
No encontro as comunidades discutiram e expuseram as lutas pela manutenção e titulação de suas terras e as ameaças que sofrem diariamente por parte de grileiros, madeireiros, do agronegócio e do latifúndio. Comunidades que há anos vivem nas terras e que resistem para permanecer mesmo com ameaças de morte, assassinatos, reintegrações de posse concedidas pelo poder judiciário e pressão das administrações municipais e do Governo do Estado.
O Encontro também reforçou a luta da comunidade Guerreiro frente à tentativa da Suzano Papel e Celulose de retirar suas terras. A comunidade busca ser reconhecida como quilombola, cujo processo encontra-se, com muita lentidão, na fase de certificação pela Fundação Cultural Palmares.

“Em relação à empresa Suzano Papel e Celulose, afirmamos que o modelo atual de desenvolvimento do Estado visa o enriquecimento das empresas, enquanto os trabalhadores empobrecem e são retirados das suas terras. Já foram várias áreas devastadas na região sul/sudoeste do estado e agora ocupam a região dos cocais com suas florestas artificiais, agredindo o meio ambiente e suas fauna e flora. Caso continue, o Maranhão se tornará um imenso território de plantação de soja e eucalipto e não mais produziremos nada para garantir a segurança alimentar e a vida da população maranhense”, afirma Saulo Arcangeli.
Outros problemas na comunidade Guerreiro são a falta de água e de energia elétrica. “ Em relação ao fornecimento de energia elétrica, a CEMAR afirma, segundo os moradores, que não tem nenhuma previsão e que sua prioridade é o atendimento às empresas, o que demonstra que a Luz não é para Todos. A energia não chega pela paralisia do programa “Luz para Todos” do governo federal e a falta de compromisso da CEMAR com a população, pois a empresa está preocupada com seu lucro. Por isso defendemos a estatização da companhia para que atenda , com qualidade, aos que mais precisam de energia.”, conclui Saulo Arcangeli.
Durante a tarde foi realizada uma passeata pela cidade de Parnarama que passou por vários órgãos. No Fórum de Justiça foi feita uma exigência para que o Poder Judiciário não tome nenhuma atitude em relação à reintegração, antes que se conclua o processo de titulação da terra quilombola de Guerreiro. Na Cemar, que funciona apenas até meio-dia, foi feito um lacramento simbólico pela inoperância da companhia em resolver o problema de energia e na prefeitura municipal foi cobrada uma posição da administração sobre a falta de água na comunidade.
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