Hoje, 27/08 -, por mera consciência atendi em meu trabalho como orientador dos camponeses no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Urbano Santos a Senhora Rosilene, moradora no Povoado São Raimundo, prima da Francisca, presidente da associação da comunidade. Aproveitei para mandar lembranças àquelas pessoas amigas, foi daí então que senti saudades da velha culinária e do seu povo hospitaleiro. Pensei nos peixinhos do riacho que Francisca Faz amoquecados, as galinhas caipiras com leite de côco, pato ao molho pardo, leitão a pururuca e sucos naturais.
A querida comunidade de São Raimundo é conhecida por ter uma associação comprometida com a luta em defesa da Reforma Agrária a favor dos direitos humanos e da vida. É uma região de chapadas com muitos bacurizeiros e pequizeiros, as casas dos moradores ficam na encosta da parte elevada do morro, nas proximidades do riacho que vem do Bom Princípio. Antigamente o Povoado São Raimundo não era muito conhecido pelo fato do difícil acesso das pessoas que ultrapassavam caminhos cheios de avalanches até chegarem lá. No inicio da luta pela terra companheiros de militância social como o Wilson Sousa e o Sr. Nonato do STTR na época, batalharam junto à associação numa peleja que até agora tramita nos órgãos fundiários. Respeitosamente falando, tenho um carinho muito grande por aquela população, desde as crianças que brincam alegres nos terreiros aos mais velhos que tem suas mãos calejadas prova do trabalho honesto para o sustento de suas famílias. Por duas vezes levei e organizei dois grupos de alunos para conhecer o projeto do Fórum Carajás que procurou desenvolver o processo do manejo do bacuri e espécies das chapadas. A primeira turma foi em 2011 (16 alunos) da Escola Comunitária Santa Maria Bertilla, pré-adolescentes que tomaram consciências e tiveram uma experiência exemplar a respeito das questões rurais. Caminharam pela chapada e tomaram banho no rio e, para não fugir do assunto, provaram e souberam da grande importância dos pratos tradicionais da zona rural. A última turma foi no ano seguinte em 2012 -, dessa vez o terceiro ano da mesma escola conheceu na íntegra e passaram por aquela aventura numa toyota, lembro que a viagem foi cheia de tropeços, era no inverno e as chuvas estavam fortes, mas deu tudo certo. Acredito que tivemos muitos proveitos, pois quando chegamos à escola preparamos um seminário com as fotos que trouxemos, vídeos e a experiência na comunidade, até hoje os alunos lembram das viagens.

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