quarta-feira, 20 de agosto de 2014

ACM: 160 anos na luta pelo empresário maranhense

 
João Gualberto da Costa, primeiro presidente da ACM
No dia 21 de agosto de 1854 nasceu a primeira entidade de classe criada no Estado do Maranhão, cujo primeiro presidente foi João Gualberto da Costa, a Comissão da Praça, que em anos seguintes seria conhecida como Associação Comercial do Maranhão. A data festiva tem sido celebrada durante todo o mês de agosto e hoje (21), terá solenidade magna, a partir das 19h, na sede da entidade (Praça Benedito Leite, Centro). Durante o evento serão homenageados os ex-presidentes vivos com uma escultura de autoria do artista plástico Vidotti, e será entregue a Medalha do Mérito João Gualberto da Costa ao reitor da Universidade Federal do Maranhão, professor Natalino Salgado.
Para a presidente da entidade, Luzia Rezende, são vários os desafios de presidir a Associação Comercial do Maranhão, a entidade de classe mais antiga do Estado. “Foram vários os ciclos que a entidade vivenciou, tendo participado ativamente das decisões do Governo, sendo, em vários anos, essencial na tomadas de decisão da administração do Maranhão”, disse.
Segundo ela, a entidade passa por uma fase de transição, na qual o desafio é entender o que o associado almeja. “Sei que nosso maior propósito é o de representar todas as esferas da classe empresarial, sendo uma referência enquanto entidade de classe, porém percebo também que a entidade busca um norteamento para que possa alinhar-se às outras demandas da sociedade atual”, relatou.
Em sua gestão, Luzia destaca o relacionamento com o associado. Além dos debates políticos (apartidários) que a entidade realiza nas plenárias semanais, foram criados uma série de produtos e serviços que tem o real objetivo de trabalhar o relacionamento com o associado. Entre eles o Sicoob Empresarial de São Luís, o Fórum da Mulher Empresária, o Programa Capacitar, o Prêmio Empresário do Ano, a Revista Empresariar, eventos de integração e o fortalecimento dos Conselhos Temáticos da entidade.
Para o futuro, a presidente afirma que o propósito será de buscar o fortalecimento para a representação dos segmentos empresariais, proporcionado a eles a busca de conquistas para o desenvolvimento dos setores. Além disso, deve diversificar sua gama de produtos e serviços para atrair o associados e investir na modernização de suas estruturas de pessoas, físicas e tecnológicas. “Já demos início a esse processo com a renovação do quadro de pessoal, a implantação de um planejamento estratégico e a busca de recursos para a reforma do prédio da entidade”, destacou Luzia Rezende.
UM POUCO DE HISTÓRIA
O surgimento da Associação Comercial do Maranhão, buscando sua origem na Comissão da Praça, deu-se na segunda metade do século XIX, mais precisamente no dia 21 de agosto de 1854, quando foi empossada a primeira diretoria, que tinha como presidente João Gualberto da Costa, e como demais membros Manuel Antônio dos Santos, José Antônio da Silva Guimarães, Manuel Gonçalves Ferreira Nina, Jorge Maria de Lemos Sá, Luís Francisco de Azevedo e José Joaquim da Silva Ferreira. Eles foram empossados solenemente em 07 de setembro daquele ano, evento altamente participativo por parte da sociedade maranhense.
A entidade nasceu das reuniões que frequentemente se realizavam nas residências dos empresários Nicolau José Ferreira e Alexandre José de Almeida. Conhecidas como “cavacos”, essas reuniões serviam para que os comerciantes colocassem em dia os assuntos dominantes da atividade empresarial. O que ali se discutia ganhava tanta repercussão que o presidente da
província, Antônio Joaquim do Amaral, defendeu no pronunciamento feito à Assembleia Legislativa, em 1848, a construção de um edifício para que os empresários pudessem ter mais conforto e privacidade em seus encontros. Mesmo assim eles preferiam as reuniões nas suas residências, cujos proprietários cobravam taxas pela cessão dos móveis usados pelos participantes.
Em 1854, ao analisarem o artigo 34 do Código Comercial de 1850 (dizia: “os comerciantes de qualquer praça poderão eleger entre si uma comissão de represente o corpo do comércio da mesma praça”), os empresários passaram a discutir a criação de uma entidade que pudesse representá-los junto aos poderes constituídos. João Gualberto, Manuel Antônio dos Santos e Jorge Lemos e Sá compuseram um corpo permanente de representação da categoria, mais trade acrescida de outros seis empresários.
Apesar da repercussão da criação da Comissão da Praça, principalmente em função do perfil do seu presidente, um empresário erudito e de pendor intelectual, os primeiros anos da entidade foram de inércia, não assumindo, inclusive, nenhum ato de defesa em favor da categoria. Durante cinco anos, apesar dessa crise, João Gualberto da Costa foi reeleito o presidente da Comissão, mas as ações não motivavam nem mesmo os órgãos da imprensa a noticiarem o que ali se passava, como pode ser testemunhado em pesquisa aos jornais da época que raramente mencionavam a entidade.
Preocupados com o destino da sua entidade, em 1859, os empresários decidiram dar motivação à Comissão da Praça e confiaram a Martinus Hoyer, José Vinhas e Ferreira Nina a redação de um documento à política financeira do governo. O efeito da reclamação foi tão bombástico que a partir daí a Comissão da Praça passou a ser reconhecida pela sociedade e atuar realmente para representar seus filiados.
Fonte: trecho extraído do material publicado no aniversário de 140 anos da entidade.
Fato Marcante
Um episódio que marcou a história da ACM ocorreu no período do período da Revolução de 1930. Segundo Jerônimo Viveiros no livro História do Comércio, o Major Juarez Távora, responsável pela interventorias do norte do Brasil, solicitou à ACM uma avaliação do Interventor Federal e qual a opinião do regime. A resposta da ACM foi que a interventoria não buscou conhecer as aspirações do empresariado local e ficava trancado em seu gabinete. O fato provocou um clima de hostilidade por parte do interventor e não mais considerava a ACM como representante da classe produtora local.
Após um período de relativa calma, em 1934, a Secretaria de Fazenda já não aceitava as ponderações desta Casa, mesmo a ACM fazendo parte de uma comissão especialmente criada para discutir questões tributárias, especialmente quanto ao Imposto de Transações Mercantis e do lançamento do Imposto de Indústrias e de profissões.A diretoria da ACM, sob a presidência de José João dos santos, comunicou ao Secretário de Fazenda que considerava dissolvida a comissão já que o acordo entre a ACM e o governo não estava sendo cumprido.
A crise agravou-se, e houve rompimento, quando a ACM denunciou às autoridades federais e à bancada maranhense as irregularidades do Decreto 550 sancionado pelo Interventor. Este por sua vez ordenou a prisão dos senhores Edem Bessa, Arnaldo Ferreira, Afonso Matos, Arnaldo Correia e Aurino Penha, em 15 de maio de 1934. Quatro dias depois a prisão foi revogada depois de um harbeas corpus impetrado pela Presidência da ACM. O comércio de São Luís retornou à
normalidade após as ordens do Presidente da República. Este também mandou seu representante, Vicente Rao, a São Luís, para comunicar ao interventor que o decreto imposto tinha sido revogado e que fora aceita a proposta da ACM.

Conselhos, Projetos e Programas da entidade
CONSELHOS EMPRESARIAIS
Conselho do Jovem Empresário
Criado em 2003 para congregar os jovens empresários e filhos de associados da entidade, estimulando assim o empreendedorismo jovem e a formação de futuras lideranças empresariais.
Conselho do Turismo
Criado em 2003 para fortalecer a atividade turística no Estado através da participação do empresariado nas decisões pertinentes ao segmento e contribuindo para o desenvolvimento de todas as atividades, ligadas direta e indiretamente, ao setor.
Conselho da Mulher Empresária
Criado em 2003 com o objetivo de valorizar a Mulher Empresária, estimular a participação nas atividades da instituição e investir em capacitação para gerar aprimoramento pessoal e crescimento empresarial.
Conselho da Micro e Pequena Empresa
Criado em 2003 como objetivo de dinamizar o segmento das micro e pequenas empresas, para que elas alcancem maior representatividade no Estado.

PROJETOS & PROGRAMAS
Sicoob Empresarial São Luís e Região
Cooperativa de Crédito Empresarial criada com capital de investidores da Associação Comercial do Maranhão, Associação dos Jovens Empresários do Maranhão, Associação Maranhense de Distribuidores e Atacadistas, Associação Maranhense de Supermercados e Câmara dos Dirigentes Lojistas de São Luís. Com previsão de abertura em janeiro de 2015, a instituição de crédito ligada ao SICOOB Nacional, prestará serviços diferenciados aos cooperadores que também serão donos do empreendimento.
Programa Capacitar
Criado com o intuito de oferecer à empresa associada cursos, treinamentos e capacitações para empresários, líderes, gestores e colaboradores.
Fórum da Mulher Empresária
Evento segmentado tendo com o público alvo a mulher empresária/empreendedora, além de estimular a participação feminina na entidade e no segmento empresarial.
Prêmio Empresário do Ano
Condecoração tradicional da ACM, o Prêmio Empresário do Ano elege empresário de destaque atuação no cenário maranhense. Atualmente passa por uma reformulação em parceria com o SEBRAE.
Workshop de Vendas
Evento que faz parte do programa capacitar. Reúne centenas de profissionais da área comercial para participação em palestras sobre vendas, com o objetivo de capacitação do setor.
Revista Empresariar
Projeto que tem o objetivo de fortalecimento da marca da instituição. Trata-se de uma ferramenta de comunicação que divulga a entidade e seus associados, valorizando assim o segmento empresarial maranhense.

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