segunda-feira, 12 de maio de 2025

Vínculos que Transformam Famílias

 


Elisama Santos palestra e emociona pais e alunos do Colégio Dom Bosco Exponencial

Auditório lotado, olhos atentos, corações tocados. Assim foi a noite em que a escritora e psicanalista Elisama Santos emocionou pais e educadores no Colégio Dom Bosco Exponencial com a palestra “A construção de vínculos entre gerações”.


O evento, promovido pelo projeto Laços de Família do Dom Bosco, reforçou o compromisso da escola com uma educação que vai muito além do conteúdo didático, focando também no fortalecimento das conexões humanas entre escola, famílias e alunos.

 

Referência nacional em educação emocional e comunicação não violenta, Elisama — autora de best-sellers como Educação Não Violenta e Por que Gritamos — trouxe reflexões profundas sobre os desafios de educar na contemporaneidade.


Com sua linguagem acessível e afetiva, ela conduziu os participantes por um percurso de empatia, escuta ativa e reconexão com os sentimentos que permeiam o ato de cuidar e educar.

 

“Não educamos com discursos. Educamos com presença, com vínculo, com escuta. É preciso nutrir as relações e fortalecer os vínculos de amor, mesmo em momentos difíceis que vão sempre existir”, afirmou a autora, arrancando aplausos da plateia formada por pais, mães, professores e diretores do colégio.

 

Elisama elogiou a inciativa do Dom Bosco: “Esse projeto é de uma beleza única, porque a família e a escola precisam andar juntos para a educação. A criança precisa dessa parceria. Quando a escola chama a família para conversar e pensar em novas formas de educar, em novas formas de lidar com esses problemas, ela está assumindo essa potência de transformar a educação em algo mais complexo, mais bonito, e que pode realmente transformar o mundo”.

 

 

Laços de Família - Manhã de escuta, noite de inspiração

 

A presença de Elisama em São Luís se deu em dois momentos complementares. Pela manhã, ela participou de uma roda de conversa com os alunos do Dom Bosco Exponencial, promovendo um espaço seguro para falarem sobre emoções, frustrações, desejos e os dilemas do crescer.

 

“Falamos sobre os desafios da adolescência; expectativas; amizade; a construção do futuro, mesmo quando o mundo está em esse caos. Também abordamos as mudanças que eles estão enfrentando, solidão, companheirismo e comunidade. Foi uma conversa também sobre saúde mental, que eu acho que é essencial que a gente fale cada vez mais sobre isso com os nossos adolescentes. Foi um momento muito rico; e eu tenho certeza que vai render muito papo para eles depois, entre si. O que eu mais queria é que eles pudessem conversar mais e perceber que eles não estão sozinhos nos desafios que estão enfrentando. Foi uma provocação mesmo, quase uma análise, um colo e um abraço que deixei para eles” resumiu Elisama Santos sobre o encontro com os alunos.

 

À noite, foi a vez dos pais, que acompanharam atentos os insights poderosos trazidos por quem entende, na prática, os desafios das relações intergeracionais.

 

“Elisama tem uma forma única de se conectar com os mais diferentes públicos. Ela sabe falar de dores, de sentimentos, das emoções e dos assuntos mais difíceis de uma forma leve, simples e acolhedora. Foi um presente para todos”, descreveu a diretora pedagógica do Colégio Dom Bosco Exponencial, Raíssa Murad.

 

A psicanalista, palestrante e autora lembrou aos pais que educação é um projeto de longo prazo, onde o presente deve ter como base muito diálogo entre pais e filhos; e que autoridade é muito diferente de autoritarismo.

 

“Todo filho quer se dar bem com os pais, mesmo quando o jovem não está disposto a abrir mão de quem é para isso. É importante eu entender como que eu quero conversar com os meus filhos, porque a gente tem uma confusão entre conversar e dar uma palestrinha. Conversa é uma via de mão dupla, conversa tem escuta, conversa tem troca, conversa tem o outro concordando e discordando comigo. Se eu não me abro para esses momentos, inclusive de discordância na relação com os meus filhos, eu não tenho conversas. Muitos pais só querem falar como o filho (a) deveria agir e quem ele(a) deveria ser. Não estou dizendo que a gente não vai direcionar os nossos filhos; eles precisam desse direcionamento” explicou Elisama.

 

“Não violência não é permissividade, mas esse limite está no cuidado, respeita quem a gente é e quem o outro é. Então talvez a minha maior dica para os pais, seja que eles tenham mais curiosidade ente pais e filhos, tentar entender seus gostos e seus pensamentos” completou a psicanalista.

 

Usando exemplos de sua relação com o casal de filhos adolescentes, Elisama lembrou que adotar um diálogo mais lúdico, brincar e usar a imaginação podem ser formas bem mais produtivas na negociação entre pais e filhos do que a mera imposição. “Não rotule seu filho, principalmente de forma negativa. Seja um arquivo vivo dos acertos das crianças, pois isso vai impactar muito positivamente na autoestima de seus filhos”. E nos momentos mais críticos, ela lembrou que é quando os filhos precisam de ainda mais amor, mais escuta e mais compreensão.

 

O casal Paula Palmeira e Deusdeth Evangelista, pais da aluna Lara, acompanharam a palestra de Elisama como um verdadeiro presente:

 

“Foi maravilhoso esse momento extra que a escola nos proporcionou, de criação de vínculos também entre famílias e escola, que só enriquece o aprendizado das crianças e nosso como pais. Saímos com muitos insights” disse o casal.

 

O projeto Laços de Família foi criado pelo Colégio Dom Bosco com o intuito de promover experiências significativas que unam escola, famílias e alunos em torno de um objetivo comum: formar cidadãos emocionalmente mais saudáveis e empáticos.

 

“Há 67 anos o Dom Bosco já nascia com esse forte propósito de agregar famílias, alunos e a comunidade escolar. Meu avô, professor Luiz Pinho Rodrigues, dizia que as salas das direções precisam estar sempre de portas abertas. E assim é até hoje em nossa escola, livre acesso às famílias e aos alunos”, relembrou Raíssa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário