No fundo do mar tem o Castelo que é do rei Sebastião, tem
mandinga tem segredo, meu amor eu tenho medo de brincar de assombração”. De
fato, parece que o Castelo encantado, está a assustar a população Ludovicense.
Um rápido passeio pelo seu interior revela as marcas de um passado sombrio,
marcado por massacre a juventude, traições políticas e acima de tudo
desrespeito à inteligência daqueles que nele habitam.
Suas paredes, erguidas a base de sal, mantêm constante a
umidade que somadas ao calor tropical desta ilha, torna um inferno a vida de
qualquer cidadão, lentidão no trânsito, sujeira e mal cheiro são apenas
sintomas corriqueiros. Suas masmorras aprisionam o progresso de mais de duas
gerações passadas e futuras e de quebra, a prosperidade de toda uma Ilha. A
falta de memória também é outra característica notadamente singular deste
inóspito lugar, as pedras que serviram a sua construção, hoje recebem desdém.
Porém nem tudo são mazelas, o bobo da corte desempenha um papel extraordinário,
um desempenho tão fenomenal que se a justiça fosse a marca deste Castelo, seu
titulo não seria bobo e sim gênio.
Só mesmo um competente ilusionista, para realizar com
maestria a levitação de um trem que vai de um lugar para lugar nenhum. Também
obra deste ilusionista, causa perplexidade a extensão de uma estrada na qual
trezentos metros se transformam em três quilômetros, para delírio da garotada,
pois somente uma mente infantil vibra com essas coisas, o ilusionista conseguiu
com apenas três palavras transferir alguns buracos e crateras para cidades
próximas. Depois desse todo esse show de ilusões, não se assustem caso seja
proposta a construção de um aeroporto para Objetos Voadores Não Identificados
(OVNI), ou até mesmo uma ponte ligando uma cidade litorânea a uma base
espacial, o quem sabe como num jogo de ilusões e realidade, ser um pretérito
Sarney e hoje se colocar contra isso.
Como visto, a característica dessa gente é produzir e acreditar
nas lendas, o problema é que acreditaram tanto, que até mesmo já se tornaram
uma e, como já se sabe, as lendas existem enquanto se acredita nelas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário