terça-feira, 20 de outubro de 2015

Professor Enésio Matos faz análise da conjuntura nacional

A Revolução de 1930 representou um marco no processo de industrialização e de urbanização do Brasil. O investimento de capitais oriundos da agroexportação cafeeira e capitais públicos frutos  de vultosas indenizações aos cafeicultores, em virtude da crise de 1929, alavancou o desenvolvimento industrial brasileiro e proporcionou a urbanização crescente de várias partes do país, principalmente a região Centro-Sul.
Em um primeiro momento, investiu-se na indústria de base e, em seguida, na área de bens de consumo. Houve criação de leis trabalhistas que objetivaram o disciplinamento das relações de emprego, todavia essa legislação era aplicada apenas aos trabalhadores urbanos, representando um paradoxo em um pais essencialmente agrário, até então. Isso mostra a força política das oligarquias regionais.
O período de 1930 a 1945 (a era Vargas) representou a inserção do Brasil, no meio internacional, um tanto  quanto independente.
A partir da década de 50, o Brasil se insere internacionalmente de forma subordinada e dependente. A construção de Brasília demandou gastos exorbitantes, principalmente em virtude de endividamentos externos.
Durante o período da ditadura militar (1964 a 1985), outros empréstimos externos foram contraídos e investidos em grandes projetos,  a exemplo da Usina de Itaipu, da Ferrovia do Aço, das empresas estatais, das usinas nucleares, dentre outros. No plano externo, a dupla Reagan e Margareth Tatcher comandaram significativas transformações com um receituário inicialmente neoliberal. O acordo de Bretton Woods mudou o padrão ouro para o dólar, tendo ampla repercussão na dívida externa brasileira que passou a ser dolarizada. Foi responsável também por uma série de desregulamentações, favorecendo sobremaneira o capital especulativo.
No plano interno, as medidas neoliberais passam a ser adotadas a partir do governo Collor e atingem seu auge no governo FHC. Uma série de reformas são feitas, sempre reduzindo direitos e desmantelando o aparelho estatal. O patrimônio público é privatizado. Uma política econômica equivocada aliada ás altas dos juros internacionais fazem com que a dívida externa atinja as cifras dos duzentos milhões de dólares.
No período de 1994 a 1999, houve um déficit de cem milhões de dólares no balanço de pagamentos do Brasil. Convém destacar, ainda, que durante o governo Sarney, o Brasil decretou a moratória da dívida externa e que mais tarde recorreu ao FMI, contraindo novos empréstimos.
Em 2001, o FMI impôs ao Brasil a elaboração de lei que obrigasse o país economizar para o poder honrar o compromisso de pagamentos da dívida externa. Isso foi feito através da edição da lei de Responsabilidade Fiscal (LRF, LC n°101/00). A dívida pública brasileira se divide em dois grandes grupos: Externa está sendo reduzida gradativamente, em contrapartida,  a dívida Interna vem crescendo, principalmente pela manutenção das altas taxas de juros internos e por uma política econômica  deliberada nesse sentido.
Outro fator importante no processo de urbanização brasileira foi a criação do FUNRURAL, durante o período da ditadura militar, que representou a inserção de aproximadamente dez milhões de trabalhadores aos sistemas previdenciário e trabalhista. Estimulando também o fenômeno do êxodo rural, tendo como conseqüência o crescimento desordenado das cidades. Atualmente convivemos com o fenômeno de precarizaçao do mercado de trabalho e com o desemprego estrutural-estratégias utilizadas pelo capitalismo para manter sempre em alta os lucros.   
Falou-se, ainda, recentemente no alcance do pleno emprego-estratégia lulopetista para tentar mascarar os grandes desvios nas empresas estatais, notadamente nos Correios e Petrobras. O segundo governo de Dilma Roussef é um verdadeiro desastre, sorbeba e incompetência caminham  lado a lado. O resultado dessa catástrofe administrativa
merece uma analise mais acurada, o que poderá ser verificado a partir dos desdobramentos das pedaladas fiscais e das prestações irregulares das contas da campanha da presidente incompetente.  

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