Um dos principais berços da cultura na capital, o bairro da Liberdade, vem sofrendo com a má gestão de uma entidade que deveria promover a cultura e atuar como ponte entre a sociedade e o poder público.
Trata-se do Conselho Cultural Comunitário da Liberdade, que há 37 anos se destacou como principal espaço de encontro e debate entre os segmentos culturais e os moradores do bairro para discutir a promoção da cultura no território centenário, além de outras pautas de interesse coletivo.
No entanto, a realidade atual é de desgaste da gestão com os moradores e fazedores de cultura da região. Isso porque o Conselho, presidido pelo senhor Jefferson Taylor, enfrenta alta rejeição da comunidade. Sua presidência é marcada por polêmicas e acusações de uso da estrutura do Conselho para promoção pessoal e politicagem.
Em julho deste ano, o Conselho e sua atual direção foram formalmente denunciados à 1ª Promotoria de Fundações pelo professor e morador Marcos Soares, sob a acusação de fraude no processo eleitoral da entidade.
Mais recentemente, em suas redes sociais, o professor apresentou nova denúncia, considerada ainda mais grave, apontando fortes indícios de mau uso de recursos federais da **Lei Paulo Gustavo**, no valor de **R\$ 20 mil**.
Em vídeo publicado no Instagram, Marcos Soares afirmou ter acionado o Ministério Público, a Controladoria-Geral da União e o Tribunal de Contas do Estado para investigar as irregularidades e o suposto desvio da verba pública. Segundo ele, em assembleia de prestação de contas realizada em novembro de 2024, o presidente do Conselho, Jefferson Taylor, declarou ter recebido da SECULT os R\$ 20 mil, via Lei Paulo Gustavo, para a execução de um podcast. Entretanto, ao se buscar por referências no Google, YouTube, Instagram do Conselho ou do presidente, bem como em outras mídias digitais, não há qualquer registro do referido projeto.
A própria Secretaria Municipal de Cultura, em resposta a solicitação feita pelo professor Marcos Soares via Lei de Acesso à Informação, confirmou o pagamento do recurso – conforme ordem de pagamento – mas declarou não ter recebido a prestação de contas nem comprovação da execução do projeto contemplado.
Diante disso, moradores e fazedores de cultura do bairro questionam o destino dos recursos federais que deveriam ser aplicados na promoção cultural da Liberdade.
O professor Marcos Soares, assim como todo o Quilombo Liberdade, espera celeridade nas investigações dos órgãos de controle e, caso seja comprovado o mau uso do recurso, a devolução do dinheiro aos cofres públicos.
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