terça-feira, 1 de outubro de 2013

Sobre despedidas e inícios


Natalino Salgado Filho


Na semana passada, citei brevemente aqui neste espaço a alegria de ter presenciado mais uma solenidade de colação de grau na Cidade Universitária, momento de regozijo para centenas de estudantes - agora novos profissionais - e suas famílias. Àquela ocasião, muitos jovens cruzaram os portões da Universidade Federal do Maranhão levando consigo não apenas as marcas de uma árdua jornada de estudos, mas também a alegria de alcançarem a conquista de um sonho.
No discurso que proferi, fiz questão de lembrar que nenhuma vitória é singular, visto que é fruto do esforço também das famílias - pais, irmãos, esposos, esposas, companheiros -, que se ombrearam para que os novos formandos pudessem chegar até àquele momento.
E a despeito do amálgama de emoções, que foi a tônica da solenidade, um dos grandes destaques da noite foi a audição da canção escolhida para marcar a despedida dos formandos. Trata-se da composição Sempre Lembraremos - criada por Gabriel Asafe Veloso Costa, aluno do curso de Música -, escolhida através de um concurso, que contou com a participação de vários interessados, realizado pelo Departamento de Assuntos Culturais da UFMA. A canção vencedora fala de saudade, amizade, gratidão aos mestres, aos colegas e ainda discorre sobre o ambiente universitário como um lugar estimulante, de construção de ideais, de enriquecimento pessoal e profissional.
Acredito que assim como os grandes heróis da história - muitas vezes imortalizados e saudados em músicas e poesias - a canção de despedida vai ser um item de alegria a mais para aqueles que alcançarem esse momento tão aguardado na vida de um estudante universitário, que é a colação de grau. Dessa forma, quando ouvirem “...Levando no peito a nossa Universidade Federal do Maranhão”, tenho certeza de que inúmeras sensações lhes invadirão o peito. Talvez, por isso, Beethoven tenha dito que a música represente uma maior aparição do que toda a sabedoria e a filosofia.
Outra grande alegria para todos nós que fazemos a UFMA foi vivida na última sexta-feira, quando, no município de Balsas, no sul do Maranhão, ocorreu a primeira aula do curso de Ciência e Tecnologia, marcando o início de uma promissora etapa das ações da UFMA na região.
No primeiro momento, serão alcançados 80 alunos nos turnos noturno e matutino, que assistirão às aulas na escola municipal Maria Justina Serrão enquanto as obras do Campus estão sendo concluídas. A escola - fruto da parceria com a prefeitura municipal de Balsas - recebeu uma série de adaptações e reparos que a dotaram de infraestrutura suficiente para atender as demandas iniciais.
A previsão é que no início do próximo ano possamos ultrapassar a casa dos 100 alunos para que, num futuro breve, cheguemos perto de 400 estudantes. As obras do Campus naquela cidade estão avançadas, porquanto estão sendo executadas dentro de um cronograma rigoroso. Para o Município de Balsas, pretendemos, em 2015, ofertar 600 vagas, divididas em 200 para cada turno (matutino, vespertino e noturno).
O curso oferecido nessa cidade do sul do Estado está de acordo com o Programa de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais - REUNI, privilegiando ainda as peculiaridades da região. O aluno terá à sua disposição quatro modalidades de Engenharias (Civil, Ambiental, Mecânica e Elétrica), num formato de Bacharelato Interdisciplinar em dois ciclos. Isso é uma grande inovação, pois oferece maior flexibilidade e autonomia, permitindo ao aluno escolher uma formação específica em qualquer uma dessas engenharias ou mesmo se tornar um generalista.
Essa abordagem inovadora desse núcleo de Ciência e Tecnologia permite ao alunado uma perspectiva de mudança na formação. A flexibilidade responde com rapidez à enorme demanda por esses profissionais no mercado brasileiro, bem como amplia as possibilidades em profissões que, segundo pesquisa americana da CareerCast.com, estão entre as mais bem remuneradas no atual ranking mundial. Ao mesmo tempo, atende a uma grande carência em formação nessas profissões e possibilita a essa região do país a base para a instalação de novas indústrias, desde as de transformação (setor secundário) até aquelas que usam mão de obra especializada, com forte investimento em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias.
Iniciei este texto falando de despedida, mas o encerro com a alegria de ver o início de mais um capítulo na história da Universidade Federal do Maranhão, a universidade que cresce em ensino, pesquisa, extensão e inclusão social. Assim, além do grande investimento em obras físicas, valorizamos as pessoas que elegem a UFMA como cenário para viver uma das mais ricas experiências de suas vidas.

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