sábado, 25 de abril de 2020

Flávio Dino: “Bolsonaro devia ir a Manaus e não passear em padaria!”


Ao participar de entrevista ao vivo na página do Portal Vermelho, nas redes sociais, na manhã desta sexta-feira (24), o governador do Maranhão, Flávio Dino teceu duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro diante do colapso da saúde pública no em várias partes do país, principalmente no estado do Amazonas que por falta de atendimento médico hospitalar tem concentrado inúmeros óbitos e enterrado suas vítimas em valas comuns. Indignado, Flávio Dino cobrou do presidente do Brasil atitude de um chefe de Estado.

“Se exige de um presidente da República é que esteja em Manaus! Por que ele não está lá? Por que o ministro da Saúde não está lá? Que indiferença é essa?”, questionou o governador, que os acusou de “desumanidade”.

O governador chamou de “indecência, indignidade” a postura de Bolsonaro. “Um desrespeito com os cidadãos do Amazonas e com todos os brasileiros”, protestou.

Flávio Dino questionou a postura do presidente Bolsonaro que diante de uma pandemia sem precedentes na história do país toma atitudes inesperadas: “participe de passeata com quem quer destruir a democracia” e “passeie em padaria”, mas nem fale sobre o sofrimento dos amazonenses e as famílias que perderam entes queridos para o novo coronavírus.

“Se ele se expõe no nível que se expõe, ou teve coronavírus e acha que está imunizado, ou acha que não existe, sabe-se-lá o que passa na cabeça de Bolsonaro! Mas ele tem a responsabilidade de prover solidariedade. Eu me refiro ao Amazonas, apenas como exemplo. É ao povo brasileiro”, destacou.

Avião desgovernado

Na avaliação do governador do Maranhão, Bolsonaro usa de estratégia diversionista ao minimizar a tragédia sanitária e tirar proveito da posição que ocupa.

“Neste momento temos a morte de centenas de pessoas, o sofrimento de milhares de pessoas e famílias, profissionais de saúde que precisam de apoio, estados que não conseguem comprar equipamentos. E a pauta do Governo Federal é a confusão que o próprio Bolsonaro cria em seu próprio proveito e de seus filhos”, denunciou.

Para Flávio Dino, neste momento Bolsonaro promove algo que chamou “inusitado”: a troca de ministro e de equipes completas em plena crise. “Um avião em pleno voo, ele tira o comandante, o copiloto e diz que vai dirigir. Como se ele soubesse!”, comentou o governador.

Diante da possível demissão do ministro da Justiça, Sergio Moro, [fato que se confirmou horas depois] Flávio Dino constatou que, mais uma vez, as atitudes desmascaram o presidente:

“E se o Moro sair, o Bolsonaro perde um dos supostos motivos que o levaram à presidência da República. A demissão do ministro Mandetta (Saúde) mostrou a negação daquele discurso das nomeações, que era na verdade falso, segundo o qual ele faria um governo ‘técnico’, algo que se mostra apenas fraseologia eleitoral. Agora, a saída do Moro, ou a sua continuidade sem nenhuma força, significa que o suposto compromisso atinente à luta contra a corrupção era também puramente instrumental, para conquistar votos”, disparou, comentando, ainda, que se diz que a mudança em cargos da Polícia Federal, motivo dos atritos com Moro, não é por falta de profissionalismo na PF, mas diria respeito ao desejo do presidente de controlar investigações que poderiam alcançar um de seus filhos.

“Depois da crise do coronavírus, precisamos encontrar saídas institucionais adequadas para o Brasil”, ponderou.

Diálogo com outras forças

Na conversa com o editor do Portal Vermelho, Inácio Carvalho, Dino voltou a falar da importância de manter o diálogo com as mais diversas forças políticas. Como exemplo, comentou que tem trabalhado junto com os governadores do Nordeste, num consórcio. E também com outros governadores, que apesar de partidos e opiniões muito diferentes, mobilizam-se para cumprir seu dever em prol da população.

Flávio Dino também fez um balanço também das ações que vem desenvolvendo à frente do governo do Maranhão diante da pandemia, o que inclui reforço à rede estadual de saúde e medidas para auxílio econômico. Acompanhe na entrevista completa:

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