Terminamos este ano e fechamos, na UFMA, o ciclo de comemorações dos 200 anos de fundação da imprensa no Maranhão. No final de 2020, descobri, quase por acaso, lendo um texto sobre história da imprensa, que em 2021 estaríamos completando dois séculos do início da atividade jornalística em terras maranhenses – no dia 15 de abril daquele ano, o jornal “O Conciliador do Maranhão” saía, manuscrito, formato em que veio a lume até outubro, quando finalmente foi publicado por tipografia.
Nesses dois séculos de atividade da nossa imprensa, construiu-se uma trajetória cheia de muitas coisas: embates, censura, centenas de jornais de vida curta, outros de vida curtíssima, existência de pasquins com virulência inacreditável, formação de grandes personalidades nascidas nas páginas dos matutinos, evocação da literatura, evolução de jornais artesanais para jornais impressos em tipografia, daí para revistas ilustradas, daí para os veículos audiovisuais (rádio e TV) e daí para a mídia digital que temos hoje.
É uma trajetória que merece todos os enaltecimentos, porque a imprensa foi uma das grandes responsáveis pela construção e consolidação do que somos hoje como sociedade. Em todos esses anos, a imprensa sempre esteve presente nas grandes causas maranhenses, encampou os maiores debates, produziu páginas e páginas de informação, reflexão e conhecimento sobre o crescimento e o desenvolvimento do nosso estado.
E, por isso, nós da UFMA decidimos passar todo o 2021 em comemorações pela data. Inicialmente, formatamos um projeto de extensão que abarcasse todas as iniciativas relativas ao tema. Depois, com o projeto já aprovado e institucionalizado, partimos em busca de parcerias que nos permitissem criar os produtos necessários à visibilidade dessa história. E encontramos na Vale, na Emap e na Fundação Josué Montello as mãos estendidas que nos ajudaram. Com os recursos conseguidos desses parceiros, fizemos um podcast com 5 episódios; uma longform (material especial para site); uma webstorie (material especial para Instagram) e um videodocumentário, todos versando sobre a história da imprensa, seus acontecimentos, personagens e personalidades. Os materiais foram divulgados nas redes da UFMA, de junho a dezembro.
Também organizamos uma coleção especial de livros para marcar a data: a “Coleção 200 anos de Imprensa no Maranhão”. Os dois primeiros frutos dessa ação foram os livros: “História da imprensa no Maranhão (1821-1925)”, de Antônio Lopes, editado com organização do professor e reitor Natalino Salgado Filho e o bibliotecário-documentalista Roberto Sousa Carvalho e “O Conciliador: um capítulo da história da imprensa periódica no Maranhão”, de Manuel Nogueira da Silva, capitaneado pelos professores Natalino Salgado Filho e Silvano Alves Bezerra da Silva.
Os livros foram lançados como parte da cerimônia que encerrou todo este projeto: a noite da entrega da “Comenda 200 anos de Fundação da Imprensa no Maranhão”, uma honraria que distinguiu 50 personalidades da imprensa maranhense – 10 escolhidas por votação popular e 40 escolhidas por uma comissão interinsticional, formada por representantes da UFMA de São Luís, Imperatriz e Grajaú e dos seguintes setores: Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM); Academia Maranhense de Letras (AML); Academia Ludovicense de Letras (ALL); Academia Imperatrizense de Letras (AIL) e Sindicato dos Jornalistas do Maranhão. Foram agraciados pesquisadores, empreendedores e demais profissionais ligados ao mundo da imprensa, em suas mais distintas áreas: publicidade, fotografia, editoração, jornalismo, de veículos impressos, de rádio, TV e internet. Uma lista tão ampla e tão diversa como sabemos ser a nossa imprensa. Esta ação da Comenda teve o fundamental patrocínio da SEEDUC, por meio do IEMA.
No fim, a UFMA, por meio da Superintendência de Comunicação e Eventos (SCE) e suas diretorias (DCOM, Rádio Universidade, TV Ufma e Eventos e Concursos), com o apoio das pró-reitorias de Extensão e Cultura (PROEC), Planejamento, Gestão e Transparência (PPGT), das superintendências de Infraestrutura (SINFRA) e Tecnologia da Informação (STI) e a operacionalização via Vice-Reitoria, com a ajuda de profissionais da DCOM e pesquisadores, concluiu uma iniciativa que deixa para a posteridade um material que, ao mesmo tempo, representa um registro, uma homenagem e um legado para as próximas gerações do que representa a força da nossa imprensa.
Como disse o reitor Natalino Salgado Filho, apoiador primeiro, quando lhe mostramos a ideia de a UFMA encampar as comemorações pelo bicentenário da imprensa maranhense: “Vamos fazer, pois não é todo dia que se comemoram 200 anos”. Assim o fizemos. E deixamos para a imprensa do Maranhão um belo presente de aniversário!
Fernando Oliveira
Jornalista e Superintendente de Comunicação e Eventos da UFMA
Marcos Fábio Belo Matos
Jornalista, Diretor de Comunicação e Vice-reitor da UFMA
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