sábado, 19 de julho de 2025

HU-UFMA destaca importância do diagnóstico precoce e do cuidado integral ao paciente


Os cânceres que atingem a região da cabeça e pescoço afetam funções como a comunicação, a alimentação e até a aparência. Por isso, a campanha Julho Verde alerta a população sobre a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento integral dessas doenças, que geralmente comprometem estruturas visíveis da face e exigem cirurgias com marcas físicas e emocionais. O Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), reforça o papel estratégico do cuidado multiprofissional para garantir a melhor assistência aos pacientes.

De acordo com a médica-cirurgiã de cabeça e pescoço Lívia de Souza, a mobilização nacional destaca os sinais de alerta e incentiva a busca imediata por atendimento médico. “É fundamental estar atento aos principais sintomas, como dor ou desconforto na garganta, alteração na voz ou rouquidão persistente, presença de nódulo ou massa no pescoço, feridas ou manchas brancas ou avermelhadas na boca ou na garganta que não cicatrizam em até duas semanas, sangramentos nasais frequentes, alterações na pele da face ou do pescoço e feridas cutâneas de difícil cicatrização. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances de sucesso no tratamento”, afirma.

Os tipos mais comuns de cânceres de cabeça e pescoço incluem os tumores na cavidade oral, laringe e tireoide. Entre os principais fatores de risco estão o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e a exposição à radiação ionizante. O diagnóstico é inicialmente clínico, apoiado por exames de imagem e biópsias, e o tratamento pode combinar cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapias-alvo e imunoterapia, conforme o caso. Em situações mais complexas, reconstruções com próteses personalizadas são necessárias para garantir a funcionalidade e a estética.

Para prevenção, são recomendadas medidas simples e eficazes. “Orientamos uma alimentação saudável, atividade física, boa higienização bucal e o uso de protetor solar. E parar de fumar é a melhor maneira de evitar a maioria dos cânceres de boca, laringe e faringe, além de evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas”, ressalta a médica Lívia de Souza.

A especialista reforça ainda a importância da vacinação contra o HPV, especialmente para a faixa etária de 9 a 14 anos, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). “O HPV é um fator de risco, principalmente para o câncer de orofaringe, na região das amígdalas. A vacinação também é indicada para adultos de até 40 anos, que podem realizá-la no serviço privado”, assegura.

Saúde mental e reabilitação

O impacto do câncer de cabeça e pescoço ultrapassa a dimensão física. Alterações na fala, na imagem corporal e na identidade afetam diretamente a vida social e emocional dos pacientes. Por isso, o acompanhamento psicológico desde o diagnóstico até a reabilitação é indispensável para ajudar na adaptação, no enfrentamento do processo e na reconstrução da autoestima.

Tratamento multiprofissional

O cirurgião-dentista tem papel importante na identificação precoce de lesões suspeitas na boca e na prevenção de complicações durante tratamentos como radioterapia e quimioterapia. Além disso, atua na reabilitação com próteses bucomaxilofaciais, quando necessário.

O tratamento multidisciplinar envolve ainda fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas e equipe de enfermagem, unidos para promover a recuperação funcional e emocional dos pacientes.

“O HU-UFMA é um hospital de média e alta complexidade e, geralmente, atendemos pessoas encaminhadas da atenção primária. Assim, um dos objetivos da campanha é ajudar os médicos da atenção básica a detectar precocemente esses sinais e sintomas. As chances de cura aumentam em 90% quando o problema é identificado na fase inicial. Após a cirurgia, o paciente recebe acompanhamento multiprofissional para tratamento e reabilitação adequados”, conclui Lívia de Souza.

Sobre a Ebserh

O HU-UFMA faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como unidades vinculadas a universidades federais, os hospitais universitários têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais da saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

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