segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Djalma Melo crente que os evangélicos não o conhecem


Dentro do pensamento cristão um dos temas recorrentes de Jesus era a sua preocupação em combater a hipocrisia, palavra cuja etimologia vem da língua grega e significa "encenar", "interpretar" e o correspondente adjetivo “hipócrita” significa "ator".

Um dos maiores referenciais da hipocrisia dos tempos de Jesus era os chamados “fariseus”, um dos mais poderosos grupos religiosos e políticos de sua época, cujos partidários eram muito afeitos aos ritos e rigores excessivos das tradições judaicas e ao mesmo tempo muito esquecidos dos valores humanitários e distantes da misericórdia divina. Por muitas vezes as suas posturas foram repreendidas por Jesus. O capítulo 12 do Evangelho de Mateus, por exemplo, nos dá algumas amostras dos conflitos de pensamento dessa gente em oposição ao verdadeiro ensinamento cristão que aflorava naquelas época.

O Evangelho de Lucas no capítulo 16 também dá o tom ao referir os fariseus como “amigos do dinheiro” que ouviam os pensamentos de Jesus e riam dele. Jesus os repreendia, alertando-os que “Deus conhece vossos corações”. Eis que essas reflexões bíblicas nos fazem pensar sobre o nosso “irmão iluminado” Djalma Melo, uma figura que nos faz questionar: seria ele um verdadeiro crente ou um mestre na arte da hipocrisia?

Nessas duas passagens acima e outras tantas da Bíblia, Jesus lembra que existem aqueles que se camuflam, encenam atrás de suas crenças, posições religiosas, ou até mesmo títulos eclesiásticos, mas para Cristo o que realmente define o seu seguidor são as ações, a genuína capacidade de amar o próximo. Cotejando os fatos, nos perguntamos, o que será que Djalma Melo, ex-prefeito e autoproclamado "iluminado", tem de cristão?

Vamos refletir!

Recentemente Djalma Melo comprou uma fazenda na entrada do povoado Piçarreira, na BR 222, em Arari. O método utilizado para tirar de cena o outro comprador que já estava em fase adiantada de negociação não foi dos mais republicanos ou “cristão”. Mas o que realmente nos faz refletir sobre sua "iluminação" nem foi a negociação em si, mas sim a atitude que tomou depois de assumir a referida propriedade. Um belo dia, eis que um grupo de humildes mulheres quebradeiras de coco foram surpreendidas por ele após um dia árduo de trabalho, quando já tinham acumulado uma boa quantidade de coco babaçu, fruto do cansativo trabalho de coleta artesanal na área da sua nova propriedade. Nesse dia, com a maior cara de pau, o "iluminado" chamou as quebradeiras de coco e as comunicou que a partir daquele momento em diante, elas teriam que dividir o fruto dos seus trabalhos, em meio a meio com ele.

Ah, quanta generosidade, quanta cristandade pulsante em um coração só. Não olvide os desatentos da lembrança de que o trabalho de quebradeiras de coco, tradicional em nosso Estado, é uma atividade de mera subsistência, que a rigor, apesar do fardo da extensa cadeia de produção (coleta, extração ou descasca, venda a atravessadores, etc), produz ganhos ínfimos, que agora terão que ser rateados meio a meio, com alguém que mais que “iluminado”, parece um “necessitado”.

Do relato acima se extrai que do pecado da avareza o homem não se converteu. No fim das contas, Djalma Melo parece ser mais um daqueles "falsos crentes" que Jesus tanto criticava. Mas, claro, ele deve ter suas razões. Afinal, quem somos nós para julgar um homem tão "iluminado"? Ironias à parte, talvez a única luz que Djalma Melo conheça seja a da lamparina da sua razão interior que usa para encontrar mais oportunidades de "dividir" os frutos alheios.

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