quarta-feira, 10 de julho de 2013

A matemática criminosa dos COPAMAS que escravizam os pescadores de Raposa


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Barcos de fibra COPAMA de propriedade da Prefeitura de Raposa
Um dos maiores municípios pesqueiros do Estado do Maranhão, é também o protagonista de uma das maiores injustiças trabalhistas no ramo da pescaria.
As 53 embarcações de fibra da falida COPAMA – Cooperativa de Pesca do Maranhão, adquiridas ainda na gestão do ex-prefeito José Laci, hoje possuem o nome de MAR, totalizam 31 barcos em funcionamento e fazem parte do patrimônio da Prefeitura de Raposa. Em vez de trazer melhores condições de vida para os pescadores e comunidade local, estão sendo usados de forma criminosa, onde os que mais trabalham são os que menos ganham.
Vejamos: Uma embarcação faz em média duas viagens/pescarias a cada mês. Cada barco leva seis tripulantes, cinco pescadores e um encarregado – mestre -. O carregamento contém toneladas de gelo e centenas de litros de óleo diesel, além do rancho (alimentação) rede e apetrechos de pesca. A capacidade de cada barco COPAMA é de seis toneladas de pescados, isso sem falar no peixe salgado.
Pescado sendo descarregado de um dos inúmeros COPAMAS
Pescado sendo descarregado de um dos inúmeros COPAMAS
A partilha dos lucros decorrentes da venda do pescado oriundo dos COPAMAS, segue uma matemática criminosa, injusta e desleal, beirando o trabalho escravo, onde somente o “vezeiro” (que tem o direito da “vez” de comprar o pescado) e o “atravessador” (que tem a preferência de comprar o pescado e revender com preço superfaturado à terceiros) ganham a maior bolada.
Quando o barco chega do alto mar com o resultado da pescaria, é hora de vender o peixe. Daí começam as injustiças, o total bruto do lucro de cada pescaria em Raposa, segue as seguintes regras:
- Além de não comprar o peixe no valor justo de mercado, o ‘vezeiro’, ainda tem, obrigatoriamente, o “direito” de reter R$ 0,50 (centavos) de cada quilo das inúmeras toneladas da produção de cada pescaria;
- E mais, 20% do lucro total também é destinado ao ‘vezeiro’, como se fosse o dono da embarcação, quando, na verdade, a embarcação é patrimônio da Prefeitura;
- Além desses, ainda é tirado do total da venda da produção, a quantia referente ao pagamento das despesas da pescaria (gelo, óleo diesel, alimentação da tripulação, entre outras despesas);
- O que sobra disso, é divido em duas partes, metade para os seis pescadores, desses, o encarregado que é o mestre tem um ganho a mais… E a outra metade, adivinhe para onde vai? Isso mesmo! Novamente para o tal ‘vezeiro’,
Transformando em ‘miúdos’, por exemplo, se uma pescaria render R$ 15.000,00 no bruto – numa produção de somente 2.500 quilos de pescados, vendendo um quilo pelo outro a R$ 6,00 – sendo que os R$ 0,50 centavos de cada quilo já foi retido na fonte para o ‘vezeiro’; A quantia de R$ 3.000,00 (no caso os 20%) é também destinado ao atravessador; E a despesa (gelo, óleo, alimentação e outras) chegar, por exemplo, a R$ 3.000.00, resta então, R$ 9.000,00 mil para ser dividido em duas partes. Desses, R$ 4.500,00 é dividido entre os seis pescadores e os outros R$ 4.500,00 assim como a maioria da injusta divisão tem destino certo: O bolso do ‘vezeiro’!
Realidade da vida suada e sofrida dos pescadores de Raposa
Realidade da vida suada e sofrida dos pescadores de Raposa que trabalham muito e ganham pouco
Conclusão, na matemática criminosa dos COPAMAS que escravizam os pescadores de Raposa, levando em conta os R$ 15 mil bruto, o rendimento do ‘vezeiro’, somado, chega a R$ 8.750,00 em uma pescaria. Enquanto isso, o suado trabalho do pescador lhe rende R$ 540,00, muito inferior a um salário mínimo.
Prova, justamente, o que disse anteriormente, ‘os que mais trabalham são os que menos ganham!’
Daí, rapidamente explica-se as mansões e carrões dos ‘vezeiros’ e ‘atravessador’ que tem vida mansa, enquanto o “pobre” pescador não avança, só trabalha quase que escravizado para enriquecer os tais cabos eleitorais.
A consequência negativa é direta, pescadores estão sumindo de Raposa, indo pra outros municípios e até outros estados, onde o trabalho pesqueiro é bem menos injusto!

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