sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Abertura do 43º Festival Guarnicê de Cinema entra para a história com novo formato e experiências

 


Uma noite de várias emoções diferentes, porém interligadas: ansiedade, comoção, felicidade, surpresa, saudade foram expressadas na histórica abertura do 43ª edição do Festival Guarnicê, que ocorreu na noite de quarta-feira, 14, na Concha Acústica da Cidade Universitária, onde os bancos de cinema estiveram sobre rodas, no formato drive-in da sessão. A solenidade teve homenagens, vídeos marcantes, espontaneidade e celebração à sétima arte, que, inclusive, teve sua prova de que no Maranhão, mesmo em meio a uma pandemia, ela resiste pela união de esforços de várias pessoas.

A ansiedade, claro, surgiu antes de iniciar o evento, com a expectativa de realizar uma nova forma do maior festival de cinema do estado. Com programação totalmente on-line e contando ainda com um aplicativo para celulares com sistemas Android e iOS para tornar acessível todo o conteúdo aos espectadores, outro sentimento — além do otimismo — também esteve presente entre os organizadores: a gratidão, como mencionou a pró-reitora de Extensão e Cultura da UFMA, Zefinha Bentivi.

“De fato, é surpreendente: nossa equipe e nossa diretora de Assuntos Culturais, Li-Chang Shuen, foram incansáveis, ao pensarem nesse formato nos mínimos detalhes, com todas as tecnologias necessárias para que esse evento chegasse aonde chegou. Estamos muito felizes e agradecidos, a equipe inteira da Universidade trabalhou nisso, nosso reitor foi incansável em seu apoio, e o que temos aqui é resultado de um coletivo maravilhoso”, elogiou a pró-reitora.


A diretora de Assuntos Culturais (DAC), Li-Chang Shuen, também fez agradecimentos a toda a UFMA e a todos os envolvidos, direta e indiretamente, na realização do festival e fez destaques para a força das competências da Instituição para resolver o grande desafio de fazer um festival de cinema em época de pandemia, em que os cinemas estão fechados e não se poderiam seguir as diretrizes normais.

“Tivemos colaboração do DAC, da Superintendência de Tecnologia da Informação, da Superintendência de Comunicação, todos os setores da Universidade se envolveram, e o DAC só tem muito a agradecer, se não fosse toda essa colaboração, não teríamos esse festival. Para se ter uma ideia, se fôssemos pagar por isso, teríamos um gasto de R$ 120 mil, e a Universidade não gastou um centavo, apenas soube usar os seus talentos”, realçou a diretora.

Representando o Governo do Maranhão, a supervisora de Educação Profissional da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Josélia Castro, enfatizou a representatividade do Festival para o estado, enquanto que o reitor da UFMA, Natalino Salgado, fez destaques especiais para os setores e profissionais da Universidade Federal do Maranhão, que, mesmo na atual situação de pandemia e isolamento social, conseguiram aproveitar tudo o que tinham em mãos para colaborar com mais uma edição do Festival Guarnicê de Cinema.

“O Guarnicê, para nós, é muito tradicional, já com 43 edições, e é um dos mais antigos do Brasil. Neste tempo de pandemia, tivemos que nos reinventar, e é isso que nosso grupo fez. Eu digo que esta edição já é um sucesso, continuamos com uma programação extensa, as mostras competitivas, as premiações. Estou feliz e vibrando com este momento, em que aprendemos a nos reinventar”, declarou o reitor.

Um dos momentos de comoção foi durante a entrevista concedida por um dos homenageados, Ezequiel Antônio Silva Filho, designer da Editora e Gráfica da Universidade Federal do Maranhão (Edufma), que venceu a covid-19 após passar vários meses internado lutando contra a doença. Mesmo sem tanto fôlego, ele se manteve de pé perante as câmeras e os profissionais de comunicação, mostrando sua emoção e sua gratidão pela honraria recebida na noite.

“Ainda tenho dificuldade de respirar, mas esta é uma emoção muito grande, participar dessa festa. Tenho prazer de trabalhar nesse festival, desde que entrei na UFMA, em 1981. De lá para cá trabalhei em diversas comissões do Festival e é um orgulho estar aqui novamente. A instituição sempre deu força para este evento, que começou pequenininho, com poucas pessoas, e hoje é gigante. É muita satisfação”, declarou.

Outras homenagens também foram prestadas aos profissionais de saúde que lutam contra a pandemia da covid-19, cuja estatueta foi recebida pelo médico e reitor da UFMA Natalino Salgado, que representou os profissionais da saúde na ocasião; à atriz Dida Maranhão, que recebeu a homenagem com felicidade efusiva, ao som irreverente do “buzinaço” promovido pelos presentes; e pela professora do Departamento de Teatro Cássia Pires, que recebeu a estatueta em homenagem ao ator e professor Honoris Causa da UFMA Luiz Pazzini, que foi vitima de complicações geradas pela covid-19 e veio a falecer no dia 29 de abril deste ano, um dos momentos mais marcantes da cerimônia de ontem pela saudade ao artista.

A solenidade ainda contou com as surpresas de vídeos feitos exclusivamente para o Festival Guarnicê de Cinema pelo ator homenageado desta edição, Othon Bastos, e pela atriz Regina Casé, que atuou no filme exibido no final da cerimônia, “Três Verões”.

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