também, temos muitas oportunidades. Políticas públicas como estas devem continuar e têm que ser fortalecidas, apesar da grande desconstrução que vem acontecendo repetidamente no cenário nacional. É isso que o mundo, o Brasil e o Maranhão precisam”, afirmou o especialista.

A programação contou, ainda, com vários painéis que abordaram os temas voltados para a Gestão Pública e Diálogos para Intersetorialidade em Economia Solidária; Economia Solidária, Convergências e Possibilidades; Oficinas de Avaliação do Plano Estadual de EcoSol; Intercâmbios de Experiências Exitosas; além da realização da ‘Feirinha’, a qual foram comercializados itens levados pelos produtores para o evento; e uma vasta programação cultural com artistas regionais.

Apoio à Economia Solidária

Por meio da Setres, o Governo do Maranhão tem executado diversas ações com o objetivo de fortalecer o segmento econômico solidário no estado. Através deste incentivo dado a artesãos, agricultores familiares, pequenos comerciantes e até artistas da cultura popular, são beneficiados, visando a geração de renda de forma alternativa e criativa entre os trabalhadores maranhenses.

Um exemplo prático, dessas ações de fortalecimento, trata-se do projeto ‘Maranhão Desenvolvido, Mais Justo e Solidário’, que atende mais de 150 empreendimentos, ajudando centenas de famílias, em 50 municípios de várias regiões do estado. Por meio desta ação, os pequenos produtores recebem formação para gestão em associativismo e cooperativismo, assessoramento técnico, e doação de equipamentos e insumos.

Outra iniciativa do Governo que estimula o desenvolvimento do Setor no Estado, é o projeto ‘Pró- Catador’, que promove ações de formação e estruturação de 18 grupos de trabalhadores da coleta seletiva, em 15 municípios. Ainda este ano, serão investidos mais de um milhão, em equipamentos e maquinários a serem doados aos trabalhadores. O objetivo da ação é fomentar e fortalecer os empreendimentos e redes de cooperação, com o intuito de promover a inclusão socioeconômica da categoria.

No Centro de Referência Estadual em Economia Solidária (Cresol), em São Luís, enquanto equipamento do Governo que realiza a gestão compartilhada com os pequenos produtores, são atendidos 47 empreendimentos de 27 municípios. No Cresol, os profissionais recebem formação, capacitação e espaço para exposição e comercialização de suas produções. Essa política social, executada no governo Flavio Dino, já foi referência até para Organização das Nações Unidas (ONU), durante conferência internacional, na Suíça. Atualmente a Setres está em processo de articulação para implantação de mais duas unidades do Cresol, uma em Alcântara e outra no município de Rosário.

Só neste semestre foram mais de 860 atendimentos em cursos, oficinas e palestras, oferecidos no Centro de Iniciação ao Trabalho (CIT), no bairro Liberdade, na Capital, com atividades voltadas para os povos de matrizes africanas, no âmbito da economia solidária. Por meio do programa ‘Maranhão Quilombola’, em parceria com a Secretaria de Estado de Igualdade Racial, 19 empreendimentos receberam formação para valorização da cultura afrodescendente, com foco na geração de Renda.

Feiras Territoriais

Dando continuidade com as ações de fomento à geração de Renda aos pequenos produtores, durante a Semana de Economia Solidária, o secretário Jowberth Alves, assinou o termo de colaboração com a Associação Agroecológica Tijupá para o fortalecimento do Circuito de Feiras Territoriais, na região metropolitana, visando à comercialização da produção dos grupos.

Com a assinatura do termo, o Governo vai investir mais de R$ 130 mil, em equipamentos e estruturação das Feiras na localidade, que têm previsão de iniciar em janeiro de 2020. A ação vai alcançar uma média de 20 empreendimentos, beneficiando de forma direta mais de 250 famílias.

A iniciativa está sendo desenvolvida em outras regiões do Estado. Só este ano já foram realizadas 14 feiras com pequenos produtores nas regiões do Médio Mearim e Cerrado Sul Maranhense. “Nós tivemos o apoio do Governo, onde recebemos desde a capacitação para organização do evento, o transporte e até a doação dos equipamentos para realização das Feiras, e assim podemos conquistar mais autonomia em nosso trabalho”, pontuou Sandra Silva, que produz lanches, e já está sendo beneficiada com a ação no município de Lima Campos.

Participações

O evento contou com parceria e incentivo de várias instituições públicas, entidades de apoio e sociedade civil organizada, que atuam com viés da Economia Solidária. A Semana foi oportuna para debater sobre os desafios, as conquistas e levantar estratégias de ação, ainda necessárias para continuar com o desenvolvimento do setor no Estado.

Representando o poder público, esteve presente o presidente do Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Interma), Raimundo Lídio; secretário de Estado da Agricultura Familiar (Saf), Júlio Mendonça; secretário de Administração Penitenciaria (Seap), Murilo Andrade; secretário de Igualdade Racial (Seir), Gerson Pinheiro; a assessora Especial do Governador, Virginia Andrade; a diretora da Casa da Mulher Brasileira, Susan Lucena; secretário Adjunto de Turismo, Hugo Vieira; representante da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedipop), Nilce Cardoso; a secretária adjunta da Secretaria da Mulher (Semu), Nayra Monteiro; a vice-presidente do Conselho Estadual da Mulher, Rebeca Alexandre; e representando o deputado Zé Carlos, a assessora Patrícia Carlos.

Das entidades de apoio, estiveram presentes a Associação Agroecológica Tijupá; Fundação Esquel Brasil; União das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes); Instituto Aprecia; e o Fórum Estadual de Economia Solidária.

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