terça-feira, 2 de abril de 2013

Começa a formação da Coalizão Global por Eleições Limpas


Aconteceu na sexta-feira (29), na sala TD013 da Zona B da Université El Manar em Tunis na Tunísia, a oficina do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral em que foi apresentada a história da mobilização brasileira pela aprovação de iniciativas populares desde as emendas cívicas à Constituição de 1988 até a conquista da Lei da Ficha Limpa.
A mesa foi realizada com o propósito de compartilhar a experiência brasileira de mobilização popular para a conquista de mudanças na legislação eleitoral. Luciano Santos, advogado e membro do MCCE fez um relato sobre as leis de iniciativa popular, Lei 9840 e a Lei da Ficha Limpa, historiando a criação do MCCE e sua importância pedagógica no incentivo à participação direta dos cidadãos.
O juiz Márlon Reis, do Maranhão, respondendo a indagação do auditório, ressaltou o reconhecimento do princípio da proteção pela Suprema Corte brasileira como um dos principais avanços jurídicos alçados pela Lei da Ficha Limpa. "O principio da proteção não é uma característica exclusiva da ordem constitucional brasileira. É uma característica inerente à ideia de democracia, estando afirmada até mesmo em instrumentos internacionais de direitos humanos. O poder político é um bem de interesse coletivo que deve estar resguardado por normas protetivas", afirmou.
Francisco Whitaker, um dos idealizações do Fórum Social Mundial e também fundador do MCCE, destacou a característica de rede adotada pelo movimento, marcada pela horizontalidade das ações, pela inexistência de líderes institucionais e pela ausência de hierarquia entre os Comitês.
Neste evento foi lançada a proposta de uma coalizão global de entidades que tem interesse no combate a corrupção eleitoral. A ideia teve uma boa aceitação de representantes do Brasil, França, Tunísia, República dos Camarões, Costa do Marfim, Marrocos e Alemanha. Diversas entidades manifestaram interesse em compor essa coalizão.
O próximo passo para a constituição da rede será uma sequência de encontros na Alemanha com organismos multilaterais e instituições locais. Na sequência, será agendado um encontro com essas entidades, possivelmente em Curitiba.
Também faziam parte da delegação brasileira Ana Lucrécia Sodré Reis, Ramon Bentivenha (do Instituto Atuação, entidade que compõe o Comitê Nacional do MCCE, de Curitiba) e Stella Whitaker. Jan Mothes, de Berlim, que atua como Secretário Internacional do Movimento, também participou de todo o evento.

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