quinta-feira, 28 de abril de 2016

Márlon Reis: “Agora sou um cidadão detentor do direito de ser candidato”

Por Robert Lobato

No incio desta semana, o juiz Márlon Reis, 46 anos, surpreendeu a todos com o anúncio de que está deixando a carreira no Poder Judiciário para se dedicar à advocacia e abrir um escritório em Brasília para atuar a favor da Rede Sustentabilidade, partido que tem como maior liderança a ex-senadora Marina Silva, provável candidata do partido a presidente em 2018.
Gentilmente, Márlon atendeu a um pedido do Blog do Robert Lobato e respondeu aos seguintes questionamentos a seguir. confira:
Foi difícil a decisão de deixar a magistratura num momento onde o Judiciário se mostra o mais forte dos poderes da República?
Essa decisão foi fruto de um longo período de reflexão. Há pelo menos dois anos já estava decidido a fazer essa mudança em minha vida profissional. Entro na advocacia com um planejamento detalhado de minhas atividades e já com missões bastante instigantes. Precisava de mais liberdade intelectual e de estar livre para abraçar novas causas pelas quais tenho interesse.
O senhor tem sido um crítico duro do atual sistema político nacional. Como será possível o homem como o senhor fazer política nesse contexto de falência múltipla do sistema politico e dos partidos?
Os modelos antigos de prática político-partidária estão sofrendo um grave quadro de deslegitimação. Mas a sociedade não está negando a política como se pensa. Ela nega a má política, feita na base da força econômica e do culto à personalidade de caciques políticos. Isso não convence mais. O aumento do fluxo informacional coloca em cheque modelos antigos, e abre uma oportunidade imensa para novas posturas. É preciso substituir os cabos eleitorais por partícipes conscientes do processo político. 
Quais garantias a sociedade pode ter que a Rede não é somente mais um partido nessa “desordem partidária” brasileira?
Acredito na Rede Sustentabilidade justamente por ela não pretender apresentar formulas prontas como fazem os demais partidos. A Rede é um espaço de coletivização de ideias e construção de consensos. Não há promessas messiânicas. Há apenas uma ideia básica: reunir as pessoas que pensam o espaço público para juntas construírem de forma consciente o aperfeiçoamento da realidade.
Como o senhor vê esse quadro de polarização política radicalizada no país?
Isso é fruto do aumento do número de pessoas se preocupando de forma mais permanente com a política e da potencialização das vozes proporcionada pelas redes sociais. Essas manifestações mais raivosas já existiam antes. Só não era percebidas porque ficavam restritas a um raio muito pequeno. Isso mudou com a popularização da internet. Os políticos devem estar preparados para encarar isso com naturalidade. Quem não tiver controle emocional para lidar com essas radicalizações tem pouco a fazer no campo da política.
O senhor pode ser candidato ao Senado em 2018?
Minha atenção está toda voltada no momento à mudança da minha base profissional. Não planejei nada a respeito, mas é bom lembrar que agora sou um cidadão detentor do direito de ser candidato. Se a vida me levar por esse caminho não terei nenhum receio de encarar o desafio.

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