quinta-feira, 29 de julho de 2021

AS LIÇÕES DE TOKYO 2021: DO ESPORTE PARA O MUNDO CORPORATIVO


Os medalhistas olímpicos Ítalo Ferreira e Rayssa Leal; e Ytaquirate Soeiro, Gerente de Gente e Gestão da Equatorial Maranhão.
Da preparação ao pódio, cada atleta olímpico reúne valores e habilidades essenciais também para profissionais

Nas Olímpiadas, quando se vê um atleta no pódio exibindo a sonhada medalha olímpica muitas vezes não conhecemos a trajetória de sacrifícios que antecede essa vitória. São histórias pessoais de garra, superação, foco e muita disciplina além de uma preparação que começou muitos anos antes.

Do esporte para o mundo corporativo, podemos aprender lições importantes e inspiradoras; e ter exemplos concretos de quais habilidades desenvolver e quais valores priorizar para alcançar o sucesso e a excelência.

Nesses Jogos Olímpicos de Tokyo 2020 a primeira grande lição é a resiliência. Todos os atletas que agora estão no Japão passaram por momentos de dúvidas e incertezas com o adiamento do evento. E vivenciaram também grandes desafios para manter suas respectivas rotinas de treinamento em dia, driblando períodos de lockdowns e se adaptando a novos protocolos sanitários.

Do Maranhão temos vários atletas que estão em Tokyo nessa Olimpíada, e todos eles são exemplos de força e superação.

As gêmeas Thalia e Thalita Costa estão na seleção de rubgy feminino. As irmãs maranhenses que jogam no time Delta Rugbi no Piauí precisaram vencer vários obstáculos como lesões e incertezas na convocação até chegarem a Tokyo juntas. Uma dupla vitória para Thalia que atua como hooker e Thalita que joga na posição de ponta.

Ana Paula Rodrigues, atleta de handebol tem 33 anos e é veterana, disputando sua quarta olimpíada. Ela acumula títulos como o Mundial de Handebol de 2013 além de três medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos. Isso tudo é resultado de muita disciplina, técnica e trabalho em equipe. Mesmo na pandemia ela se manteve focada e para não parar de treinar, ela adaptou a sala e o terraço de casa quando não podia ir até uma academia. Eis outra lição relevante para o mundo corporativo: Tão importante quanto alcançar um grande resultado, é trabalhar com disciplina para manter o sucesso ou ir além.

Para o Gerente de Gente e Gestão de RH da Equatorial Maranhão Ytaquirate Soeiro é fundamental ter resiliência, muita disciplina e foco entre outras habilidades e competências comportamentais e emocionais, conhecidas também como soft skills, para alcançar o sucesso no mercado de trabalho, assim como esporte. Um relatório da consultoria internacional Deloitte já prevê que um terço das empresas vão priorizar as soft skills até 2030 nas suas contratações.

“Quando se mantém a disciplina, aprendemos a driblar eventuais problemas e obstáculos que surgirem até chegar à meta desejada. Nesse mundo cada vez mais complexo e mutante, os executivos precisam se preparar para surpresas indesejadas e mudanças repentinas. Ter resiliência e muita criatividade para achar saídas alternativas é fundamental”, diz Ytaquirate.

Equilíbrio emocional é outra habilidade fundamental a ser desenvolvida. Exemplo disso é o cavaleiro natural de Imperatriz e radicado há anos na Bélgica Marlon Zanotelli, que é forte candidato à medalha em Tokyo com seu conjunto formado com o cavalo campeão VDL Edgar. A dupla está no Top 10 do ranking mundial de hipismo, na modalidade de salto FEI Longines e disputa pela primeira vez uma olimpíada. Mas o que muitos desconhecem é a árdua rotina de preparação que tanto o cavaleiro, quanto o animal seguem todos os dias e que incluem cuidados com exercícios físicos, nutrição e também sessões com coaches para Zanotelli manter as emoções equilibradas e aumentar o estado de presença também conhecido como mindfullness. Um cavaleiro precisa estar perfeitamente presente e harmonizado ao animal na hora de um salto, passando segurança e equilíbrio.

Essa Olimpíada de Tokyo 2021 traz cinco novas modalidades, entre as quais o skate que já fez história com a prata conquistada pela Fadinha Rayssa Leal, de Imperatriz e que com 13 anos é a mais nova brasileira a competir e medalhar em uma olimpíada. Ela emocionou e uniu todo o país em sua conquista na modalidade se street feminino. Mesmo tão nova, a maranhense foi exemplo de calma e excelência, executando manobras radicais que são de altíssimo nível técnico. Ela lidou com a pressão de forma leve, se divertindo no esporte que escolheu e que tanto ama. Essa é outra lição para o mercado de trabalho – excelência é a chave para o sucesso e vale muito em ambientes que se baseiam na meritocracia; além de saber encarar a pressão como algo natural quando se busca uma nova conquista ou meta profissional.

Outro medalhista que fez bonito foi o surfista do RN Ítalo Ferreira, que conquistou o ouro e entra para a história como o primeiro medalhista olímpico de ouro dessa modalidade estreante em uma olímpiada. Filho de pescador que começou a surfar em uma prancha de isopor, ele lembrou da avó e dos pais quando venceu o adversário japonês e chorou muito além de agradecer a Deus e à família no pódio.

“Manter um trabalho de excelência como rotina deve ser a meta de todo atleta ou profissional que busca o sucesso. A excelência precisa ser trabalhada como um hábito, pois assim o sucesso será uma consequência. É importante nessa jornada não se frustrar com erros ou dificuldades que com certeza existirão, mas manter-se auto motivado até atingir o objetivo desejado mesmo sob pressão”, ensina Ytaquirate.

Outro exemplo de motivação e persistência é João Henrique Falcão, que integra a equipe brasileira de atletismo, e vai disputar a prova de 4x400 misto; modalidade de revezamento inédita nos Jogos Olímpicos. Natural do Piauí, ele treina na equipe do CT Maranhão. E só foi convocado de última hora, após a desistência de outro atleta nessa prova.

Seja para torcer pelos atletas maranhenses e brasileiros, seja para aprender com todos eles, vale ficar de olho nas Olimpíadas de Tokyo que estão nos dando grandes emoções e preciosas lições de garra e superação.

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