quinta-feira, 27 de abril de 2017

Defesa frágil aos ataques de Eduardo Braide e Wellington do Curso revela problemas na base política de Edivaldo Jr

Blog Ribamar Correa
sergioedivaldo
Sérgio Vieira foi “escalado” para defender Edivaldo Jr.
Algo de muito estranho está acontecendo na base política do prefeito Edivaldo Jr. (PDT). Ele vem sendo duramente atacado na Assembleia Legislativa pelos seus dois mais fortes adversários na corrida eleitoral de 2016, os deputados estaduais Eduardo Braide (PMN) e Wellington do Curso (PSB), mas, surpreendentemente, quase nenhuma voz se levanta em sua defesa. Ultimamente, os dois têm feito ataques duros, sempre em tom muito áspero, afirmando que a Capital vive situação “caótica” nos hospitais, nas escolas, na malha viária e na área de segurança. Nas avaliações que fazem, a gestão do pedetista é fruto de “incompetência”, “despreparo” e “omissão” – nas suas falas exaltadas, Wellington do Curso tem sido agressivo, taxando o prefeito de “covarde” e mandando-o “criar vergonha na cara”. A artilharia verbal de Wellington do Curso foi repetida ontem, e, para surpresa geral, uma voz se levantou para fazer o contraponto a favor do prefeito: o deputado em exercício Sérgio Vieira (PEN), um político de Açailândia, sem maior afinidade com a realidade de São Luís.
Vários fatores estimulam os deputados Eduardo Braide e Wellington do Curso a manter Edivaldo Jr. como alvo preferencial das suas ações políticas. Os dois se deram muito bem e se projetaram na disputa para a Prefeitura da Capital explorando exatamente os pontos fracos da gestão do prefeito, que buscava a reeleição, e agora se movimentam sobre os caminhões de votos que receberam para alçar voos mais altos. Braide e Wellington operam, cada um a seu modo, para chegar à Câmara Federal, podendo o primeiro, que se tornou uma liderança emergente com visível densidade, seguir outros caminhos, podendo até mesmo ser candidato a governador. O fato, porém, é que, independente do que vier por aí, os dois se mantém legitimamente no palanque como candidatos assumidos à Prefeitura de São Luís em 2020 decididos, portanto, a infernizar a vida do prefeito até a corrida sucessória.
O que chama a atenção é que, estranhamente, o prefeito Edivaldo Jr. tem dado argumentos de sobra para quem está disposto a criticá-lo. Isso porque, se após quatro anos e quatro meses no cargo, ou seja, 1.550 dias, sua gestão não deixou que a Capital se transformasse no inferno apontado por seus críticos, por outro lado, São Luís não é hoje nem de longe a cidade prometida na campanha eleitoral de 2012. Os problemas continuam os mesmos em áreas essenciais como saúde, educação, saneamento, limpeza, mobilidade, segurança, entre outros. É verdade que Edivaldo Jr. foi duramente reprimido por uma crise que avassala o país e limita cruelmente as gestões municipais, mas mesmo a crise não justifica alguns problemas que afetam São Luís. A atual gestão, renovada em 2016 com recados estridentes de insatisfação do eleitorado, não passou à população a sensação de que a São Luís que abriga hoje 1,3 milhão de habitantes e enfrentam desafios gigantescos, está caminhando firme para ser em pouco tempo uma cidade bem melhor do que é atualmente.
Não se diga que o prefeito Edivaldo Jr. seja omisso ou incompetente como apontem seus adversários. Mas não há como negar que seu modus operandi distante e de comunicação difícil atrai duras cobranças. E os sintomas que estimulam tal avaliação estão exatamente na falta de apoio manifesto da sua base política e parlamentar. Edivaldo Jr. vem apanhando sistematicamente na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal, onde também as vozes que o atacam são agressivas e as que o defendem são cautelosas e tímidas. Esse cenário às vezes sugere que o prefeito vive um processo de isolamento político. Mas se de um lado não consegue motivar defensores nas casas parlamentares, tem sido um ativo participantes das incursões pré-eleitorais no estado do deputado federal Weverton Rocha, chefe estadual do PDT e candidato assumido ao Senado, numa evidente contradição.
É claro que a Prefeitura de São Luís encontra-se no meio de uma guerra política cujo desfecho se dará nas urnas no ano que vem. Pode estar em curso uma estratégia para garantir sobrevivência às intempéries do momento. Mas com a experiência política que já acumulou, o prefeito Edivaldo Jr. deveria saber que, somados, letargia administrativa e equívocos políticos costumam provocar desastres nas urnas. Acionar o deputado Sérgio Vieira para defender a gestão de São Luís foi um equívoco. E mesmo com a intervenção do deputado Rafael leitoa (PDT), que acusou Eduardo Braide e Wellington do Curso de permanecerem no palanque e fazer “discurso fácil”, o movimento do Palácio de la Ravardière  reforçou a impressão de que o prefeito Edivaldo Jr. precisa urgentemente reforçar sua base política, sob pena de pagar preço alto.

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