
Antônio Américo vive no Rio de Janeiro e, de acordo com fontes próximas à própria FMF, só aparece na sede da entidade em caso de extrema necessidade. Depois de longos meses de ausência e de anos comandando a Federação Maranhense de Futebol (FMF) à distância, o presidente Antônio Américo voltou a dar as caras em São Luís. A visita, no entanto, não parece ter sido motivada por um súbito interesse pelo futebol local, mas sim por um instinto de sobrevivência política: Américo reuniu-se na sede da Federação com presidentes de ligas esportivas — boa parte delas supostamente inadimplentes e que, historicamente, lhe garantem apoio em votações internas.
O encontro foi vendido oficialmente como uma “reunião preparatória” do Campeonato Intermunicipal 2025, mas bastidores revelam outra motivação. A confortável posição que Américo manteve durante mais de uma década começa a ruir, e sua presença em São Luís, algo raro nos últimos anos, expõe a tentativa de manter influência diante do desgaste crescente da sua gestão.
Presença rara, recepção modesta
Antônio Américo vive no Rio de Janeiro e, de acordo com fontes próximas à própria FMF, só aparece na sede da entidade em caso de extrema necessidade. Nem mesmo as finais do Campeonato Maranhense ou jogos de grande apelo popular têm feito o presidente colocar os pés no estado. Mas, agora que seu poder começa a escorrer pelos dedos, decidiu reaparecer e oferecer pão com café a aliados selecionados — uma estratégia simbólica e, ao mesmo tempo, reveladora de seu distanciamento da realidade do futebol maranhense.
A proposta de realizar um campeonato com dezenas de seleções municipais, anunciada com entusiasmo durante a reunião, soa mais como discurso reciclado do que como projeto viável. Em 12 anos de mandato, Américo jamais conseguiu executar uma competição com esse nível de abrangência, e ainda admite, novamente, “limitações orçamentárias e logísticas” como empecilhos. A novidade, portanto, é nenhuma.
Ligas endividadas e apoio seletivo
Curiosamente, os presidentes de ligas presentes ao encontro representam, em sua maioria, entidades que enfrentam sérias dificuldades administrativas e financeiras — muitas em situação de inadimplência com a própria FMF. Ainda assim, são essas mesmas ligas que sustentam a base de apoio de Américo nas eleições da entidade. O ciclo é vicioso: apoio político em troca de promessas e favores pontuais, mas sem avanços estruturais reais para o futebol de base ou amador do estado.
Essa reunião — esvaziada e marcada por discursos genéricos — evidencia o isolamento do atual presidente. Nos bastidores, o comentário é quase unânime: não há mais clima para a permanência de Antônio Américo à frente da Federação. Os clubes, torcedores e até dirigentes regionais clamam por renovação, profissionalismo e uma gestão minimamente presente no dia a dia do futebol local.
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