Como
ex-colaborador, nas funções de repórter e editor, não poderia deixar de
registrar, hoje, os 30 anos do jornal O Debate, veículo onde dei meus
primeiros passos no jornalismo impresso, entre novembro de 1999 e
setembro de 2000. Parabenizo a todos os que fizeram e fazem a história
do matutino, que resiste bravamente às agruras que as circunstâncias lhe
impõem.
Abaixo, artigo escrito pelo jornalista Jacir Moraes, fundador de O Debate, para marcar a data. O texto foi reproduzido do blog da jornalista Sílvia Teresa:
Abaixo, artigo escrito pelo jornalista Jacir Moraes, fundador de O Debate, para marcar a data. O texto foi reproduzido do blog da jornalista Sílvia Teresa:
Jornalista Jarcir Moraes em meio ao seu vasto acervo de discos de vinil |
No dia 24 de maio de 1983 circulava, pela primeira vez no Maranhão, o
jornal O Debate, fundado pelos jornalistas Jacir Moraes e Fátima
Ribeiro, que completa hoje 30 anos de existência. Não tem sido fácil
atravessarmos essas três décadas. Os altos e baixos sempre permearam a
nossa caminhada, mas não nos fizeram desistir de manter um veículo de
comunicação a serviço do povo a que se propôs defender.
Travamos grandes embates contra os maus políticos e os maus
empresários sempre em defesa da população a quem os espertalhões tentam
fazer de massa de manobra. A linha editorial que adotamos nos custou,
até aqui, dezenas de processos na Justiça que já conseguimos vencer em
quase sua totalidade.
A empáfia e ameaça daqueles que tentaram nos desestabilizar não foram
suficientes para nos afastar da nossa determinação de fazer um veículo
de comunicação voltado aos interesses dos menos favorecidos e excluídos
que “mendigam” uma oportunidade de ver os seus direitos reconhecidos e
aplicados de forma exemplar.
Não tem sido fácil chegar até aqui. Nada nos intimida ou nos faz
desistir dos nossos objetivos. Esperamos que nós e os milhares de
leitores que nos prestigiam possamos, daqui a 30 anos, verO Debate em
franca atividade exercendo o seu papel.
Nessas três décadas, a atividade na área da comunicação evoluiu
substancialmente. Saímos da linotipo para a era digital que nos
proporciona hoje uma velocidade antes imaginável.
A mídia eletrônica chegou a ameaçar os mais incrédulos. Imaginou-se
que a utilização do papel na comunicação seria, em pouco tempo, coisa do
passado, mas ele continua em sintonia com o mundo digital.
A revolução tecnológica só veio somar no tocante à velocidade e na
qualidade do material produzido pelos meios de comunicação. O mundo
tornou-se totalmente interligado, em fração de segundos, graças à
tecnologia.
Mas apesar do Maranhão resistir à prática do coronelismo demonstrado
por muitos que alçaram o poder, os pequenos veículos de comunicação, com
esforço e dedicação, vão sobrevivendo sem aceitar a censura e com
destemor. E não nos interessa saber para quem está sendo “canalizada”
toda a verba publicitária do poder público.
Aproveitamos o momento para agradecer a tantos quantos, de uma forma
ou de outra, deram sua parcela de contribuição para que continuemos com
um Debate, cada vez mais, atento aos acontecimentos que façam valer o
seu merecido espaço.
Durante esses 30 anos, O Debate ficou conhecido, nos meios
acadêmicos, como jornal laboratório. À época, existia uma carência de
profissionais no mercado, o que nos fez procurar, na Universidade
Federal do Maranhão, alunos do curso de Jornalismo.
O periódico sempre se preocupou com a falta de pessoal qualificado
nas áreas de comunicação e gráfica. Daí, dezenas e dezenas de alunos
tornaram-se profissionais, buscando também, em O Debate, certo
conhecimento e experiência de trabalho com a participação da “velha
guarda” a quem os próprios estudantes chamavam de “dinossauros”.
É fato que, ao longo de sua existência, várias pessoas se opuseram à
linha editorial de O Debate, mas essa oposição não foi suficiente para
nos demover de nossos objetivos; e sempre onde houver um fato que mereça
registro, independentemente, de quem possa se sentir ofendido,
estaremos divulgando-o para o povo, garantindo sempre o direito à
informação.
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