Dayse Gloria Silva Mendes foi aprovada em primeiro lugar no mestrado em Biotecnologia Marinha, do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF)
SÃO LUÍS – Aluna da Universidade Federal do Maranhão, Dayse Gloria Silva Mendes, passou em primeiro lugar no Mestrado em Biotecnologia Marinha do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro.
O projeto aprovado para a pesquisa é o mesmo de sua monografia, embora ampliado, com o tema “Cultivo de Crassostrea gigas triploide em zona tropical”. Trata se de cultivo de uma espécie exótica chamada popularmente de ostra japonesa. Um dos seus maiores diferenciais é o crescimento rápido e maior tamanho, quando comparadas com as espécies nativas.
A pesquisa de sua monografia foi desenvolvida com ajuda do laboratório da Universidade Federal de Santa Catarina, que faz a modificação genética das sementes de ostras. O projeto de monografia de Dayse Mendes foi aplicado na região de Timbuba, município de Paço de Lumiar no Maranhão. O objetivo da sua pesquisa de mestrado é comparar o crescimento da Crassostrea gigas diploide e triploide em Cabo Frio, Rio de Janeiro.
A diferença entre a variedade diploide e triploide está no fato da primeira se reproduzir e a segunda não. Isso implica no sabor da ostra, tendo em vista que há uma queda no nível de glicogênio, que confere sabor adocicado às ostras durante o período reprodutivo.
De acordo com Dayse, durante a pesquisa de monografia, foram cultivadas dez mil sementes. “Passamos oito meses cultivando em uma estrutura chamada de balsa flutuante. O cultivo foi de uma população inicial de dez mil sementes de ostras triploides”, como contou.
Ainda, segundo a pesquisadora, em apenas oito meses, quase cem por cento da população cultivada atingiu o tamanho comercial. “Apenas menos de um por cento da população cultivada não sobreviveu, e as que sobreviveram atingiram o tamanho comercial em oito meses de cultivo. E a mortalidade se deu por conta da brusca variação dos dados oceanográficos da região, em temperatura e salinidade”, explicou.
O período reprodutivo da Crassostrea gigas coincide com o período de verão no sul do país onde há maior comercialização de ostras. Diante desse fato, houve a necessidade de se produzir uma espécie que mantivesse os níveis de glicogênio durante o ano todo, tendo em vista a qualidade do produto.
Saiba mais
O Instituto de Ensino do Mar Almirante Paulo Moreira foi o pioneiro no cultivo de ostras no Brasil. No Maranhão, esta foi a primeira vez que foi cultivada a espécie.
Dayse Gloria Silva Mendes é do município de Rosário, mas morou na Residência Universitária da UFMA até concluir sua graduação em Oceanografia este ano.
Este mestrado é uma parceria entre o IEAPM e UFF em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, e tem objetivo de gerar conhecimento, formar pesquisadores qualificados e suprir a carência no país de cursos de pós-graduação nesta área, representado um programa pioneiro e multidisciplinar, com três linhas de pesquisas: Biorrecursos Marinhos; Produtos Naturais Marinhos e seus Usos; e Sistema de Produção.
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