sexta-feira, 24 de abril de 2020

“Moro apontou gravíssimos crimes de Bolsonaro”, diz Márcio Jerry



Demissão do diretor-geral da PF e saída de Moro acontecem em meio a rumores de que a investigação sobre fake news contra o STF chegou a Carlos Bolsonaro
O vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA) classificou como ‘gravíssimas’ as acusações feitas pelo agora ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro contra o presidente do país, Jair Bolsonaro (sem partido).

Em sinais claros do começo do fim do Governo, o ex-juiz confirmou nesta sexta-feira (24) que sua demissão ocorre em razão das fortes interferências com o presidente do país tentou fazer na Polícia Federal.

“Na demissão, Moro fez uma imensa delação apontando vários e gravíssimos crimes cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro. Importante lembrar que ele foi peça fundamental na armação político-jurídico que possibilitou a eleição de Bolsonaro , que rapidamente o descartou para proteger os esquemas criminosos dos filhos. Dá bem a dimensão do que é o governo Bolsonaro, o breve”, declarou o parlamentar.

Crimes

Para juristas, Bolsonaro incorreu ao menos em três crimes: falsidade ideológica, (tipo de fraude que consiste em adulterar um documento, público ou privado) quando disse que não assinou o decreto e exoneração de Marcelo Valeixo, agora ex-diretor da PF.

Apontam, também, que o presidente teria cometido improbidade e tentativa de obstrução de justiça, ao pressionar que o diretor da PF interferisse em inquéritos que correm em segredo de justiça no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo Moro, as tentativas de troca de comando começaram a partir do segundo semestre de 2019, quando passou a haver insistência por parte do presidente para realizar a troca do diretor-geral da Polícia Federal e do superintendente da PF no Rio de Janeiro. Ele disse, ainda, que pediu uma causa para a substituição e que chegou a ouvir que a razão era, de fato, “política”.

Governo Lula

Lamentando a realização da coletiva um dia após o Brasil registrar o recorde de 407 novos óbitos pelo coronavírus em 24 horas, Moro também fez referência, por mais de três vezes, à autonomia garantida às organizações de controle durante o Governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT).

“A despeito dos problemas nos governos anteriores, nunca houve interferência política. Isso é ilustrativo da importância de garantir o estado de direito, a autonomia das instituições”.
Capítulo Valeixo

A oficialização da exoneração do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, foi publicada na madrugada de hoje, agravando o desgaste político entre presidente e o ex-juiz. A crise se tornou ainda mais grave após o ministério de Moro negar que a exoneração de Valeixo tenha acontecido a pedido do diretor, como afirmou o Governo.

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