Entrevista Exclusiva
Por Waldemar Terr (Repórter de Política) / www.waldemarter.com
O ex-governador
Zé Reinaldo Tavares admite que pode deixar o PSB, mas prega unidade em
torno da candidatura a governador do presidente da Embratur, Flávio Dino
(PCdoB). O ex-governador diz que “vive-se um momento fantástico em que o
sentimento generalizado é de mudança”.
Zé Reinaldo
afirma também que “Flávio encarna o avassalador desejo de mudança da
maioria do povo maranhense. Ele é um homem preparado para a grande
missão que tem pela frente de mudança total na governança e nos seus
métodos. O Maranhão anseia por mudar e encontrar o seu destino de ser um
grande estado brasileiro e não o produtor de escândalos e de notícias
ruins e desalentadoras que é hoje”.
O ex-governador
afirma que ainda não decidiu se concorre ao Senado ou à Câmara Federal.
“Acredito que para o governo do Estado haverá uma completa união das
oposições. Para o Senado pode-se chegar a união desde que o candidato
das oposições seja escolhido em consenso por todos os partidos. Se for
imposição ou por projeto pessoal poderemos perder esse grande momento e
novamente não eleger ninguém para o Senado”, avalia.
A seguir a entrevista.
Jornal Pequeno – Como o senhor avalia o momento político do Maranhão?
Zé Reinaldo Tavares –
Vive-se um momento fantástico em que o sentimento generalizado é de
mudança. E o mais importante, pela primeira vez permeia todas as camadas
sociais e diferentes níveis de renda. Acredito que seja definitivo.
JP – Como analisa o resultado do último IDH dos municípios, no qual três municípios do Estado lideram o lado negativo da lista?
ZRT –
Mesmo com a mudança de metodologia feita pelo PNUD que mudou
radicalmente a maneira de apuração do IDH, de uma maneira que agora, com
o novo método, apareceu um crescimento do IDH em todo o Brasil que
chega a mais de 40% e que se houvesse sido mantida a metodologia
anterior haveria, na verdade, uma piora no indicador que seria muito
ruim para o governo brasileiro. Assim, o Maranhão, embora continue no
penúltimo lugar no Brasil, dá a impressão que experimentou um grande
crescimento. Pela antiga metodologia teria piorado. Esse assunto precisa
de um esclarecimento.
São Luís é a
décima quinta entre as capitais e Imperatriz muito bem. Ambas sempre
governadas pela oposição há anos. O Maranhão está em penúltimo entre os
estados.
JP – O senhor permanece no PSB e o destino do partido?
ZRT – A
princípio permaneço no partido. Tenho recebido o pessoal dos movimentos
sociais do partido que está muito preocupado porque não há um
interlocutor confiável para tratar do crescimento do partido. O Luciano
Leitoa é um dos melhores quadros do partido, mas suas responsabilidades
como prefeito de uma cidade grande como Timon não permitem a ele uma
presença cotidiana no partido. É preciso resolver essa interlocução e
acalmar o partido.
JP – Como avalia o andamento da pré-candidatura do presidente da Embratur, Flávio Dino, a governador?
ZRT –
Acho que Flávio encarna o avassalador desejo de mudança da maioria do
povo maranhense. Ele é um homem preparado para a grande missão que tem
pela frente de mudança total na governança e nos seus métodos. O
Maranhão anseia por mudar e encontrar o seu destino de ser um grande
estado brasileiro e não o produtor de escândalos e de notícias ruins e
desalentadoras que é hoje.
JP – As oposições caminham para a unidade ou mais uma vez vão disputar o governo do Estado e o Senado, dividas?
ZRT –
Acredito que para o governo do Estado haverá uma completa união das
oposições. Para o Senado pode-se chegar a união desde que o candidato
das oposições seja escolhido em consenso por todos os partidos. Se for
imposição ou por projeto pessoal poderemos perder esse grande momento e
novamente não eleger ninguém para o Senado.
JP – O senhor vai disputar cadeira no Senado ou na Câmara Federal?
ZRT –
Ainda não decidi. A escolha do candidato ao senado ainda está envolta em
muita nebulosidade política e a Câmara Federal precisa aglutinar a
bancada federal para marchar unida nos projetos de grande interesse para
o estado. Esse lado me fascina e atrai. De qualquer modo Flávio vai
precisar de muito apoio no Congresso para poder governar. E eu pretendo
estar lá para ajudar com minha experiência e disposição. Espero então
merecer o apoio dos eleitores para ajudar nesse momento importante de
mudança no Maranhão.
JP – O senhor acredita que o PSDB terminará se aliando a Flávio Dino ou a Roseana?
ZRT – O
PSDB é oposição e pelo conhecimento que tenho do partido e dos seus
líderes acredito que o partido estará unido a todos aqueles que querem
mudar o Maranhão.
JP – Como o
senhor viu a informação de que o senador José Sarney já articula uma
aproximação com Aécio Neves, do qual teria ligações históricas?
ZRT – O
senador José Sarney nunca aposta todas as fichas em um só. Mas resta
saber se Aécio quer ter ao seu lado o senador e toda a carga pessoal de
rejeição nacional que tem e se ele tem condições de abandonar Lula
depois de tudo que este fez por ele. Não acredito que isso possa levar a
alguma coisa.
JP – O
senhor defende candidatura única das oposições para o Senado, mas o
senhor só admite a unidade se for em torno do seu nome?
ZRT – Não,
claro que não. O que me incomoda é o processo de escolha que querem
impor. Temos grandes condições se nos unirmos de eleger o senador, mas
temo que se a escolha for imposta por desejo pessoal que esse
constrangimento leve a derrota mais uma vez.
JP – Por que
o senhor resolveu apostar na reeleição de Castelo a apoiar a
candidatura de Edivaldo Júnior em 2012? O senhor se arrepende da
posição?
ZRT – Não
tenho do que me arrepender e hoje me dedico a unir a oposição desunida
pela eleição. O problema com o PSDB, partido que dispõe de mais tempo na
propaganda eleitoral e tem a maior estrutura montada em todo o estado é
decorrente dessa divisão eleitoral na disputa pela Prefeitura de São
Luís. Essa divisão, muito recorrente no passado, deu muitas vitórias
eleitorais ao grupo Sarney nas eleições estaduais. Isso ajudou muito e
explica o longo domínio do grupo Sarney no estado. Creio nas vantagens
que teríamos se estivéssemos unidos naquele momento. Mas acredito que o
prefeito eleito possa fazer um bom trabalho e na atitude e na aceitação
do Flávio pelos eleitores para superar tudo e cicatrizar as feridas
abertas. Iremos unidos, não tenho dúvidas.
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