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Foto: Sebastião Salgado |
Não fui o primeiro jornalista a conviver durante um certo tempo com os
índios Awá Guajá. Antes de mim lá estiveram outros que provaram do
mesmo arrebatamento. Como eu, deixaram suas escrituras em folhas de
jornal. E não importa quem chegou primeiro, quem virá depois para
contar. Importa o tamanho da emoção de conhecer um povo tão mais
brasileiro, tão mais índio dentre os índios de que se tem notícia na
história mais recente do País. Conheci os Awá Guajá numa primeira
viagem em setembro de 1995 e ainda hoje me desassossego com qualquer
fato que os exponha no noticiário, porque, a rigor, estão em permanente
ameaça de extinção. E pelos mesmos motivos que os vi vulneráveis há 18
anos.
Por meio do amigo Heider Moraes, recebi a informação de que o jornal “O Globo” publicara, nas edições de ontem e hoje, ampla reportagem sobre esses índios que vivem nas matas do Maranhão há quase 200 anos. O texto bem pontuado de Miriam Leitão bate nos mesmos pontos: a ação criminosa de madeireiros, grileiros e outros aproveitadores põe em risco a sobrevivência de um povo sem armas, que desconhece a guerra e a agricultura e que vive primitivamente da pesca e da coleta.
Sobre o texto não há novidades – nada que as autoridades já não saibam sobre invasões de terra e assalto à luz do dia sobre as nossas florestas. Acontece que Miriam Leitão foi convidada pelo talentoso fotógrafo Sebastião Salgado para acompanhá-lo nessa viagem de encontro aos Awá Guajá. E, claro, o que era pra ser apenas um texto sem sal, de uma jornalista moldada para cobrir as áridas pautas de economia, transforma-se numa obra de arte ilustrada por imagens do maior fotógrafo do mundo.
Em vídeo gravado para o site de “O Globo”, Miriam Leitão confessa que ninguém retorna de uma viagem como aquela impunemente. Veja alguns trechos do depoimento da repórter:
“Sempre achei que ser jornalista era um privilégio. Como jornalista, você consegue viver coisas impressionantes. É uma profissão tão intensa, tão cheia de surpresas... Mas a melhor coisas do jornalismo é a reportagem, é você sair, viver uma história, entender uma história e contar essa história. Só que um privilégio maior ainda é quando você recebe um telefonema de Sebastião Salgado com o convite para ir a uma tribo e passar alguns dias convivendo com os índios”.
“É muito difícil contar o que foi essa experiência, mas é como se eu tivesse aberto uma janela para o mundo que eu não conhecia, uma parte do Brasil que eu ainda não tinha visto, que vi e que me emocionou”.
É quase isso e mais alguma coisa. Uma experiência que não se apaga. Essa janela nunca mais se fecha e por isso mesmo o desassossego vira uma tocaia. Sou mais um jornalista sitiado pelo tema.
Por meio do amigo Heider Moraes, recebi a informação de que o jornal “O Globo” publicara, nas edições de ontem e hoje, ampla reportagem sobre esses índios que vivem nas matas do Maranhão há quase 200 anos. O texto bem pontuado de Miriam Leitão bate nos mesmos pontos: a ação criminosa de madeireiros, grileiros e outros aproveitadores põe em risco a sobrevivência de um povo sem armas, que desconhece a guerra e a agricultura e que vive primitivamente da pesca e da coleta.
Sobre o texto não há novidades – nada que as autoridades já não saibam sobre invasões de terra e assalto à luz do dia sobre as nossas florestas. Acontece que Miriam Leitão foi convidada pelo talentoso fotógrafo Sebastião Salgado para acompanhá-lo nessa viagem de encontro aos Awá Guajá. E, claro, o que era pra ser apenas um texto sem sal, de uma jornalista moldada para cobrir as áridas pautas de economia, transforma-se numa obra de arte ilustrada por imagens do maior fotógrafo do mundo.
Em vídeo gravado para o site de “O Globo”, Miriam Leitão confessa que ninguém retorna de uma viagem como aquela impunemente. Veja alguns trechos do depoimento da repórter:
“Sempre achei que ser jornalista era um privilégio. Como jornalista, você consegue viver coisas impressionantes. É uma profissão tão intensa, tão cheia de surpresas... Mas a melhor coisas do jornalismo é a reportagem, é você sair, viver uma história, entender uma história e contar essa história. Só que um privilégio maior ainda é quando você recebe um telefonema de Sebastião Salgado com o convite para ir a uma tribo e passar alguns dias convivendo com os índios”.
“É muito difícil contar o que foi essa experiência, mas é como se eu tivesse aberto uma janela para o mundo que eu não conhecia, uma parte do Brasil que eu ainda não tinha visto, que vi e que me emocionou”.
É quase isso e mais alguma coisa. Uma experiência que não se apaga. Essa janela nunca mais se fecha e por isso mesmo o desassossego vira uma tocaia. Sou mais um jornalista sitiado pelo tema.
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